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Grupo Plasvan aposta em fábrica no PIM para inovar na produção e ampliar mercados

O polo termoplástico do PIM deve ganhar a entrada de um grande player nacional, neste ano. Anunciada nesta semana pela Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), a chegada da Norpolim Nordeste Polímeros Indústria e Comércio de Termoplástico a Manaus ocorre em um momento de fortalecimento da atividade pela alta de vendas e expansão da base de oferta, confirmada pelos projetos aprovados no CAS e do Codam. A meta da empresa, que já atua no Nordeste e Sudeste, é inovar na produção e ampliar sua área de atuação para a região Norte.

A confirmação da vinda do empreendimento veio durante reunião online ocorrida na última terça (25), da qual participaram dirigentes da Sedecti e sócios-proprietários do grupo empresarial Plasvan Indústria e Comércio de Plásticos Litda, ao qual a nova empresa está subsidiada. O investimento na nova planta fabril é calculado em R$ 17 milhões, para os próximos três anos. Ao menos R$ 6,5 milhões devem ser injetados no primeiro ano, com máquinas, equipamentos, instalações industriais e outros aportes necessários tirar a fábrica do papel. A iniciativa também deve gerar 100 novos empregos no PIM.

A estimativa da diretoria do grupo é que toda a estrutura e logística industrial devem ser concluídos em até três meses. A meta é entrar em operação ainda em 2022, mediante a aprovação do projeto no Codam e no CAS – ato que permitirá à empresa usufruir dos incentivos fiscais da ZFM. Com sede em Campina Grande (PB), a companhia é apontada como referência no mercado brasileiro e especializada na fabricação de artefatos plásticos voltados para produção de garrafão plástico para água potável, alimentos, tampas plásticas. 

Diversificação e ampliação 

Indagado pela reportagem do Jornal do Commercio a respeito dos motivos que atraíram a empresa ao PIM, o diretor da Norpolim e sócio-proprietário da Plasvan, Thiago Rocha, concorda que Manaus é atrativa devido aos incentivos fiscais, mas assinala que há outros motivos para a iniciativa. “Esse aspecto é relevante, mas entendemos que a região Norte está em expansão e o grupo empreendedor ao qual faz parte a Norpolim tem plenas condições de atender esse mercado. Além disso, a presença de outras indústrias na região nos deixa tranquilos quanto a existência de mão de obra qualificada”, comentou. 

O dirigente informa que investimento global de R$ 17 milhões está sendo feito com recursos de capital próprio e parte de crédito bancário. “O grupo empresarial possui mais de 27 anos de experiência no setor industrial e possui excelente relacionamento comercial e bancário, facilitando assim as condições para os novos projetos”, salientou. Embora confirme o volume de empregos diretos, e concorde que a iniciativa deve demandar contratações para ocupações indiretas nas áreas de logística e comercial, entre outras, Thiago Rocha diz que seria “precipitado” falar de números nesse sentido. 

Segundo o empresário, a Norpolim deve produzir embalagens plásticas para bebidas, em sua primeira etapa de operações. O destaque é para garrafões de água mineral, tampas e tampinhas. Também integram o portfólio dessa fase resinas termoplásticas diversas para atender outras indústrias – inclusive fora de Manaus – especializadas na manufatura de calçados, utilidades plásticas e “acessórios plásticos dos mais variados tipos”. “Após a implantação e consolidação no mercado local, temos planos de produzir a Cola-Jolo. Trata-se de uma argamassa polimérica e produto inovador, com formulação própria desenvolvida pelo grupo, e que está em fase de certificação”, adiantou. 

Questionado sobre a contribuição da nova fábrica para o market share da companhia, o diretor da Norpolim informou que as atuais seis unidades de produção da Plasvan – cinco no Nordeste e uma no Sudeste – garantem ao grupo uma fatia de 70% do mercado nordestino de embalagens para envase de água mineral, tampas e tampinhas. “A unidade de Manaus irá contribuir diretamente com a ampliação da nossa atuação, especialmente para atender a região Norte e expandirmos para o Sudeste e para o Centro Oeste”, frisou. 

Momento de expansão

A chegada da empresa ocorre em sintonia com um momento de expansão do polo termoplástico. Parte significativa das iniciativas industriais referendadas pelos conselhos de Administração da Suframa e de Desenvolvimento do Estado do Amazonas, em 2020 e 2021, era de projetos voltados para o segmento de produtos de matéria plástica, com destaque para embalagens e partes e peças para a indústria de bens finais do PIM – especialmente nas divisões de bens de informática, eletroeletrônicos e veículos de duas rodas.

Números do IBGE e da Suframa confirmam, por outro lado, que a produção e as vendas seguem aquecidas. O nível de atividade do subsetor borracha e plástico cresceu 44,4% no Amazonas, na comparação do acumulado de janeiro a novembro de 2021 com igual intervalo de 2020, conforme a pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi um resultado superior às médias da indústria em geral (+6,8%) e da indústria de transformação (+7,2%). E, mesmo diante das oscilações destas duas, o segmento seguiu positivo ao longo de todos os meses do ano, com pico em (+162,8%).  

Já os indicadores mais recentes da Superintendência da Zona franca de Manaus indicam que o faturamento do subsetor termoplástico avançou 53,03% no confronto dos períodos aglutinados de 11 meses, ao passar de US$ 1.50 bilhão (2020) para US$ 2.29 bilhões (2021). Convertido em reais, o resultado apontou para um acréscimo ainda mais encorpado de 56,50% na mesma comparação, com US$ 12,31 bilhões (2021) contra US$ 7,87 bilhões (2020). O desempenho seguiu acima do apresentado pela média do PIM (+28,93% e +32,13%, respectivamente).  

Segurança jurídica

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Sedecti, o titular da secretaria estadual, Jório Veiga, comemorou a iniciativa. “É uma satisfação ter mais uma empresa investindo na área de embalagens, o que caracteriza a confiança no crescimento do mercado em geral. Nesse caso, em especial, acrescido de um produto inovador para a construção civil, algo que se soma ao portfólio de novos produtos do PIM. Os investimentos são muito bem-vindos no Amazona”, exclamou. 

No mesmo texto, o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico da Sedecti, Renato Freitas, avaliou que a incorporação da Norpolim ao parque fabril da indústria incentivada de Manaus é mais uma confirmação da confiança dos investidores no modelo ZFM. “A segurança jurídica da Zona Franca de Manaus tem atraído empresas de diversos setores, inclusive empresas que vem para inovar e diversificar a matriz econômica do Estado”, encerrou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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