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Produção de motos cresce 22% no Polo Industrial de Manaus

motocicletas

A produção das fábricas de motocicletas do PIM acelerou em maio, após a derrapagem do mês anterior. O Polo Industrial de Manaus produziu 129.781 unidades, quantidade 15,2% superior à obtida em abril (112.678). O desempenho também foi 15,2% melhor do que o do quinto mês de 2021 (103.792). Com isso, o parque fabril da capital amazonense conseguiu sustentar alta de 22,9% nos cinco primeiros meses do ano (569.598), na comparação com igual intervalo do ano passado (463.413). Foi o melhor resultado para o período, desde 2015 (580.607).

Os números são da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) e foram divulgados nesta segunda (13). Segundo a entidade, as vendas no varejo voltaram a bater recorde e as exportações mostraram recuperação. Honda e Yamaha confirmam que o desempenho é positivo, embora ressaltem que a base de comparação foi enfraquecida pela segunda onda da pandemia. As montadoras mantiveram suas projeções para 2022, mas se mostram reticentes quanto à situação de fornecimento de insumos e o mercado. 

Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, confirmou que o ritmo atual de produção está dentro do planejado para atingir as 1,29 milhão de unidades em 2022. “Estamos conseguindo atingir os patamares planejados de produção para alcançar nossa meta de crescer 7,9% neste ano em relação ao ano anterior”, comentou. “Apesar de registrarmos crescimento de quase 23% na comparação com janeiro a maio do ano passado, temos que lembrar que naquele período fomos fortemente impactados pela pandemia do coronavírus”, emendou.

O presidente da Abraciclo não entrou em detalhes sobre os entraves no fornecimento de partes e peças, problema que vem comprometendo a capacidade da oferta da indústria, mesmo diante de um mercado aquecido. Mas, garantiu que as fábricas tiveram “produção plena” em abril e maio, o que permitiu atender melhor à demanda por motocicletas. “Dessa forma, gradativamente estamos atendendo ao consumidor e reduzindo a fila de espera”, amenizou.

Vendas aquecidas

A mesma base de dados da Abraciclo indica que o varejo nacional de motocicletas acelerou. Em maio, foram licenciadas 133.344 motocicletas, volume 23,8% maior do que o do mês anterior (107.707), e 20,8% mais robusto do que o registrado 12 meses atrás (110.376). Foi o melhor desempenho para o mês desde janeiro de 2014 (149.871). Os emplacamentos somaram 515.724 unidades no acumulado de 2022, o que corresponde a uma alta de 25,6% na comparação com o mesmo período do ano passado (410.474). 

Com 22 dias úteis, maio registrou média diária de vendas de 6.061 unidades, no melhor resultado para o mês desde 2013 (6.200). Na comparação com abril, com 19 dias úteis, a alta foi de 6,9% (5.669 unidades vendidas/dia). Em relação a maio do ano passado, que teve um dia útil a menos, houve aumento de 15,3% (5.256 motocicletas licenciadas/dia).

A região que mais emplacou motocicletas nos cinco primeiros meses do ano foi a Sudeste (198.979), respondendo por 38,6% do mercado. Na sequência estão o Nordeste (155.157 e 30,1%), Norte (60.218 e 11,7%), Sul (51.736 e 10%) e Centro-Oeste (49.634 e 9,6%). Mas, a região Norte foi a que mais cresceu, ao avançar 41,9%. As três primeiras posições foram mantidas no ranking do acumulado, seguidas pelo Sul e pelo Centro-Oeste. 

As motocicletas de baixa cilindrada (até 160) representaram 83,9% das vendas no varejo, com 111.904 unidades comercializadas em maio. Os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam por uma fatia de 13,2% do mercado, com 17.537 unidades. Já as motos acima de 450 cilindradas totalizaram 3.903 licenciamentos, o que correspondeu a novamente 2,9% do total. A Street (66.470 e 49,8%) foi a categoria mais emplacada em maio, seguida pela Trail (25.019 e 18,8%) e pela Motoneta (20.433 e 15,3%).

Aquecimento e incertezas

O porta-voz é diretor comercial e de Relações Institucionais da Yamaha, Ricardo Susini assinalou à reportagem do Jornal do Commercio que a unidade local da multinacional japonesas produziu mais de 92.000 motocicletas de janeiro a maio de 2022, e que os números estão de acordo com o plano de produção estabelecido para o início do ano. O dirigente acrescenta que a procura ainda está aquecida, em função do preço dos combustíveis, do baixo custo de aquisição e manutenção das motocicletas, e do aumento dos serviços de entrega por aplicativos, impulsionados pela pandemia. 

“Ao longo de 2021 e início de 2022, a Yamaha ajustou suas linhas de produção à oferta de de insumos internacionais. As adequações garantiram a continuidade da produção sem interrupções. A situação da cadeia global de insumos para a indústria automotiva ainda não foi completamente normalizada, no entanto, a Yamaha segue produzindo conforme planejado. A Yamaha deve apresentar um acréscimo de 8% a 10%, em termos de produção, em comparação com 2021. Não houve alterações no plano de produção”, frisou.

Procurada pela reportagem do Jornal do Commercio, a Moto Honda da Amazônia respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que sua fábrica do PIM produziu mais de 450 mil unidades nos cinco meses iniciais do ano, 28% a mais do que no mesmo período de 2021. A empresa concorda que a produção vem crescendo para atender o aquecimento de uma demanda alimentada pelo “aumento expressivo de combustíveis” e do setor de delivery. Mas, preferiu não falar sobre fornecimento de insumos.

“Os dados superam os do mesmo período de 2021, devido a segunda onda da pandemia em Manaus. Apesar da demanda aquecida, sabemos que o ambiente econômico ainda apresenta incertezas e que a própria pandemia ainda não está totalmente controlada. Projetamos crescimento moderado em 2022, atingindo mais de um milhão de motocicletas. Apesar das expectativas positivas, a Honda segue monitorando atentamente o ambiente de negócios, em função das incertezas e possíveis fatores de instabilidade que existem tanto no cenário global como local”, ponderou.

COORDENADA 

Exportações também cresceram

Assim como ocorrido no mercado doméstico, as vendas externas de motocicletas reagiram, mas ainda não reagiram plenamente, conforme dados do portal Comex Stat. As exportações atingiram 5.990 unidades em maio, sendo 51,8% superiores às de abril (3.946) e 35,8% mais elevadas do que as de 12 meses atrás (4.410). No acumulado do ano, o incremento foi de 6,1%, com 21.851 (2022) contra 20.523 (2021) unidades.

Em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam, Marcelo Lima, salientou que as exportações vêm sofrendo com as oscilações do mercado estrangeiro. “A crise mundial e, em especial na América Latina, continua interferindo nas negociações comerciais. Mas, acredito que o cenário será melhor nos próximos meses. Não só para motos, como também para os produtos eletrônicos do PIM, incluindo TVs, em razão da aproximação da Copa do Mundo, em novembro próximo”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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