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Primeira Street Store Manaus doa mais de 14 mil peças para moradores de rua

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Roupas e calçados foram organizados por voluntários. O evento contou também com vários atendimentos de saúde

O Centro da capital amazonense transformou-se em uma grande loja solidária neste domingo (5). A parede do Colégio Amazonense Dom Pedro II, na Avenida Sete de Setembro, virou um grande mostruário para a primeira edição do bazar ‘Street Store Manaus’. O Portal Amazônia acompanhou o evento que trouxe esperança para os moradores de rua.

Os responsáveis pela ação em Manaus são José Hilton da Silva e Lúcia Bareira da Silva. Porém, a ‘Street Store’ é uma iniciativa antiga, a primeira edição aconteceu na África do Sul, depois da Copa do Mundo. Nas redes sociais, Lúcia achou um vídeo do evento e se apaixonou. “Sempre tive vontade de participar de algo grandioso, e logo, mostrei para o meu esposo (José) que imediatamente abraçou a ideia. A vida dos moradores de rua é tão sofrida, estamos apenas amenizando essa dor”, disse entre lágrimas.

Após assistir ao vídeo do Street Store África do Sul, José que é fotógrafo logo espalhou a notícia através do aplicativo WhatsApp. Ele é acostumado a fazer ações sociais, incluindo comunidades indígenas. Apesar da correria, ele atendeu à reportagem e contou sobre a experiência. “Ninguém é melhor ou inferior em relação ao outro. Ajudar ao próximo deixa o mundo muito melhor. O trabalho é árduo, mas não tem ninguém cansado é sem dúvidas algo para se levar para a vida”, garantiu.

Roupas, calçados, bolsas e chapéus. Ao todo a organização conseguiu juntar mais de 14 mil peças. Os cabides com a logomarca do evento foram pendurados na faixada do Colégio Dom Pedro e voluntários organizavam o espaço. Na Praça Heliodoro Balbi, mais conhecida como Praça da Polícia, aconteceram vários atendimentos, como por exemplo, corte de cabelo, fisioterapia, tratamento dentário e uma área exclusiva para animais abandonados.

Oportunidade

Os moradores de rua aproveitaram a oportunidade para escolherem as melhores peças. Maria Aparecida, por exemplo, chegou cedo e garantiu a roupa de seus filhos. João Batista calçou um tênis branco e logo mostrou para os colegas. Alguns não quiseram ter o nome divulgado, mas falaram sobre a importância de serem reconhecidos. “É difícil o seu filho pedir um sapato novo ou uma roupa e você não ter dinheiro para comprar”, revelou uma moradora de rua que não segurou as lágrimas.

Deitado em uma maca, o vendedor de latas, Raimundo Pessoa, fazia uma sessão com a fisioterapeuta. O flanelinha, Pedro Lucas, buscou em primeiro lugar uma vaga para aplicação de flúor nos dentes. Outros foram para aferir a pressão, checar a taxa de glicose ou apenas receber uma massagem.

Voluntários

O hair stylist, Wilk Cidade, decidiu levou uma equipe para fazer corte de cabelo. Ele contou que fez uma promessa a Deus e agora está cumprindo. “Prometi que quando tivesse condições ajudaria aos necessitados. Estamos aqui dando alegria e trabalhando na auto estima deles. É um trabalho lindo e todos deveriam participar, o mundo necessita ficar unido”, garantiu o profissional.

Já a cantora indígena, Djuena Tikuna, mostrou um pouco da cultura amazônica para o público do ‘Street Store’. Ela entoou algumas canções em sua língua de origem e emocionou quem passava na Praça. “É um trabalho com uma sensibilidade incrível. Quando o José (Hilton) me convidou para participar do evento eu não pensei duas vezes. Não é todos os dias que podemos ajudar. As pessoas deveriam parar um pouco e começar a contribuir”, disse.

Próxima edição

De acordo com José, a segunda edição do ‘Street Store Manaus’ está cotada. Ele fará uma reunião com a direção da Secretaria de Cultura do Estado (SEC) para pedir que a faixada da Praça Jefferson Peres, localizada na Avenida Sete de Setembro, seja palco do segundo bazar. “Ainda não foi nada decido, mas provavelmente será em Setembro. Se não conseguimos a preça veremos um outro lugar”, afirmou.

Sobre o evento

A iniciativa começou na Cidade do Cabo, localizado na África do Sul. A ideia é que os moradores de rua possam escolher suas roupas totalmente de graça. No local escolhido para sediar o bazar são confeccionados cartazes de papelão para criar um espaço de ‘loja’. No Brasil, as cidades de Recife, São Paulo, Belém e Belo Horizonte já fizeram edições do evento.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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