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Profissional de Turismo enfrenta desafios amazônicos

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O Amazonas tem um potencial gigantesco quando o assunto é turismo. Considerada uma região plural por suas riquezas naturais ,o setor vem ganhando espaço, mas ainda precisa ser desenvolvido para ampliar um mercado que tem tudo para tornar-se repleto de oportunidades. Nesse cenário, a carreira do profissional de Turismo enfrenta desafios. 

Quem garante que o turismo tem muito a oferecer na área, mas requer investimentos, é a Turismóloga, Naiara Arruda, 32, formada há 11 anos, ela explica que esse profissional é capacitado a observar o fenômeno social e econômico do turismo e a partir disso elabora o planejamento, podendo transitar em todos os segmentos que envolvem atendimento, hospitalidade, organização de eventos voltados ao setor, além da organização da infraestrutura receptiva de desenvolvimento de roteiros.

A graduação em Turismo torna o profissional apto para elaborar projetos e fazer pesquisas, considerados mais abrangentes. A profissão traz um leque maior de possibilidades, porque dentro da graduação o aluno estuda sociologia, filosofia, economia, contabilidade finanças e empreendedorismo, disciplinas que num curso técnico são reduzidas. 

Naiara observa que o Turismo vem se apresentando como uma boa alternativa de economia não só para Manaus,  como para os municípios, mas que existe a necessidade de investimentos pelo governo para que a área seja uma atividade econômica prioritária.  ”Eu percebo que o mercado atua isolado, principalmente os hotéis.. A minha perspectiva com relação ao setor é que neste momento a gente ainda está muito devagar eu vejo os empresários se mobilizando muito mais do que o Estado para fazer a movimentação, principalmente, os hotéis de selvas os hostels  que se movimentam muito mais entre si do que o Estado investir na divulgação.

“A gente ainda perde muito para o Pará, infelizmente, eles investem muito mais no turismo que o Amazonas. As atividades do terceiro setor são esquecidas e isso é um erro porque o Amazonas tem muito mais a oferecer do que os outros Estados da Amazônia”, disse Naiara. 

Ela enfatiza que em 10 anos de formada não vê um planejamento estratégico na área de divulgação que interligue todos os municípios, um grande exemplo disso é que a limitação na malha aérea da capital com poucas opções de voos. “Isso é um negócio que já deveria ter sido solucionado. Muita gente sai de Manaus, poderia parar em Parintins, mas vai direto para Alter do Chão porque tem voo direto. A gente tem muito mais a oferecer. Precisamos fazer esse turista permaneça no Estado oferecer mais voos e tornar os destinos mais competitivos, isso tudo, infelizmente, o estado tem que prover”. 

Ela conta que a área exige algumas renúncias como os fins de semana, precisa falar vários idiomas,  porque o público alvo é o estrangeiro , gostar de atender pessoas e ter agilidade.A área de planejamento envolve transporte, logística, infraestrutura uma séries de coisas que precisam ser observadas ao  mesmo tempo que estiver executando a atividade. 

Outras profissões dentro da área

Atuando na área de Ecoturismo,  há 12 anos, o guia de turismo, Eduardo Ribeiro Benezar, 38, formado no curso técnico de Turismo, trabalha no município de Presidente Figueiredo. O profissional é responsável por acompanhar e orientar grupos de pessoas que estão viajando, seja em excursões, viagens internacionais ou qualquer outro tipo de viagem.

Ele conta que para atuar na profissão precisa gostar, já que a área vive em altos e baixos, por causa da sazonalidade (alta e baixa temporada). “Muita gente acha que é uma área de guia é fácil, mas quando entra, logo desiste porque não tem paciência de esperar e saber lidar com um grupo de pessoas específicas”. 

Ele acrescenta que precisa saber que é uma área em que o profissional representa a sociedade daquele local.

“Guia de turismo não é só levar as pessoas num local e apresentar. Às vezes é ouvinte e psicólogo. Você precisa ser um pouco de tudo. Para que realmente gosta é uma profissão significativa e só tem a crescer. Oferecer e receber experiências faz parte do bojo”, disse Eduardo Benazar. 

Eduardo diz que o município de Presidente Figueiredo está voltado naturalmente para o ecoturismo. É a única fonte de renda num futuro bem mais próximo e torce para que isso seja a fonte principal de renda da cidade “potencial e atrativos têm para que o turista permaneça na cidade muitos dias, porque o município é rico, mas precisa de um olhar diferenciado do governo, com medidas implementadas de incentivo e que faça algo para atrair esse turistas e mantê-los aqui”.  

A área de guia faz parte de várias categorias como o guia de turismo local ( que atuam nas comunidades e hotel de selvas), os guias regionais que guiam os turistas em todo o Estado, o guia nacional que atende em todo Brasil e o internacional que pode sair do país com um grupo de turistas. Além ter a oportunidade de atuar em turismo de aventura, ecoturismo, ecoturismo, turismo de aves observação dos pássaros e por aí vai. 

Amor pela carreira e por relacionamentos

Atender clientes e montar pacotes de viagens de acordo com a demanda de cada um é a rotina há sete anos da agente de viagem, Dulce Lima, 45. O agente de viagem é o consultor que atua em agências de turismo auxiliando diretamente os clientes na hora de escolher um destino ou adquirir um pacote. No caso de Dulce, que é dona da própria agência em home office, ela transita por todos os campos; financeiro, burocrático, coordenação e até na divulgação. De forma autônoma sobre o seu trabalho, ela monta pacotes de acordo com seu conhecimento e experiência. 

Ela também avaliza a média salarial de um agente têm oscilações por conta das datas alusivas que confrontam com a baixa temporada. Por mês o salário gira em torno de R$ 2 mil a R$2,5 mil. Dulce Lima diz que o setor começou a ser impulsionado no Amazonas, mas ainda deixa a desejar porque a região Norte abrange a Amazônia e isso retrata um potencial turístico enorme, mas que ainda precisa ser explorado pelo governo através do órgão de turismo em parceria com os profissionais do setor.

“Nos deparamos com muito amadorismo no setor turístico. Isso precisa ser mudado. Nós poderíamos nos  tornar um referencial em turismo, na Amazônia e no Brasil, mas falta muito. Mas eu torço por isso porque eu amo turismo e eu amo o que eu faço”, Dulce Lima.  

Carreira mapeada

Área de atuação 

Agências de turismo, Hotéis e restaurantes, Empresas de transporte (avião, ônibus, navios, agências de traslado, etc.), Empresas de produção e execução de roteiros turísticos Coordenação de eventos , Consultoria a empreendimentos turísticos e Empresas de marketing de turismo

Média salarial 

Segundo o guia de profissões, a média salarial de um profissional varia de acordo com o cargo que ocupa. Inicialmente em torno de R$ 2.404, Consultor de Intercâmbio a Diretor de Turismo R$ 17 mil. 

Perfil

O profissional precisa saber lidar com as pessoas. Falar várias línguas para poder lidar com os gringos que vêm visitar o Brasil, trabalhar em outro país ou nas muitas empresas turísticas que são internacionais. E consiga perceber o potencial turístico de algum lugar, cidade ou região, para que possa elaborar atividades ali.

Onde estudar

O curso de Turismo do tipo bacharelado dura em média quatro anos. O curso Superior de Tecnologia em Turismo tem duração de dois anos e é focado em aspectos mais práticos da profissão.  No Amazonas, o curso pode ser encontrado em instituições públicas ou privadas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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