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Produção industrial de julho apresenta alta

Na passagem de junho para julho, descontados os efeitos sazonais, a produção física industrial apresentou crescimento de 1,0%, após incremento de 2,9% verificado no mês anterior (dado revisto). Esse bom resultado da indústria geral, superior ao esperado pela maioria dos analistas de bancos e consultorias, refletiu a elevação do nível de atividade em 17 dos 27 setores contemplados pela pesquisa do IBGE, com destaque para outros produtos químicos (4,6%) e fumo (12,0%), que integram a categoria de bens intermediários, e de máquinas equipamentos (2,0%), no segmento de bens de capital.
Em relação a julho de 2007, o setor industrial registrou expansão de 8,5% (6,6% em junho), completando uma sequência de 25 meses de taxas positivas neste tipo de comparação. A aceleração no ritmo de expansão da atividade industrial pode ser observada também no indicador de difusão da expansão: 63,3% dos cerca de 750 produtos que compõem a pesquisa industrial registraram alta, contra 60,4% em junho. Mencione-se, contudo, a influência do efeito calendário nesse resultado, pois julho de 2008 teve um dia útil a mais que o período correspondente no ano passado.
Os indicadores acumulados registram igualmente resultados positivos, com sinais de aceleração. No ano (janeiro a julho), a indústria acumulou variação de 6,6%, avançando 0,4 p.p. acima da taxa verificada até junho, frente ao mesmo período de 2007. No período de 12 meses, a indústria geral apresentou acréscimo de 6,9% em julho (6,7% em junho).
Em relação às demais classes da indústria, descontadas as influências sazonais, a indústria de transformação registrou elevação de 0,9%, enquanto a indústria extrativa mineral avançou 1,4% na passagem de junho a julho.
Nos demais indicadores, ambas as classes da indústria registraram taxas positivas. Na série mensal, em ambas as classes o nível de produção subiu 8,5% em relação a julho de 2007. Nos indicadores acumulados, a indústria de transformação registra aumento de 6,5% no ano e 6,8% em doze meses terminados em julho, enquanto a indústria extrativa mineral apresenta incremento de 6,9% e 6,4%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação.
Na avaliação do Iedi, os resultados da indústria em julho foram bastante favoráveis. Além do ritmo mais forte, a expansão da indústria se destacou pela qualidade. A liderança do setor de bens de capital é sinal inequívoco que o pujante crescimento da indústria no presente está criando simultaneamente as condições para sua sustentação no futuro. O setor acumula variação no ano de 18,1% e nos últimos meses apresenta tendência de aceleração. É uma composição muito salutar para o crescimento da indústria, pois o aumento da produção de máquinas e equipamentos se traduz, após três a seis meses em termos médios, na elevação da capacidade de produção da economia, necessária à acomodação do crescimento da demanda, sem pressões inflacionárias.

Bens intermediários

Também mostra tendência de aumento de ritmo de crescimento o segmento de bens intermediários. Esses “bens que entram na produção de outros bens” reúnem, em geral, os ramos de maior grau de utilização de capacidade. O fator positivo é que, ao lado do desempenho de sua produção, nesses setores os investimentos estão crescendo fortemente, a exemplo da indústria siderúrgica.

Pesquisa industrial 

Na passagem de junho a julho, descontados os efeitos da sazonalidade, os setores de bens de capital e de bens intermediários registraram alta, respectivamente, de 1,3% e 1,1%, atingindo seus mais elevados patamares na série histórica do IBGE. O setor de bens intermediários vem sendo positivamente afetado pela maior exportação de commodities e pelo bom desempenho da agroindústria, além do aumento do ritmo de crescimento da construção. Em contraste, nessa base de comparação, o segmento de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis apresentou variação nula, enquanto o setor produtor de bens de consumo duráveis recuou 5,2%, puxado pela queda de 7,6% na indústria de material eletrônico e equipamentos de comunicações, seguido por veículos automotores, com declínio de 1,2%.
Na comparação com julho de 2007, todos os quatro setores da indústria por categoria de uso registraram crescimento. Avançando bem acima da média global da indústria (8,5%), o setor de bens de capital (22,3%) se mantém na liderança da expansão, seguido dos setores de bens de consumo duráveis (9,8%), bens intermediários (7,5%) e bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (5,0%).
A produção de bens de capital foi positivamente influenciada pelos aumentos (de dois dígitos) em todos seus subsetores, com destaque para bens de capital para transporte (32,8%), seguido por bens de capital de uso misto (15,4%) e para bens de capital para fins industriais (15,5%). Mencionem-se, igualmente, os bons resultados dos subsetores produtores de máquinas e equipamentos para agricultura (41,7%), para transporte (32,8%) e para energia (17,2%).
O desempenho de bens de consumo duráveis foi sustentado, sobretudo, pelo comportamento de veículos automotores (16,7%), setor que mostra crescimento desde março de 2007. O dinamismo do setor automotivo está ancorado no crédito farto, com prazo mais longo que dilui o efeito da elevação dos juros em um maior número de prestações mensais. Em contraste, os efeitos das importações de bens duráveis se fizeram sentir no subsetor de eletrodomésticos, que recuou 3,7% em julho, puxado pela retração de 7,1% na linha branca (geladeira e fogão) e de 8,3% na linha marrom (TV, rádio e som).
O aumento de 7,5% na produção de bens intermediários foi apoiado, principalmente, pelos itens associados à metalurgia básica (10,0%), indústrias extrativas (8,6%), outros produtos químicos (7,8%) e minerais não-metálicos (10,5%). De acordo co o IBGE, nestes setores destacaram-se, respectivamente, os itens: produtos siderúrgicos, minérios de ferro, herbicidas e cimento.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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