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Produção de respiradores made in ZFM

Divulgação

A meta da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) é concluir, até sábado (11), o protótipo de respirador pneumáticos desenvolvido pelo Senai, com a parceria de fundações e empresas privadas. A entidade informa que já está contatando as empresas interessadas em adquirir material e fazer a produção em massa do aparelho no PIM.

A meta inicial é fabricar pelo menos 1.000 respiradores para abastecimento do Amazonas e, mais adiante, expandir a escala de fabricação para suprir outras unidades federativas do país. O vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo informou ao Jornal do Commercio que os testes continuam, em trabalhos ininterruptos – inclusive na Sexta-feira Santa. A maior dificuldade é a falta de alguns insumos, mas o dirigente estima que as peças devem chegar a Manaus neste fim de semana.

“Isso demonstra a importância do Polo Industrial de Manaus. É a nossa Zona Franca contribuindo para o bem de nosso país. Estamos desenvolvendo uma coisa que está faltando no mundo inteiro e que só tem na China. A equipe do Senai, juntamente com os técnicos da Transire, com o hospital da Sammel, e com a Fundação Paula Feitoza [FPH], estão participando desse esforço”, comemorou.

O protótipo de ventilador mecânico hospitalar está sendo desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de médicos e pesquisadores que incluem ainda o apoio do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) e a colaboração direta da Jabil do Brasil Indústria Eletroeletrônica Ltda. e do INDT (Instituto de Desenvolvimento Tecnológico).

Segundo o vice-presidente da Fieam, não deve ser difícil conseguir empresas interessadas na montagem do aparelho, dado que o nível de sofisticação do projeto não será um impeditivo para os esforços. De baixo-custo e funcional, o protótipo está sendo projetado com componentes acessíveis e fáceis de serem encontrados e, conforme Azevedo, “de uso industrial”. 

“São principalmente componentes utilizados para refrigeração e ar condicionado. Isso tudo, junto com a parte plástica também. Estamos pedindo apenas que, quanto tudo estiver pronto, o projeto não caia naquela malha burocrática governamental de certificações que fazem você se perguntar se vai dar tempo”, ponderou.  

Salvando vidas

Em torno de 5% das pessoas infectadas pelo novo Covid-19 apresentam sintomas mais graves e necessitam de internação hospitalar para cuidados intensivos. O ventilador mecânico é um elemento fundamental na estruturação de uma UTI, pois auxilia as pessoas a respirarem artificialmente, através do bombeamento de oxigênio. 

Os protótipos desenvolvidos complementam os modelos presentes nos hospitais de Manaus, em quantidade limitada, garantindo amplo atendimento, caso o número de pessoas infectadas pelo Coronavírus continue aumentando nas próximas semanas.

“Nossos melhores engenheiros e pesquisadores estão integrados a uma equipe médica especializada. (…) Somos focados na responsabilidade social e acreditamos que é papel de todos encontrar meios de ajudar a vencer a essa crise, bem como, salvar vidas. Sendo assim, queremos e faremos a nossa parte, através desse projeto”, reforçou o diretor executivo da FPF Tech, Luís Braga, em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Fundação.

“Estamos todos empenhados, Senai, FPF Tech, UEA, para termos o ventilador do Amazonas em totais condições de funcionamento, para que possa ser produzido. A sociedade reconhece e agradece a todas as instituições envolvidas pelo espírito solidário, pelo envolvimento e colaboração. Vai dar certo”, emendou o presidente do Cieam, Wilson Périco, no mesmo texto.

Cooperação técnica

Outras fábricas do PIM também se somaram a esse esforço. Na semana passada, a Moto Honda da Amazônia assinou um termo de cooperação técnica para o desenvolvimento do protótipo de respiradores artificiais com o Governo do Amazonas e a UEA (Universidade do Estado do Amazonas).

"É uma grande honra poder contribuir positivamente com a sociedade nesse período extremamente desafiador. A equipe de trabalho está engajada em absorver todo o conhecimento técnico sobre esses equipamentos e, claro, poder agregar o conhecimento da Moto Honda no desenvolvimento e fabricação, para gerar uma contribuição efetiva à sociedade”, pontuou o vice-presidente Industrial da Moto Honda da Amazônia, Julio Koga, em texto veiculado pela assessoria de imprensa do Cieam.

Desemprego e arrecadação

De acordo com Nelson Azevedo, todo o esforço está sendo feito para que o Amazonas e o Brasil consigam sair da crise do Covid-19 o quanto antes. A maior preocupação, segundo o dirigente, é com a escalada do desemprego e “’as dificuldades que a população está passando”, a despeito das iniciativas do governo federal para enfrentar a crise. 

“Sabemos que as arrecadações vão cair muito e temos medo do que pode acontecer em nosso Estado. Hoje, passei a manhã toda em reunião para saber como podemos colaborar. Porque este não é um problema meu, nem seu. Este é um momento em que temos que estar juntos, procurando vencer essa guerra contra esse nosso inimigo invisível”, arrematou. 

Acordo assinado

Em paralelo ao desenvolvimento do protótipo no Amazonas, e a diversos esforços semelhantes em todo o país, o Ministério da Saúde assinou, na noite de terça (7), o primeiro acordo com um fabricante nacional de respiradores hospitalares, desde que a pandemia chegou ao país. Numa força conjunta, a Magnamed, responsável pelo projeto, utilizará a capacidade de produção em larga escala da Flextronics, montadora internacional que normalmente atende o mercado de telecomunicações e tecnologia, para entregar 6.500 aparelhos até agosto, com expectativa de 2.000 unidades no primeiro mês.

O valor do contrato não foi revelado, mas calcula-se no mercado que cada respirador destes fique entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Ambas as empresas têm sede no estado de São Paulo. O ministério já havia comunicado os principais fornecedores de respiradores do país, em torno de quatro empresas, segundo informado pelo site de notícias UOL.

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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