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Produção de motos retoma nível de 2008

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Após três anos, o polo de duas rodas consegue se recuperar da crise econômica encostando nos números de produção de 2008 – o melhor ano para o setor – e ultrapassando as vendas do mesmo ano. No entanto, apesar dos bons resultados, a expectativa para 2012 é de apenas 5% de expansão, de acordo com a projeção da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
Segundo o levantamento da entidade, até o final deste ano, 2,141 milhões de motocicletas deverão ser produzidas no PIM, mantendo o mesmo nível de produção de 2008, quando foram fabricadas 2,140 milhões de unidades e alcançando um crescimento de 17% em relação ao ano passado. Já nas vendas para o mercado interno, a previsão é de que 2,060 milhões de motos sejam vendidas (atacado) até o final de dezembro, 13% a mais no comparativo com o ano anterior e 9,5% superior a 2008. Quanto à comercialização para o consumidor final, a expectativa da entidade é de que o ano termine com 1,929 milhões de motos emplacadas, crescimento de 7% sobre o ano passado.
No entanto, para o presidente da associação, Roberto Akiyama, em 2012, o mercado deve crescer de forma mais tímida, com avanço de 5% nas vendas – 2,154 milhões de motocicletas comercializadas e de 5% na produção, com 2,252 milhões unidades fabricadas.
“Consideramos uma continuidade dos efeitos no setor das medidas governamentais, ainda no início do próximo ano. Os esforços atuais do governo, como redução de taxas de juros, buscando minimizar os impactos da crise global são válidos, mas o início de 2012, principalmente, deverá sentir os reflexos da redução da atividade do mercado registrada no final deste ano”, justificou.
O presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Athaydes Félix, disse já contar com um crescimento menor em 2012 em função da crise global. “Provavelmente os efeitos vão respingar por aqui. Nossa aposta segue a linha de pensamento da Abraciclo. Em 2012, devemos crescer entre 5% e 6%”.
Na análise do economista José Alberto Machado, há fatores favoráveis que indicam crescimento das vendas como expansão de crédito e redução de juros – a Selic já foi reduzida três vezes seguidas- e medidas para estimular o consumo como o cadastro positivo, que permite ao adimplente pagar juros mais baratos. Além disso, conforme acrescentou, as medidas de retenção já tiveram seus efeitos.
Para o estudioso, a principal questão é relacionada ao local de produção das motocicletas no próximo ano. “Pernambuco e Bahia já começam a atrair investimentos. Se as fabricantes chinesas optarem pelo Nordeste, a tendência é todas as outras tomarem a mesma decisão, com exceção das grandes fábricas cujo remanejamento é considerado exorbitante. O segmento não está em risco para 2012, mas sentiremos os efeitos”, alertou.

Competição com a China

Outro motivo de preocupação para 2012 foi destacado pelo consultor empresarial do PIM, Teruaki Yamagishi. “O cenário para o mercado é favorável, mas com o aumento do poder aquisitivo do consumidor somado a estabilidade econômica, quem pode colher mais frutos no próximo ano são os chineses e nossa produção corre o risco de crescer e ficar estocada na fábrica”, lembrou.
José Alberto Machado acrescenta ainda que, caso medidas concretas não sejam tomadas, o segmento vai continuar sendo pressionado pelos chineses em 2012. “Além disso, pode ser um ano marcado por esse clima de mudança de local de produção”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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