A projeção de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia neste ano aumentou pela 14ª semana consecutiva. A estimativa de analistas consultados pelo BC (Banco Central) para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto), soma de todos os bens e serviços produzidos na economia, passou de 6,99% para 7,06%. Para 2011, foi mantida a expectativa de 4,5%. As informações são do boletim Focus, publicação semanal elaborada com base em projeções do mercado financeiro para os principais indicadores da economia. As informações são da Agência Brasil.
Para o crescimento da produção industrial, não houve alteração nas projeções de 11,32% para este ano e de 5% para 2011.
A estimativa para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB passou de 41,20% para 41%, neste ano, e de 39,85% para 39,70%, em 2011.
Para a cotação do dólar, foi mantida a projeção de R$ 1,80, neste ano. Para 2011, a estimativa passou de R$ 1,86 para R$ 1,89.
A previsão para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) para este ano foi ajustada de US$ 15 bilhões para R$ 15,10 bilhões. No próximo ano, os analistas esperam um superavit comercial de US$ 6 bilhões, contra os US$ 6,23 bilhões previstos anteriormente.
Para o deficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), neste ano, os analistas alteraram a estimativa de US$ 48,20 bilhões para US$ 47,57 bilhões. Para 2011, eles ajustaram a projeção de US$ 57,40 bilhões para US$ 57,99 bilhões.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) passou de US$ 36 bilhões para US$ 35 bilhões, em 2010, e permaneceu em US$ 40 bilhões, em 2011.
Acima da meta
Analistas do mercado financeiro consultados pelo BC mantiveram a estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 5,61%, neste ano. Para 2011, também não houve alteração (4,80%).
As expectativas para o IPCA estão acima do centro da meta de inflação para este ano e 2011, de 4,5%. Essa meta tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Cabe ao BC perseguir a meta de inflação e, para isso, a instituição usa como instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Quando considera que a economia está aquecida e a trajetória e a perspectiva de inflação são de alta, o BC aumenta os juros básicos.
O boletim Focus também traz projeção de outros índices de inflação, como o IGP-DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna), que, na avaliação dos analistas, deve ficar em 9,08% neste ano, contra os 9,12% previstos anteriormente. Para o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), a estimativa passou de 9% para 9,07%, em 2010. A projeção para esses dois índices no próximo ano permaneceu em 5%.
A estimativa para o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), neste ano, foi alterada de 5,34% para 5,30%. Para 2011, foi mantida a projeção de 4,5%.
A estimativa para os preços administrados permaneceu em 3,60%, em 2010, e foi ajustada de 4,70% para 4,80%, em 2011. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo, entre outros.