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Produção pecuária avança em avicultura e suinocultura

Produção pecuária no AM avança em avicultura e suinocultura

A produção pecuária do Amazonas apresentou dados positivos para a avicultura de postura suinocultura, mas voltou a pontuar desempenhos negativos para os abates da bovinocultura e produção de leite, no segundo trimestre –auge da pandemia no Estado. A conclusão vem dos dados mais recentes da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais e de Produção de ovos de Galinha, do IBGE.

De abril a junho, foram abatidos 56,8 mil bovinos, quantidade 14,1% inferior à obtida no segundo trimestre do ano passado e 0,95% abaixo da registrada entre janeiro e março de 2020. Segundo o IBGE, este é o resultado mais baixo para o período desde 2013, levando em consideração a série histórica iniciada em 1997. Na variação anual, houve uma diminuição de 14,3% no peso das carcaças e o número de informantes locais da sondagem permaneceu em 17.

Pelo menos 22 unidades federativas do Brasil sofreram retração no abate de bovinos. Na região Norte, apenas Roraima (+5,7%) registrou alta na comparação do segundo trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019. Em contrapartida, a queda mais acentuada da região veio do Acre (-15,7%), seguido pelo Pará (-15,5%) e pelo Amazonas (-14,1%). Para as carcaças, a maior redução percentual ocorreu no Amazonas (-14,4%) e no Acre (-12,3%).

O segundo trimestre de 2020 registrou abate de 1.703 cabeças de suínos, uma queda de 11,5% em relação ao mesmo período de 2019 (1.925) e um acréscimo de 14,8% no confronto com os três meses anteriores (1.451), no auge da pandemia da covid-19. A variação anual rendeu decréscimo de 30,1% no peso das carcaças (105 toneladas). Houve aumento no abate em 11 Estados. A região Norte, que responde por 1% da produção do país, compareceu apenas com  números em queda, sendo as maiores em Rondônia (-38,6% na quantidade e 52% no peso).

Leite e ovos

A aquisição de leite cru foi de 1,988 milhão de litros, entre abril e junho deste ano, sendo 14,2% inferior à registrada no segundo trimestre de 2019 (2,316 milhões) e 28,5% mais baixa do que a apresentada de janeiro a março de 2020 (2,78 milhões). Conforme o IBGE, este foi o pior resultado para o período, desde 2017, quando a captação de leite acumulada não passou de 1,573 milhão de litros.

Ao menos 16 Estados amargaram quedas. No Norte, Rondônia (+13,2%) e Acre (+27,6%) avançaram, ao mesmo tempo em que Amazonas (-14,2%), Pará (-14,5%) e Tocantins (-0,6%) recuaram. “Os segundos trimestres regularmente apresentam a menor captação, devido à etapa de entressafra nas principais bacias leiteiras do país. Os efeitos da pandemia de covid-19 também impactaram o setor, ao reduzir o consumo de derivados lácteos”, assinalou o IBGE-AM, no texto de divulgação da pesquisa. 

Em sentido contrário, a produção amazonense de ovos de galinha cresceu 9,5% no segundo trimestre deste ano (12.419 milhões de dúzias) em relação ao registro do acumulado de abril a junho de 2019 (11.344 milhões). A produção também foi 10,05% superior à apresentada no trimestre inicial de 2020 (11.285 milhões).

Houve aumentos na produção de ovos em 18 unidades federativas do país. No Norte, a variação anual rendeu resultados positivos para todos os Estados com resultados divulgados. O mais expressivo ocorreu em Rondônia (+66%), e o menor ocorreu no Pará (+1%). O IBGE destaca, no texto de divulgação da pesquisa, que os dados do abate de frango e da produção de couro não foram divulgados para o Amazonas, em razão do número reduzido de informantes locais e da necessidade de manter o sigilo sobre os mesmos.

Efeito pandemia

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, ressalta que o efeito pandemia foi decisivo para a evolução –e involução –dos indicadores da produção pecuária amazonense, especialmente quando combinado com os entraves logísticos e estruturais das atividades em nível local. 

“Vemos que a produção de ovos cresceu bastante no segundo trimestre. Há diversas causas para isso, os principais são preço menor em relação à outras proteínas, acessibilidade ao produto, e mais consumo por conta do isolamento das pessoas em casa. Os suínos também tiveram bom desempenho, principalmente por conta do preço. Já o leite é um produto que requer uma logística maior, e podem ter ocorrido alguns ruídos na cadeia, por conta da pandemia. No mesmo sentido de queda da produção, a carne bovina teve no seu preço o maior obstáculo na produção”, ponderou.

“Livre de aftosa”

O presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, concorda que a redução no abate ocorreu em razão dos efeitos locais da pandemia, que ocasionou restrições à circulação e medidas de isolamento social no segundo trimestre, período de pico para os registros e mortes pela covid-19, no Estado.

“A expectativa é de que o nível de abate, tanto de suínos, como de bovinos, tenha incremento nas pesquisas dos períodos subsequentes, principalmente em razão da redução do nível da pandemia, pela valorização da arroba do boi, e em razão da obtenção da classificação nacional do status de ‘livre de aftosa’ ‘sem vacinação’ para 13 municípios amazonenses”, concluiu. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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