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Produção de bicicletas tem recuo em fevereiro, aponta Abraciclo

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O PIM fechou fevereiro com 60.398 bicicletas fabricadas, 7,1% a mais do que em janeiro (56.410) e 8,6% abaixo do total produzido pelos fabricantes de Manaus no mesmo mês de 2019 (66.110). Com isso, o acumulado também ficou negativo, já que a produção do bimestre não passou 116.808 bicicletas, volume 6,3% aquém do contabilizado em igual intervalo do ano passado (124.721 unidades).

Os dados foram divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) nesta quinta (12). A entidade atribui a retração – a primeira depois de meses seguidos de altas sustentadas – à maior ocorrência de chuvas neste ano e se preparando para o novo cenário que desponta a partir da eclosão do Covid 19 e seu impacto na economia global.

De acordo com o vice-presidente do segmento de Bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, as fabricantes estão adequando seus planos de produção neste primeiro trimestre para equilibrar estoques diante da redução temporária da demanda, além de já levarem em consideração os possíveis efeitos do novo coronavírus no fornecimento de peças e componentes importados, sobretudo vindos da Ásia.

A Abraciclo, contudo, ainda demonstra otimismo e sustenta sua projeção divulgada no começo deste ano. A expectativa da entidade é encerrar 2020 com 987.000 bicicletas produzidas no PIM, o que corresponderia a uma elevação de 7,3% na comparação com o total fabricado ao longo de 2019 (919.924).

“A redução reflete o impacto das fortes e constantes chuvas nos negócios, principalmente na região Sudeste do país. Como se sabe, esta condição climática costuma dificultar o uso de bicicletas e, consequentemente, impede a evolução dos negócios, que vinha sendo constante nos últimos meses”, reforçou, no texto distribuído pela assessoria de imprensa da Abraciclo.

O executivo lembra que o aumento da fabricação atende à demanda do mercado, que vê no produto nacional o mesmo padrão de qualidade das marcas globais, além do preço mais acessível. “E o uso da bicicleta nos deslocamentos nas médias e grandes cidades tem sido estimulado como opção flexível, ágil, não poluidora e saudável para a mobilidade e, certamente, isso deverá crescer ainda mais”, assinalou.

Regiões e categorias

A retração de fevereiro foi impactada pelo fato de que apenas duas das cinco regiões brasileiras conseguiram números melhores de vendas do que os de 2019: o Nordeste (+47% e 10.416 unidades) e o Centro-Oeste (+26,2% e 4.880). Majoritário, o Sudeste (30.624) sofreu recuo de 9,3%, assim como ocorrido no Sul (-26,9% e 9.732 unidades) e no Norte (-41,4% e 4.746).

Apesar de contar com apenas 1% de participação no mercado nacional, a categoria Elétrica registrou a maior variação de crescimento de produção em fevereiro (+269,9% e 714 unidades). Outro destaque foi a categoria Estrada (2,2% e 2.593), que avançou 66,3%. Majoritária no bolo, a Mountain Bike (MTB) encerrou o mês com 33.568 bicicletas produzidas, mas o montante ficou 18,1% abaixo do registrado 12 meses antes.

Crédito e ciclovias

Em sintonia, o vice-presidente da Fieam e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, Nelson Azevedo, destaca que os juros comparativamente menores e a maior facilidade no crédito vêm ajudando o consumidor a ter acesso ao produto, em um panorama em que as bicicletas mostram mais vantagens de locomoções em centros urbanos. O dirigente avalia também que a queda de fevereiro não sinaliza uma reversão na tendência ascendente de produção e vendas do segmento.

“Não sei o que ocorreu. Talvez tenha ocorrido uma sazonalidade, ou tanto o consumidor quanto os fabricantes estivessem reavaliando o cenário econômico pós-Carnaval. Embora as empresas façam ajustes no mês a mês, levam em conta o desempenho em períodos mais longos, e ainda não finalizamos o trimestre. Vamos ver como será o comportamento do mercado em março. Quanto ao coronavírus, as fábricas têm estoque até abril. Se tivermos algum problema, ele só ocorrerá em maio”, ponderou. 

Importações e exportações

O polo de bicicletas do PIM fechou fevereiro com recuperação nas importações de produtos prontos, mas a expansão foi maior nas exportações de bicicletas ‘made in Manaus’, conforme dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo. 

No mês, foram importadas 3.534 bicicletas, 42,1% a menos do que em 2019. A China (2.565 unidades e 72,6% de participação), sendo seguida por Portugal (471 e 13,3%) e Taiwan (407 e 11,5%). Em paralelo, as vendas externas de bicicletas brasileiras avançaram 96,2% e somaram 1.183 unidades. Os destinos preferenciais foram Paraguai (572 unidades e 48,4% de participação), seguido por Bolívia (490 e 41,4%) e China (112 e 9,5%).

Em depoimento anterior ao Jornal do Commercio, o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam, Marcelo Lima, já havia destacado a qualidade comparativamente melhor do produto nacional frente à média dos similares importados. Previu também novas altas nas exportações, graças à maior demanda paraguaia e a despeito dos problemas apresentados em mercados importantes para o PIM, como a Argentina. Mas, o executivo não deixou de mostrar preocupação com os efeitos do Covid 19 no comércio exterior do Amazonas. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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