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Produção de motocicletas cresce 45% no 1º semestre

A produção de motocicletas no PIM (Polo Industrial de Manaus) registrou crescimento de 45% no primeiro semestre. Foram mais de 568.863 mil unidades fabricadas contra 392.217 motos produzidas no mesmo período do ano passado. Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares),este é o melhor resultado para o semestre, desde 2015, que fechou com 697.540 motocicletas fabricadas. 

Em junho, 105.450 motocicletas saíram das linhas instaladas no Polo de Manaus, o que representa alta de 1,6% na comparação com maio (103.792 unidades) e de 35% em relação ao mesmo mês de 2020 (78.130 unidades). Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o setor mantém seu ritmo de recuperação de forma consistente. 

“Ainda estamos trabalhando para atender a demanda reprimida resultado da pandemia. Todas as unidades fabris trabalham para recuperar parte do atraso registrado no primeiro bimestre devido à crise sanitária enfrentada pela cidade de Manaus”, explica.

De acordo com as montadoras, os números vislumbram um cenário de recuperação contínua para o setor. A Yamaha Motor da Amazônia seguiu o seu cronograma previsto ainda no ano de 2020, com 10% de aumento para o ano de 2021, e vem seguindo essa proposta. A empresa preparou um plano de estratégia para se adaptar ao cenário da pandemia e continuar mantendo uma produção adequada aos controles de vigilância sanitária em sua linha fabril. Além disso, foi a primeira companhia do setor automotivo brasileiro a ter uma loja 100% virtual, a Blue Store, lançada em novembro de 2019, antes do início da pandemia. 

Segundo o diretor de relações institucionais da companhia, Hilário Kobayashi, a Yamaha completou em 2020, 50 anos no Brasil, e segue acreditando que há boas perspectivas para seguir produzindo motocicletas de alta qualidade e mantendo o sentimento de entusiasmo e satisfação em manter suas atividades no PIM. Mesmo com o fechamento do comércio, o setor de oficinas da empresa permaneceu funcionando na maioria das cidades, e com isso foi possível prestar o atendimento de manutenção dos clientes da marca. 

“Essa foi uma ótima alavancagem de vendas no atendimento ao mercado consumidor durante o período mais agudo de enfrentamento ao coronavírus, pois mesmo com o atendimento presencial prejudicado o consumidor teve acesso a motocicletas, peças e acessórios”,disse. 

Kobayashi reforçou que, o uso da motocicleta como veículo alternativo ao transporte público, o reconhecimento da motocicleta como segundo veículo da família para os deslocamentos para o trabalho e lazer e o uso profissional pelos moto-entregadores, foram os principais fatores que mantiveram o mercado consumidor aquecido. 

“Esses fatores contribuíram para manter o mercado aquecido. Principalmente o uso profissional pelos moto-entregadores, os heróis no momento mais crítico da pandemia, em que todos se isolaram e eles foram a campo levar remédios e comidas à casa das pessoas e que representam para muitos a reinserção no mercado de trabalho diante das demissões em razão do fechamento de estabelecimentos comerciais”, explicou.

Com o retorno da fábrica em todos os turnos, a Moto Honda da Amazônia segue projetando crescimento para o ano de 2021, mas mantém a cautela, dado o grau de incerteza no controle da pandemia e de seus impactos em toda a cadeia de negócios. Para a empresa, o lado positivo é que no segmento de motocicletas, a demanda manteve-se resiliente, devido ao fato de o veículo exercer um papel fundamental no Brasil de hoje, para o deslocamento diário, geração de renda ou lazer.

Segundo o vice-presidente industrial da empresa, Julio Koga, a motocicleta tem se transformado em uma opção economicamente mais barata que o automóvel e vem contribuindo de forma positiva, apesar do desequilíbrio entre a oferta e a demanda devido a parada necessária ocorrida na fábrica. Além disso, ele destacou o desempenho da economia como ponto positivo no desempenho do setor.

“O desempenho da economia é positivo porque gera mais emprego e aumenta o consumo no mercado. No mercado de motocicleta teve uma recuperação acima das nossas expectativas. Recuperou muito mais rápido. A demanda de serviço de entrega cresceu muito e as pessoas encontraram no segmento a oportunidade de trabalhar”, disse.

Koga destacou, as estratégias da companhia para manter a produtividade e preservar a qualidade de seus produtos para o mercado consumidor. “Estamos mantendo a estratégia de produção, e a empresa está bastante engajada ainda na modernização da planta fabril em três anos, que visa fazer a modernização e implantar novas tecnologias de produção. O objetivo é tornar essa fábrica cada vez mais competitiva e referência em termos de motocicletas”, disse.

Otimismo

Ao analisar o cenário atual, o presidente da Abraciclo afirmou que o volume produtivo segue o ritmo esperado pela Associação, mas não descarta a possibilidade de revisar para cima a projeção anual nos próximos meses. A perspectiva atual da Abraciclo é de fabricar 1.060.000 motocicletas neste ano.

“Se necessário, isso será feito no segundo semestre. Existem condições favoráveis, mas também uma série de fatores, como o aumento dos juros, do índice de desemprego e da diminuição da renda dos brasileiros, que ainda pode impactar o mercado”, explica Marcos Fermanian. 

Vendas no varejo

No primeiro semestre, os licenciamentos somaram 517.154 unidades, aumento de 47,7% em relação ao mesmo período de 2020 (350.141). As categorias mais emplacadas foram Street (250.131 unidades e 48,4% do mercado), Trail (109.401 unidades e 21,2%) e Motoneta (70.503 unidades e 13,6%).

Em junho, foram emplacadas 106.680 motocicletas, retração de 3,3% na comparação com maio (110.376 unidades).Na comparação com junho do ano passado, que teve 45.855 unidades licenciadas, houve aumento de 132,6%. “A entrega de modelos de média e alta cilindrada já está regularizada. Já as motocicletas de baixa cilindrada e scooters ainda têm fila de espera e os consumidores precisam esperar um pouco mais”, diz Fermanian. 

Com 48.580 unidades emplacadas e 45,5% de participação no mercado, a Street liderou o ranking das categorias mais vendidas. A vice-liderança ficou com a Trail (24.748 unidades e 23,2% do mercado), seguida pela Motoneta (15.962 unidades e 15%).

A média diária de vendas em junho, que teve 21 dias úteis, foi de 5.080 motocicletas. Em relação a maio que teve o mesmo número de dias úteis, o volume foi de 5.256 motocicletas vendidas/dia, queda de 3,3%. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve 20 dias úteis, foram emplacadas 2.293 motocicletas/dia, alta de 121,6%.

Exportações

No primeiro semestre, foram exportadas 26.260 motocicletas, volume 148,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (10.558 unidades). De acordo com dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat,a Argentina foi o país que mais recebeu motocicletas produzidas no Brasil, com 8.345 unidades e 30,8% do total exportado. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar (5.838 unidades e 21,6% das exportações), seguido pela Colômbia (5.457 unidades e 20,1%). 

“Os Estados Unidos se tornaram um mercado cativo, graças aos investimentos das fabricantes nacionais para aperfeiçoar cada vez mais seus processos produtivos e, com isso, elevar os níveis de qualidade e segurança das motocicletas”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. 

As exportações em junho somaram 4.409 motocicletas – praticamente o mesmo volume registrado no mês anterior, que foi de 4.410 unidades. Na comparação com o mesmo mês de 2020 (3.071 unidades), a alta foi de 43,6%. A Argentina foi o principal parceiro comercial com 1.425 motocicletas embarcadas, o que corresponde a 30,7% do volume total exportado. Na sequência do ranking, vieram Colômbia (1.208 unidades e 26% das exportações) e Austrália (616 unidades e 13,3%).

Foto/Destaque: Divulgação

Antonio Parente

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