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Produtos nacionais ganham valor

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Dólar valorizado minimiza efeitos da crise no Brasil, afirmam especialistas

A valorização do dólar frente ao real tem minimizado alguns aspectos da crise econômica no Brasil. Ao impulsionar a receita das exportações, o câmbio tende a compensar a alta dos custos internos da indústria, ao longo de 2015.

É o que afirmam especialistas entrevistados pelo DCI. De janeiro até a última sexta-feira, a elevação do dólar em relação à moeda brasileira foi de 16%, indo de R$ 2,65 para R$ 3,07, no período.
O professor dos MBAs da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Mauro Rochlin, diz que o efeito mais imediato do real desvalorizado é a redução das importações que leva, consequentemente, a um aumento dos preços internos. Já os impactos do câmbio sobre a exportação são mais demorados, pois dependem das relações comerciais entre as empresas dos países.

“A alta do dólar encarece a importação de insumos e de mercadorias acabadas. A indústria que precisa de matéria-prima importada, por exemplo, tem que fazer repasse de custos, encarecendo, dessa forma, a mercadoria final”, explica Rochlin.

“Além disso, sem a competição dos produtos importados, o produtor nacional tem espaço para elevar preços. O resultado disso também é uma inflação maior”, complementa o professor, ressaltando que, em setores com concorrência interna maior, o repasse de alta de preços se torna mais difícil.
Dados da balança comercial do Brasil já mostram uma expressiva queda das importações.

No primeiro trimestre deste ano, a retração foi de 13,2%, em comparação com o mesmo período de 2014.
Todas as categorias de produtos sofreram redução. As compras de combustíveis e lubrificantes, por exemplo, caíram 28%, enquanto as matérias-primas e intermediários tiveram queda de 18,8%, bens de capital (-16,3%) e bens de consumo (-13,7%). Todos esses dados são do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Para o professor de economia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Elton Casagrande, a redução brusca nas importações é temporária, e tende a diminuir à medida que o dólar se estabilize. “Uma situação é sair, muito rapidamente, de um câmbio a R$ 2,20 para R$ 3,10. Outra, muito diferente, é o dólar flutuar entre R$ 3,10 e R$ 3,20. O câmbio já não vai mais oscilar tanto daqui em diante. Os efeitos políticos já estão incorporados no dólar”, afirma Casagrande.
Apesar de pressionar a inflação, os especialistas afirmam que a valorização do dólar é necessária neste momento para minimizar os efeitos da crise econômica no país.

Ao alavancar a receita da exportação, é possível compensar a alta de custos internos e recuperar a balança de pagamentos em 2015. O professor de macroeconomia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Celso Grisi, diz que o real desvalorizado tende a favorecer a indústria nacional mesmo com a retração interna da economia, devido à necessidade de substituir produtos importados. “O câmbio atual incentiva, principalmente, a produção de máquinas e equipamentos. Insumos já é mais difícil”, diz Grisi, acrescentando que, dessa forma, é possível manter o emprego nas indústrias.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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