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PT blindado contra queda de Dilma

A pesquisa Ibope divulgada na última quinta-feira (25) que mostra queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff, não deverá ter influência direta nas eleições locais em 2014. Pelo menos é no que acreditam as lideranças políticas e especialistas consultados pelo Jornal do Commercio. O levantamento, encomendado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), mostrou que a aprovação do governo petista, que em junho chegou a 71%, agora, após as ondas de manifestações populares por melhorias nos serviços públicos e contra a corrupção, é de apenas 45%.
O mesmo estudo mostra que o percentual de pessoas que desaprovam subiu de 25% para 49% no período.
No Amazonas, algumas das peças-chave do tabuleiro político para 2014 estão diretamente ligadas ao nome de Dilma Rousseff ou ao governo federal, caso do senador Eduardo Braga (PMDB) que é líder do governo no Senado; ou o prefeito da capital, Arthur Neto (PSDB) – um dos principais líderes da oposição ao governo petista.
Mas na opinião do deputado estadual José Ricardo, do PT, nem Braga seria prejudicado, nem Arthur Neto seria beneficiado com essa queda na aprovação da presidente. Para ele, as eleições estaduais de 2014 não estão tão relacionadas com a disputa presidencial. O parlamentar também acredita que ainda é cedo para fazer qualquer tipo de avaliação do cenário eleitoral do Amazonas.
“Eu acho que a oposição não ganha força, a não ser que o prefeito seja candidato. Se essa queda fortalecer alguém, seriam os teóricos pré-candidatos a presidência e não candidatos locais. Eu acho muito precipitado fazer uma avaliação quanto aos reflexos nas eleições, ou fortalecimento de eventuais figuras que fazem oposição ao PT. As eleições não vão acontecer daqui há dois meses e a questão do governo ainda vai ser avaliada pela população” disse.

Dúvidas

Além disso, o parlamentar questionou os métodos da pesquisa. Na opinião do deputado, o resultado final do levantamento sofreu influência direta do atual momento político brasileiro.
“Há dois meses atrás, (a presidente) estava com a popularidade lá em cima e agora, súbitamente, as pessoas têm outro conceito. Ontem a maioria disse que estava tudo bem no governo; agora a mesma maioria diz que esta tudo errado. Se a pesquisa é feita no auge dessas manifestações, onde há toda uma questão orquestrada contra a presidente Dilma e contra o PT, lógico que vai aparecer só isso (queda na aprovação). Pesquisa feita neste momento onde todo mundo quer cobrar alguma coisa de alguém, se alguém perguntar o que o eleitor acha da Presidente é claro que ele vai xingar”, questionou.

Braga desvinculado

Esta opinião é compartilhada pelo cientista político Breno Rodrigo Messias. Para ele, o PT local é um partido mediano, com poucos líderes e baixa representatividade. Por esse motivo, a queda de popularidade da Dilma dificilmente dificultaria a vida do PT amazonense, já que a situação do PT local já é muito difícil.
Mas apesar de admitir que essa queda possa abrir possibilidades para que outras lideranças surjam, Breno não vê ameaças ao favoritismo do suposto candidato Eduardo Braga. Ele explica que a base aliada do governo federal, que inclui o PMDB de Braga, não é formada por vínculos ideológicos, mas sim vínculos de negociação em votações.
“Talvez o eleitorado do Braga aqui no Estado talvez esteja muito mais desvinculado da imagem do PT ou da presidente. O eleitorado dele (Braga) não depende tanto do eleitorado da Dilma. O eleitor amazonense pode muito bem votar no Eduardo Braga (para o governo) e em alguém que faz oposição à Dilma (para presidente). Não há um vínculo orgânico”, garante.
Contudo, a situação se inverte se o candidato em questão for o deputado federal Praciano. Muito mais “a cara do PT”, Praciano seria um dos prejudicados com o fraca avaliação da presidência caso viabilize sua candidatura ao governo estadual.
“O típico eleitor do deputado Praciano – que também é um dos possíveis candidatos – este sim seria também eleitor da presidente Dilma. Neste caso, haveria deslocamento de votos”, observa.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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