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Produção orgânica é alternativa de sustentabilidade em Maués

O agricultor José Francisco Marques –seu Baiano–, integra o quadro de agricultores que fazem parte da Reata (Rede de Agricultores Tradicionais do Amazonas), uma organização civil vinculada ao Projeto de Desenvolvimento Local Sustentável, desenvolvido através de uma parceria entre o Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável) e a GTZ (Agência de Cooperação Técnica Alemã).
Desde que passou a integrar a rede ele deixou de lado o adubo químico, o agrotóxico e agora só trabalha com adubação orgânica, especialmente a compostagem feita a partir da matéria orgânica encontrada no próprio guaranazeiro. A técnica é bem diferente e bastante econômica. Os resultados são saudáveis e os preços convidativos.

O trabalho é todo centrado no sítio Bem-Estar, pertencente a seu Baiano, localizado na comunidade Menino Deus, no município de Maués. Lá, o guaraná químico cedeu espaço para o tipo orgânico que já está sendo preparado para receber certificação.
Seu Baiano disse que começou a plantar guaraná há dez anos. Na época ele usava adubo químico, mas passou a notar que era um grave erro para os agricultores, uma vez que os resultados não eram nada satisfatórios. “Foi um período de desastre”, contou ele, ressaltando que por pouco não perdeu o pomar. O fogo foi outra consequência desastrosa para o agricultor, que não tinha noções básicas de como trabalhar sem afetar a natureza. “A minha vida é uma experiência”.
A partir de 2003 o agricultor saiu em busca de orientações e recebeu apoio do Idam. O primeiro passo foi mudar de adubo químico para o orgânico. Hoje, o guaraná que seu Baiano planta tem maior produtividade, graças ao adubo orgânico e à polinização feita pelas abelhas, que passou a criar para garantir a sustentabilidade do local.

Pomar é renovado todos os anos

O espaço, de 25 hectares, é bem administrado por seu Baiano, que planta mandioca, macaxeira, manga, acerola e verduras. No local há cinco mil pés de guaraná, parte consorciada e a outra é dividida com castanheiras e cumaruzeiros, madeiras resistentes da Amazônia que ele faz questão de mantê-las preservadas.
O guaraná orgânico é o carro-chefe de seu Baiano. Todos os anos ele faz mudas e renova o pomar. Para garantir segurança na hora da venda o agricultor garante higiene na produção, na colheita e no armazenamento, além disso, todo o processo de torrefação é bem produzido para comercializar o produto por preço justo.
O guaraná orgânico produzido no sítio Bem-Estar já tem mercado garantido em Manaus e é comercializado de várias formas: em rama, em pó ou em bastão. Seu Baiano garantiu que atualmente consegue vender um produto de excelente qualidade. “A compostagem é trabalhosa, mas compensa”, destacou.
A renda adquirida com a comercialização do guaraná orgânico ajuda no sustento da família do agricultor e é complementada com as demais produções adquiridas no local, a exemplo da farinha e o mel.
“Não vivo em função do guaraná, mas é um dos trabalhos que mais me dá alegria”.

Criação de abelhas

Outra atividade a qual o agricultor tem se identificado é a criação de abelhas. No sítio ele cria espécies variadas, entre elas a jandaira, jupará, tucanaira e a abelha sabão (batizada pelos próprios comunitários). O trabalho de criação começou em 2004 e foi intensificado a partir de 2005 com o apoio da Reata.
Foi graças às técnicas ensinadas pela rede e técnicos do Idam que o agricultor passou a trabalhar de modo sustentável e garantir uma melhor qualidade de vida para os seus familiares.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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