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Projeção de 42 mil toneladas na safra de grãos no Amazonas é mantida

Divulgação

A revisão de abril da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) manteve as estimativas para a safra de grãos 2019/2020 do Amazonas. A projeção para a produção local de arroz, feijão, milho e soja é de 42 mil toneladas, 8,5% a mais do que no período anterior (38,7 mil). A previsão foi sustentada pelo reforço das apostas no plantio de soja e pelos números exponenciais para o arroz.

A área de plantio global das culturas no Estado e seus ganhos de produtividade também foram confirmados. No primeiro caso, houve incremento de 5%, de 17,9 mil hectares (2018/2019) para 18,8 mil hectares (2019/2020). No segundo, a estimativa é que haja avanço de 3,3% na relação entre quilograma e hectare da presente safra, com 2.234 kg/ha (2019/2020) contra 2.162 kg/ha (2018/2019).

Das quatro culturas que compõem a cesta amazonense de grãos, três contam com projeção positiva e apenas uma sinaliza ser menor. Vale notar que, diferente do ocorrido no IBGE, que considera a produção dos 12 meses do ano, a sondagem da estatal leva em conta o calendário de safra, que começa em julho e termina junho do ano seguinte. 

O arroz sequeiro é o produto com o melhor índice: a projeção é de uma alta de 100% na presente safra (5.400 toneladas). No que se refere à soja, os cálculos da Conab apontam para um acréscimo de 5,7% (5.600 toneladas). As expectativas para a única safra amazonense de milho ainda são de alta de 3,3% (28,4 mil). A única retração do Estado vem do feijão (2.600 toneladas), com 18,8% a menos do que no período anterior. O Amazonas cultiva o feijão-caupi, entre setembro e outubro. 

Área e produtividade

O recuo nas expectativas para o feijão segue acompanhado pela redução de 20% em suas áreas de plantio, para 2.800 hectares. Em contrapartida, arroz (+100%) e milho (+1,8%) ganharam terreno, com 2.400 e 11,2 mil hectares, respectivamente. O mesmo não se deu com a soja que, desta vez teve sua projeção de área elevada em 9%, para 2.400 hectares.

Apesar das altas na área e produção de arroz, em termos de produtividade, não houve mudança nos números globais da produção de grãos do Estado. Feijão (+2,3%) e milho (+1,4%) alcançaram índices positivos para a razão quilograma hectare, segundo a Conab – 921 e 2.535, respectivamente. Soja (2.325 kg/he) e arroz (2.239 kg/he) seguem na direção contrária, com recuos respectivos de 3,1% e 0,5%.  

A produção de milho do Amazonas se concentra principalmente em Manacapuru e Boca do Acre, onde está o maior plantel animal – entre 60% e 70% da produção é destinada à ração. A soja é produzida em Humaitá (a 591 quilômetros de Manaus), na Fazenda Santa Rita. O arroz tem destaque nos municípios do rio Juruá, principalmente Eirunepé e Envira. O feijão é cultivado na calha do rio Purus – em especial, Lábrea e Boca do Acre.

Licenciamento e equalização

O presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, disse ao Jornal do Commercio que as projeções da Conab estão dentro do esperado, mas salientou que há uma perspectiva de ampliação da produção de soja e de milho a depender da concretização de projetos privados no Sul do Estado. “Não temos projeções porque são projetos que vão depender de conclusão de planejamento, além do licenciamento ambiental e regularização fundiária. Mas, estamos otimistas”, completou.

Presidente da Comissão da Agricultura Familiar, Agroextrativismo e Pesca da OAB, e ex-superintendente regional da Conab, Serafim Taveira observa que arroz e feijão contam com produção e área plantada relativamente pequenos, fazendo com que qualquer alteração em números absolutos represente variação significativa. Lembra também que ambos ganharam incentivo do governo estadual com distribuição de sementes. “A safra atual possui uma tendência à equalização das áreas plantadas, com o arroz crescendo e o feijão diminuindo, visto que ambos disputam espaço na várzea”, ressaltou. 

Cheia e pandemia

Já o titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural do Amazonas), Petrúcio Magalhães Júnior, que o desempenho da cadeia de grãos regional foi positivo e atribuiu os resultados às políticas prioritárias determinadas para o setor pelo Executivo estadual, e também à confiança dos produtores rurais no Plano Safra amazonense para o período 2019/2020. 

“Em parceira com a Conab, estamos distribuindo 25 toneladas sementes de milho, por meio do PAA Sementes, que beneficiará 1.238 produtores rurais no interior. Quanto ao feijão e outras culturas que foram mais atingidas pela subida dos rios, já estamos trabalhando para o fomento de outras espécies de sementes, visando minimizar prejuízos e impactos decorridos da pandemia”, concluiu. 

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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