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Promoções da Black Friday são proibidas nas lojas físicas de Manaus

Promoções da Black Friday são proibidas nas lojas físicas de Manaus

O presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), Nabil Sahyoun, criticou a postura do governo do Amazonas ao reforçar por meio do Comitê de Enfrentamento à Covid-19  às entidades representativas do comércio, empresários e lojistas a proibição da realização de liquidações e ações promocionais como medida para evitar aglomerações e combater o coronavírus.

O aviso considera a semana de promoção Black Friday, que ocorre na última semana deste mês de novembro. Os comerciantes devem restringir o número de consumidores nos estabelecimentos a 50% da capacidade, oferecer álcool em gel e exigir o uso de máscara de proteção.

Para o presidente da entidade, depois que a economia voltou a funcionar no Brasil inteiro, não faz mais sentido a validade do Decreto 42.330 que proíbe a realização de promoções comuns no período que antecede as festas de fim de ano, bem como a “Black Friday”.

“O setor do varejo vive do calendário promocional. Nós temos agora as festas do fim de ano e entendemos que administrar é ter bom senso. Neste momento, onde todo o setor varejista está funcionando para atender o consumidor, depois que foi duramente afetado ao longo de meses,  este Decreto não faz mais sentido”, declara Nabil. Ele faz um apelo ao governo do Amazonas que tenha a sensibilidade de suspender a determinação para que as pessoas voltem à sua normalidade. “Todos estão  buscando voltar a uma vida normal. Então, saúde, economia, os protocolos todos devem ser respeitados. Cada loja vai estabelecer o seu procedimento com as devidas fiscalizações. O que não pode cercear a liberdade das pessoas. Afinal de contas, nós estamos num país democrático onde o Brasil inteiro está funcionando normalmente”. 

A versão brasileira da Black Friday este ano que vai acontecer no dia 27 de novembro, pela primeira vez os lojistas dos shoppings devem contar com as compras planejadas e totalmente virtuais. A pandemia modificou o comportamento de consumo dos clientes que têm obedecido os decretos governamentais. 

Vendas online

Impedidos pela pandemia de promoverem qualquer tipo de evento que cause aglomeração, os lojistas dos shoppings devem enxergar uma excelente oportunidade para potencializar as vendas pelos canais digitais.  

“Tem muita gente que passou a comprar pelos canais digitais. Mas é evidente quando pensamos  que um evento deste porte vai ser restrito para as lojas físicas devido a questão sanitária cria um certo desânimo. Mas a nossa ideia é impulsionar as vendas pela internet”, afirma Evandro Fontes, gerente de uma loja num shopping da capital. Ele frisa que muitas lojas no centro de compras já aderiram ao modelo virtual e outros apostam nas mídias sociais. “A gente vislumbra um crescimento em torno de 10% a 15%, menor que o ano passado, sim. Mas estamos falando de um ano atípico e de um setor que foi duramente atingido pela Covid-19”. O que angariarmos é lucro”, diz.

Mesmo com menor fluxo de pessoas, a consultora de vendas Aline Veras, diz que a tendência é esta desde o mês de março e que deve se manter daqui para frente. “É um novo normal para todos nós. Mas as vendas online cresceram bastante durante a pandemia e vem ganhando força. Mas os shoppings estão se preparando para a data e o setor ainda está definindo detalhes sobre descontos e afins”, garantiu ela que espera um incremento de 10% em relação ao evento do ano passado.

O Amazonas Shopping  irá realizar a tradicional Black Friday em um formato totalmente online, de 27 a 29 de novembro. O presidente da Alasc (Associação de Lojistas do Amazonas Shopping), André Gesta, informa que o setor está avaliando de que forma o shopping deve apostar no evento de  forma online. “Realmente é uma situação nova. Mas entendemos que precisamos priorizar a saúde sempre. Estamos avaliando o impacto que vamos ter e aos poucos vamos observando e estudando esse novo formato totalmente online para este ano”. 

Mesmo com a força do e-commerce, André explica que é difícil projetar em números o resultado do setor para a Black Friday deste ano. “Vai depender de como cada lojista está se preparando e pretende atuar e de como os consumidores devem agir em função das restrições. “Pode ser que tenha desconto nas lojas, mas bem distante das tradicionais liquidações que atraem os consumidores e acabam gerando uma certa aglomeração o que está proibido pelo governo”.

Ele explica que os lojistas estão definindo de que maneira deve acontecer a questão logística da entrega das compras se por meio do drive-thru do shopping ou direto na casa do cliente. “Cada lojista está estudando o seu negócio. A maioria já tem a possibilidade de vender pelos canais digitais. É difícil mensurar o quanto vamos perder ou faturar”. 

Números

Uma pesquisa realizada pelo Reclame Aqui e divulgada na última segunda-feira (9) mostrou que 62% dos consumidores já estão fazendo pesquisas de preços em preparação para a Black Friday. O levantamento ouviu 2,5 mil consumidores entre 28 de outubro e 4 de novembro.

Ao todo, 69,76% das pessoas disseram que pretendem fazer compras na Black Friday. O percentual de 72,31% afirma que sempre faz compras em períodos de ofertas. Além disso, 64,87% pretendem antecipar presentes para o Natal.

A ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) prevê um crescimento de 77%, atingindo R$6,9 bi, em comparação com a mesma data no ano passado. 

Determinação

Por meio de ofício, o Comitê relembrou aos representantes do comércio e serviços que o Decreto 42.330 autorizou o retorno das atividades da maioria dos estabelecimentos comerciais, desde que respeitados os protocolos de saúde, como uso obrigatório de máscara, distanciamento entre os clientes, disponibilização de álcool em gel e quantidade restrita de pessoas, conforme a capacidade de cada estabelecimento.

Os ofícios foram direcionados a entidades como Associação Comercial do Amazonas (ACA); Associação dos Empresários do Vieiralves (AEV); Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio); Câmara de Dirigentes Lojistas do Amazonas (CDL/AM); Câmara dos Dirigentes Lojistas Jovens (CDL Jovem Manaus); além dos superintendentes de todos os shoppings da capital.

O Comitê também promoveu, na semana passada, uma reunião virtual com os representantes dos segmentos, ocasião em que houve o compromisso de manutenção dos protocolos de saúde e o cumprimento do decreto.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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