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Produção industrial recua 0,5% em setembro

A menor produção da indústria em setembro com relação a agosto (-0,5% na série com ajuste sazonal), assim como a desaceleração do crescimento com relação ao mesmo mês do ano anterior (5,6% em setembro, contra aumento de 6,6% em agosto) devem ser interpretados como sinais de problemas no percurso da indústria, mas não devem reduzir a importância de duas outras evidências que os dados da última pesquisa industrial do IBGE permitem detectar.
A primeira delas é que o resultado de setembro consolida a perspectiva de que a produção industrial brasileira venha a crescer em 2007 em um percentual como 5,5% para uma perspectiva de crescimento avaliada pelo mercado em uma faixa que ainda é de pouco mais de 5% (5,17%, segundo a última pesquisa do Banco Central).

Os principais indicadores que sustentam esta perspectiva mais favorável são o crescimento acumulado no corrente ano de 5,4% e a já referida evolução no mês de setembro com relação ao mesmo mês do ano passado, que, embora inferior à taxa apurada em agosto, ainda assim é condizente com um crescimento que agora é esperado para a indústria nesse ano, em torno a 5,5%.

É preciso sublinhar que este não será um crescimento dos mais brilhantes da indústria brasileira, já que em 2004, por exemplo, a produção industrial evoluiu 8,3%. Mas deixará para trás as marcas de 2,8% e 3,1% (média de 3%) dos dois anos anteriores. Novo patamar de crescimento para a indústria no corrente ano é, em resumo, o que autorizam concluir os dados do desempenho industrial de setembro.

Bens de capital

Um segundo resultado positivo e muito importante diz respeito à indústria de bens de capital. Não se trata apenas de destacar a evolução desse segmento em setembro –o único que expandiu a produção relativamente a agosto (+1,4%) e que frente a setembro de 2006 teve sua produção ampliada em 21,9% , mas também de chamar a atenção para o fato de que os ramos de bens de capital que mais crescem e mostram sinais de aceleração de seu crescimento são “Máquinas e equipamentos” e “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos”, precisamente os segmentos que mais direta e imediatamente ampliam a capacidade de produção da economia.

No mês de setembro esses segmentos cresceram 27,7% e 28,6%, respectivamente, com tendência de aumento do ritmo de expansão já que no acumulado do ano suas taxas foram de 22,8% e de 22,5%. O sinal deixado por esses resultados é que está a caminho um aumento de capacidade produtiva da economia, o que deverá diminuir o grau de utilização da capacidade produtiva na indústria e dirimir dúvidas quanto à sustentação do crescimento econômico brasileiro em termos de controle da inflação.
Como se sabe, devido ao temor de um crescimento muito acentuado da demanda sobre uma capacidade de oferta com menor capacidade de resposta, o Banco Central paralisou a redução da taxa básica de juros. Pois bem, o movimento confirmado pelos dados da produção industrial de setembro é de que a capacidade de oferta de bens não está imóvel e que sua ampliação que já vem ocorrendo, deve aprofundar-se.

Dois outros pontos merecem atenção pelo outro lado. Primeiramente, os dados de setembro deixam sugerem que o setor de bens semiduráveis e não-duráveis não conseguiu manter um ritmo de evolução maior de seu crescimento, algo que parecia ter se iniciado no mês de junho. Em setembro, com relação ao mesmo mês do ano passado esse segmento ampliou sua produção em apenas 2% e com relação a agosto com ajuste sazonal a variação foi de -0,6%. O lado bom desse resultado adverso é que o setor de alimentos, o de maior peso no setor, pelo segundo mês consecutivo apresentou variação positiva após ter declinado também dois meses consecutivos.

De qualquer forma, o segmento de semiduráveis e não-duráveis deve ser acompanhado com atenção porque o aumento da inflação nos meses de julho e agosto podem ter deprimido em termos reais o salário real com conseqüente queda do poder aquisitivo da população. Sabemos que o “repique”

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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