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Presidente Dilma refuta corte de gastos

Em entrevista publicada ontem no jornal espanhol “El País”, a presidente Dilma Rousseff refutou que pretenda reduzir gastos do governo federal para assegurar estabilidade nas contas públicas. Queixou-se, em vez disso, de que reduziu ao longo de seu mandato uma série de impostos, mas continua sendo criticada.
“Nós não estamos nessa fase [de cortar gastos], não temos uma dívida como a da Espanha, temos 35% de dívida líquida [ou 58,8%, segundo a metodologia internacionalmente aceita, que é a dívida bruta]. Nós temos superavit primário. A discussão no Brasil é se o superavit primário será de 1,8%, 1,9% ou 2%. É essa discussão. Não é se nós aumentamos a dívida. É diferente aqui”, disse Dilma.
“E eu quero ter 5,2% de desemprego, e não quero aumentá-lo. Porque dizem: ‘Não, vocês precisam aumentar o desemprego’. Que aumentem eles! Nós continuaremos impedindo que o desemprego se amplie. Por isso desoneramos a folha de pagamento [as contribuições do INSS deixaram de ser descontadas das folhas para serem retidas do faturamento bruto das empresas]. Não reduzimos os direitos sociais. Estamos com a renda crescendo. Aqui é assim”, continuou.
“Agora nós somos criticados por termos reduzido os impostos. Não sei se você sabe disso.”
O Palácio do Planalto tem sido criticado por sua política fiscal. No último sábado, a Folha de S.Paulo mostrou que, graças à redução da meta de economia para pagar os juros da dívida e às receitas extras do programa de parcelamento de dívidas tributárias, o governo elevou em R$ 16,3 bilhões a previsão de despesas neste ano, em relatório bimestral divulgado na semana passada.
A decisão tende a agravar as preocupações de analistas e investidores com a deterioração das contas federais, ainda mais com a proximidade das eleições presidenciais do próximo ano. Na tentativa de estimular o consumo e o investimento, o governo mantém em elevação permanente suas despesas, o que acaba alimentando a inflação. A tendência pode se agravar com a esperada alta das cotações do dólar. O cenário de desaceleração econômica, com PIB baixo, é motivo de preocupação extra.
“Esta semana resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era 0,9%, passou para 1,5%. Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado o PIB. Isso acontece com outros países também. Os Estados Unidos sempre revisam seu PIB. Agora nós neste ano vamos crescer bem mais do que 1,5%”, disse a presidente.
Dilma afirmou que, entretanto, sua relação com os empresários brasileiros é boa. Questionada se eles se davam melhor com seu antecessor, o ex-presidente Lula, disse: “Não creio que seja isso. Não creio. Acho que é um pouco de lenda”.
A presidente comemorou ainda as últimas concessões, de petróleo e de aeroportos, e previu sucesso nas licitações de rodovias e de campos de gás.
“Nos campos de gás pagaram a garantia para participar 12 empresas, e o das rodovias ainda não fechou, mas há pouco tempo tinha sete grandes grupos interessados”, disse.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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