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Produção pecuária mostra instabilidade em 2019, aponta IBGE

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A produção pecuária do Amazonas na bovinocultura e suinocultura apresentou resultados contraditórios em 2019, tendo sofrido desaceleração na passagem do terceiro para o quarto trimestres. E, a despeito das políticas públicas para seu incremento, segue aquém da demanda local. A conclusão vem dos dados da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais e de Produção de ovos de Galinha, divulgada pelo IBGE, nesta quinta (19).

O número de unidades produtoras de ovos no quarto trimestre de 2019 foi de 31 para todo o Estado, repetindo a performance de todos os trimestres anteriores do ano. Já a quantidade de galinhas poedeiras encolheu 2,3% no mesmo período, caindo de 1.884 milhão para 1.842 milhão. Isso não impediu que a produção de ovos avançasse 1,7% em igual intervalo de tempo, ao passar de 11.400 para 11.600 dúzias.

Na comparação anual, o fechamento de 2019 mostra que as 31 unidades produtoras empataram com registro de 2018, que já havia sido menor dos quatro anos anteriores. Já o número médio de poedeiras em 2019 foi o melhor dos últimos quatro anos (1.844 milhões), refletindo diretamente na produção de ovos (45 mil dúzias, na média trimestral) e gerando a melhor média dos últimos quatro anos.

No caso dos abates, o quarto trimestre de 2019 apontou para uma redução de 0,8% para a produção de carne bovina no Estado, entre o terceiro e o quarto trimestres, ao passar de 45.743 para 41.913 cabeças de gado. O ano se encerrou com uma produção de 247.259 cabeças abatidas, 2,3% a mais do que desempenho de 2018 (241.531).

O abate de suínos no Amazonas foi na direção contrária e encolheu 1,1% na variação trimestral, ao totalizar 1.990 (quarto trimestre) contra 2.017 (terceiro trimestre) cabeças. Somados bovinos e suínos, o resultado global da produção amazonense registrou, em 2019, sua segunda pior performance em abates em quatro anos, de acordo com o IBGE – de 59.622 para 59.094 cabeças. 

Crescimento vegetativo

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, salientou que o desempenho da pecuária do Amazonas no abate de animais e na produção de ovos, durante o quarto trimestre, sofreu variações pequenas e rotineiras, assim como ocorrido em levantamentos anteriores, sem que a produção local consiga suprir o crescimento vegetativo da população, a despeito das políticas públicas. 

"Considerando o acumulado do ano, a melhora dos abates em relação ao ano anterior foi pouco significativa e não passou de 2%, o que indica a permanência do Estado na importação de carne bovina de outro locais. Quanto à produção de ovos, o incremento de 1% na média anual reflete muito pouco no atendimento à demanda local por este produto, o que também indica que continuaremos importando ovos de galinha de outros Estados”, pontuou.

Concorrência e aftosa

O presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, disse ao Jornal do Commercio que o segmento de avicultura de postura é importante para a atividade rural do Estado, mantendo seu nível de produção e produtividade, apesar da “agressiva concorrência” de ovos produzidos no Centro-Oeste brasileiro.

No caso dos abates, o dirigente destaca o crescimento do dado do último trimestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior, que aponta incremento na pecuária de corte. No entendimento de Muni Lourenço, esse movimento pode se ampliar com a perspectiva de elevação do status sanitário de municípios do Sul amazonense, para “livre de aftosa sem vacinação”.

“Quanto ao Covid 19, a expectativa é que a pandemia do coronavirus não seja tão impactante negativamente para o setor agropecuário do Amazonas, principalmente porque o mercado consumidor interno para alimentos deve se manter e isso é importante para o bom estado de saúde da população em um momento difícil de pandemia”, asseverou.

Preços e diversificação

Já o titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural do Amazonas), Petrúcio Magalhães Júnior, considerou positiva as médias de galinhas poedeiras e produção de ovos apontados pelo IBGE, no Estado. O secretário estadual ressaltou ao Jornal do Commercio, contudo, que o setor vai enfrentar dificuldades neste início de ano, diante dos “altos preços” do milho – insumo básico para produzir ração –, concorrência externa, e pandemia do Covid-19. 

“Diante desse novo quadro, estamos atentos e tentando encontrar saídas para amenizar a crise dessa importante cadeia produtiva do Amazonas. É um setor que gera muitos empregos e produz alimento da cesta básica, além de garantir segurança alimentar e nutricional ao consumidor amazonense”, finalizou. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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