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Protestos dos caminhoneiros preocupa segmentos no Amazonas

Os protestos realizados por caminhoneiros nas rodovias de várias capitais do país e a adesão ao movimento no Amazonas preocupa representantes de vários segmentos no Estado. 

Embora a Amase (Associação Associação Amazonense de Supermercados), por hora, descarte a possibilidade de desabastecimento no setor, em função do movimento, o superintendente da entidade, Alexandre Zuqui, afirma que é uma preocupação, porém é um fato não atinge o setor de forma imediata como os outros estados da Federação. “Na realidade o Amazonas, devido à distância nós já temos como praxe, um estoque para 30 a 45 dias, então, caso isso prolongue, a gente corre sim um risco, mas em função de que os outros estados ficando desabastecidos as indústrias passem a abastecer essas regiões de primeiro para depois chegarem aos mais longes, que seria o nosso caso”. 

“A gente espera que essa paralisação dure o menor tempo possível, porque já foi solicitado pelo governo federal o término, eu acredito que não venha sentir esses efeitos em função dos estoques nas lojas”.

Questionado sobre o risco de novo aumento nos preços dos produtos caso o movimento se estenda, ele diz que não acredita que deva acontecer. “Os pedidos já estão negociados. Estão nas indústrias. Se caso sofra reajustes, seria mais para frente, neste momento, eu descarto qualquer tipo de aumento”. Ele enfatiza que se o cenário normalizar até sexta-feira (10), os supermercados não sentirão impacto. 

O reflexo na indústria é inevitável, conforme o presidente do Cieam ( Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco. “Impacta tanto para chegada de insumos de outros estados, quanto em relação à saída dos produtos daqui. Os caminhoneiros assumiram essa posição. Temos que respeitar, mas o impacto certamente já deve estar acontecendo em algumas indústrias. Aqui o que está nos estoques está parado nas fábricas e o que saiu com certeza está parado na margem de alguma rodovia. O que nos resta é aguardar o escoamento da produção’, conclui Périco.  

Segundo lideranças, categoria aderiu à greve e não pretende sair – Foto: Divulgação

Amazonas

Parados desde a quarta-feira (8), na BR-174, cerca de 100 caminhões ocupam parte da rodovia e as garagens das transportadoras. O caminhoneiro Edmilson Aguiar, do movimento Amigos do Volante, à frente da mobilização, informou que a categoria aderiu à greve e não pretende sair. “Estamos acompanhando o movimento em todo país. Estamos divididos em dois pontos, uma parte concentrada no início da BR-174 e outra nas garagens das empresas. Estamos com cargas de todos os tipos, tanto  em baú, em container, carga em cima de caminhão e vamos ficar aqui por tempo indeterminado”, afirma ele. 

Redução do ICMS que incide no valor do diesel, diminuição do valor do IPVA sobre o veículo de transporte de carga de 3,5% para 1%, melhoria das condições da BR-174, exclusão da taxa cobrada pelo IMMU(IMMU), estão entre as pautas reivindicadas pela categoria. 

Além das pautas apresentadas a categoria quer um diálogo com o governador Wilson Lima sobre várias outras situações, principalmente melhorias de condições de trafegabilidade na BR-319.“Até o momento, estamos aguardando que o governador se posicione. Vamos seguir parados e sem previsão para o fim do movimento”.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos do Amazonas, Sérgio Alexandre da Silva, o movimento não faz parte do Sindicato. “É um movimento da categoria. Como as pautas são ideológicas, motivada pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro, o sindicato achou por bem não se envolver. Eu estive na reunião na quarta-feira, mas por decisão de dois membros da diretoria do sindicato nós resolvemos não nos envolver. O que eu sei é que eles pretendem manter a paralisação até que as demandas sejam atendidas”, frisou ele. 

Um dos manifestantes da categoria informou ao Jornal do Commercio que só não tem mais caminhoneiros na greve  pela falta de espaço e respeito a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

E comentou, inclusive, que estariam sendo multados pelo órgão. 

A PRF informou que a categoria ocupa o trecho do quilômetro 482 da BR-174, em Roraima, e no início da BR-174, no Amazonas.

Entidade descarta desabastecimento

A  Abras (Associação Brasileira de Supermercados) descartou o risco de desabastecimento da rede supermercadista em decorrência dos protestos de caminhoneiros registrados nas rodovias de 15 estados na manhã desta quinta-feira (9)

A entidade informou que acompanha  o monitoramento feito pelo governo federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que indica que o movimento já perdeu força e que pode durar mais um ou dois dias no máximo.

“O abastecimento e os preços dos supermercados, portanto, não devem ser afetados, e não existe necessidade de antecipação de compras por parte do consumidor”, concluiu a associação.

Nota

Por meio de nota o  Ministério da Infraestrutura, com base em informações da PRF, informou que, às 11h desta quinta-feira (9), são registrados pontos de concentração em rodovias federais de 14 estados, com interdições apenas em 5 estados: Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará e Roraima o trânsito está liberado, mas ainda há abordagem a veículos de cargas.

Sendo que novos corredores logísticos essenciais liberados pela PRF entre 8h e 11h da manhã 

BR-116/Bahia (Feira de Santana)

BR-101/Bahia

BR-101/Sergipe

BR-101/Pernambuco (Igarassu)

BR-116/Rio Grande do Sul (Vacaria)

BR-392/Rio Grande do Sul (Pelotas)

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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