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Proposta de redução anima indústria

O anúncio oficial da redução de até 28% no custo da energia elétrica para as indústrias brasileiras, a ser realizado hoje pela presidente Dilma Rousseff, é aguardado com ansiedade por representantes do segmento industrial no Amazonas.
Isso, porque este ano as fábricas do PIM já passaram por diversos desafios, a exemplo do aumento na cobrança de algumas alíquotas -como foi o caso do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) de telecomunicações, que passou de 25% para 30%, crises de financiamento de produtos -sendo a principal registrada na venda de motocicletas- e consumo desacelerado em função da inadimplência e do endividamento familiar.
De acordo com os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial amazonense recuou 14,9% em julho frente ao mesmo período do ano passado e acumula retração de 5,9% no ano, e a importação de produtos asiáticos não para de crescer.
“A medida é extremamente positiva. Diminui o custo Brasil, aumenta a competitividade em relação aos produtos importados, principalmente os asiáticos, e reduz o custo de produção, refletindo em preços menores ao consumidor. Todos ganham”, resumiu o analista econômico da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Gilmar Freitas.
O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, também vê a desoneração com bons olhos. “Será um alento na concorrência com os importados e um impulso na competitividade, em especial de setores bastante prejudicados este ano, como o de duas rodas e o eletroeletrônico”, emendou.
Já o economista e presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Ailson Rezende, se disse em dúvida em relação ao anúncio presidencial.
“Minha dúvida é se o Amazonas será realmente beneficiado, porque ele ainda não é interligado ao sistema energético nacional. E se for beneficiado, será que vai ser no mesmo nível dos outros Estados?”, questionou.
Mesmo com esses questionamentos, a expectativa do economista também é de que a MP (Medida Provisória) seja favorável ao Amazonas. “Não esperamos ficar de fora”, completou.

Beneficiados
Na análise dos representantes, caso aprovada, a redução do custo da energia elétrica será positiva para todos os segmentos que integram o parque industrial amazonense, mas os setores de termoplástico, meios magnéticos (produção de CDs, DVDs e blu-rays) e eletroeletrônicos deverão ser os principais beneficiados.
“A indústria plástica, que é um dos segmentos que mais consomem energia elétrica, será provavelmente o principal beneficiado”, avaliou Gilmar Freitas
Atingido pela crise do polo de duas rodas, o setor enfrenta problemas de demissões e queda no faturamento desde o início do ano. De acordo com o economista, a desoneração pode trazer um ‘alívio’ para os fabricantes.
Conforme os dados do Simplast-AM (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Amazonas), no início do ano, o setor termoplástico empregava aproximadamente 12 mil trabalhadores em Manaus. Fechou o primeiro semestre com 9.800 postos e finalizou julho com mil funcionários a menos (8.800 empregados).
Já o faturamento, segundo os indicadores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), registrou queda de 13,75% frente ao primeiro semestre do ano passado.
O diretor-executivo do Simplast-AM, Paulo Abreu, lembra que atualmente, o custo da energia elétrica representa de 25% a 30% do total do processo produtivo. “É muito significativo. Nós já possuímos isenção do ICMS sobre a energia elétrica, mas esse corte no valor total da energia seria muito bem-vindo. Vamos aguardar”, comentou.
A segunda maior vantagem será para o segmento de meios magnéticos, que amarga retração de 14,1% na produção industrial de julho e de 12,1% no acumulado dos sete primeiros meses do ano.
Em menor escala, os segmentos de duas rodas e de eletroeletrônico também serão beneficiados.
“Para o setor de duas rodas, a desoneração não é tão significativa porque o principal problema é o acesso ao crédito e não o custo com energia elétrica. De qualquer forma, já é um auxílio”, argumentou Ailson Rezende.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Celso Piacentini, disse que no caso do eletroeletrônico, o custo com a energia elétrica representa pouco, por isso o impacto da medida será menor em termos de benefícios, “mas qualquer redução que possa diminuir nosso custo produtivo é bem recebida”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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