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Protestos não influencia comércio

Protestos contra o governo Dilma não chegou a afetar diretamente o comércio de Manaus

A onda de protestos contra o governo Dilma Rousseff não chegou a afetar diretamente o comércio varejista. Em Manaus as lojas permaneceram abertas durante os horários das manifestações, que de forma pacífica, seguiram em passeata pelo Centro Histórico. A impressão é de que houve um aquecimento nas vendas de produtos cívicos, como bandeiras, faixas, camisas e outros nas cores verde e amarela, mas segundo os representantes do comércio, esses produtos foram adquiridos durante a Copa do Mundo 2014. Hoje o comércio aguarda por medidas econômicas do governo para sanear a questão do crédito, mas teme por uma retração na circulação de mercadoria, seguida de demissão no setor industrial e consequentemente o comércio também poderá reduzir custos com a folha de pagamento.
De acordo com o presidente da CDLM (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Baraúna Assayag, lojistas, consumidores e turistas acompanharam o movimento popular, de dentro das lojas e nas calçadas, sem qualquer tipo de problema. “Não gerou nenhum transtorno que pudesse trazer prejuízos a economia, nem ao patrimônio”, avaliou.
Segundo Assayag, empresários indignados com o rumo da economia brasileira também participaram das manifestações. “A nível de cidadania, foi mais para compor a indignação do Brasil inteiro sobre a ação que o governo vem fazendo”, completou. E para completar, ele vê na ausência de um pronunciamento da presidente uma forma de resguardar a imagem da autoridade maior do país. “Isso é tática de marketing. Ela entrando seria pior. Nesse momento ela tem que realmente se resguardar, isso seria em qualquer lugar. E agora trabalhar para recuperar a economia”, disse.
Sobre os artigos nas cores da Bandeira do Brasil (verde, amarela, azul e branca), Assayag informou que muitos deles haviam sido adquiridos no ano passado durante o Mundial de Futebol, por isso não houve ganho com vendas. “Muita gente já tinha por causa da Copa 2014, e todo mundo puxou do seu baú os artigos em verde e amarelo e foram às ruas com isso”, explicou.

Guerra descartada
Algumas correntes na rede social como no WhatsApp, por exemplo, recomenda a compra e estoque de alimentos e água por conta de um suposto clima de guerra, comparado ao caos instalado em alguns países vizinhos como Venezuela e Argentina. Entretanto para chegar a esse patamar é muito difícil, segundo Assayag. “Nós já tivemos manifestações muito mais pesadas e muito mais sérias e não teve nada disso. Não vejo nenhum momento para isso chegar ao Brasil”, acredita.
De acordo com o 1º vice-presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antonio Filho, o movimento nas lojas está normal, não houve nenhuma ocorrência de vandalismo ou policial registrada no perímetro Centro Histórico de Manaus. “Essa foi uma manifestação mais para alertar o próprio Governo de que a população está insatisfeita com a atual condução da economia brasileira”, observou.
Na opinião do representante do comércio tradicional, a manifestação foi por problemas de corrupção e situações que envolvem direta e indiretamente a economia brasileira, onde o povo externou uma insatisfação com o atual modelo de gestão pública, dominada pela corrupção. “As pessoas foram às ruas para colocar os problemas que estão ocorrendo. Eu tenho impressão que a manifestação além de não se tratar de saída da gestão dela (presidente Dilma), serviu de alerta para os gestores”, sinalizou.
Para o diretor da empresa Atacadista Vanmax Multiloja, Moises Max Israel, que atende pelo apelido de Maxwell, tudo transcorreu com certa normalidade nas imediações das duas lojas localizadas na rua dos Barés e na Praça dos Remédios. Mesmo porque, o movimento aumentou com a chegada de um navio de Cruzeiro com a bandeira uruguaia que aportou em Manaus, por volta das 7 horas da manhã de domingo, com cerca de 800 passageiros e tripulantes. “Eu não vejo nenhum relato de confusão sobre esse assunto”, disse.
Maxwell também ratificou que os produtos com as cores da Bandeira do Brasil foram todos comercializados durante a Copa do Mundo, realizada no período de 12 de junho a 13 de julho de 2014. “Como acabou a época da Copa, não temos em estoque esses produtos em verde e amarelo. Geralmente importamos nessa época e nas Olimpíadas também, que iremos importar no ano que vem”, adiantou para a reportagem do JC.
Os Jogos Olímpicos de 2016 serão realizados na cidade “maravilhosa” do Rio de Janeiro-RJ. Manaus-AM foi confirmada ontem (16) pela FIFA como uma das seis cidades-sede onde serão disputados os jogos do Torneio Olímpico de Futebol 2016. As partidas de futebol das Olimpíadas de 2016 serão disputadas em seis cidades e sete estádios do Brasil. A lista das arenas foi definida pela FIFA e prevê jogos no Itaquerão (São Paulo), na Arena Amazônia (Manaus), na Fonte Nova (Salvador), no Mineirão (Belo Horizonte), no Mané Garrincha (Brasília), além do Maracanã e Engenhão (ambos no Rio de Janeiro). A arena do Palmeiras, Allianz Parque, ficou mesmo de fora da competição.

Tanair Maria
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Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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