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Prejuízo já ultrapassa R$ 100 milhões

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De acordo com dados divulgados pela Sepror (Secretaria de Estado da Produção Rural) ontem (28), os prejuízos amargados por agricultores e pecuaristas já chegam a R$ 101.687.939,76. Para o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas), Muni Lourenço Silva Junior, o momento é de buscar recursos financeiros e livrar o rebanho do risco de mortalidade. Nos 41 municípios avaliados pelo Idam (Instituto de Desenvolvimento Rural e Florestal Sustentável do Amazonas), o número de famílias afetadas pela enchente é superior a 22 mil.
Segundo o levantamento das perdas agrícolas da enchente, a cultura de mandioca continua sendo a mais prejudicada, com um volume de perda calculado em R$ 19.094.422,50. Na sequência, a banana (tendo perdido R$ 14.745.049,40 em cachos), hortaliças (R$ 13.303.524,20) e o maracujá (R$ 10.951.670,00).
Pecuaristas de várzea também não têm sido poupados. Só com a pastagem, os danos margeiam R$ 5.249.500,00. Bovinos (R$ 3.209.911,76), suínos (R$ 566.400,00), aves (R$ 426.295,00) e ovinos (R$ 159.400,00) somam R$ 4.362.006,76.
“Como o rebanho de várzea está sem pasto, os pecuaristas foram forçados a migrar para terra firme, o que tem causado a superlotação de animais em pequenos terrenos”, explica Lourenço. Além das perdas com os terrenos inundados, os empresários agora sofrem para multiplicar o volume de ração disponível no mercado. Em condições normais de pastagem, são necessárias 30 toneladas para abastecer os pecuaristas no Amazonas. Atualmente, esse número multiplicou.
O secretário da Sepror, Eron Bezerra, destaca que os prejuízos com a enchente em 2012 já resultaram em gastos maiores que os acumulados em 2009 –na cheia que era apontada como a maior já registrada no Amazonas. “Só a agricultura familiar aumentou em 70% no Estado, principalmente nas áreas de várzea”, diz.
Para contribuir com os agricultores afetados, Bezerra adianta que a secretaria já começou a distribuir sementes para que os produtores possam reestruturar suas culturas assim que as águas baixarem.

Cheias em Manaus

Tendo como base o boletim nº 19 emitido pelo CPRM (Serviço Geológico do Brasil), 76% das cheias em Manaus alcançam seu ápice no mês de junho, 19% em julho e 6% em maio. Deste modo, nota-se que a enchente certamente alcançará níveis ainda maiores. “Por isso, a importância de os produtores renegociarem suas dívidas e estudarem novos financiamentos”, alerta Bezerra.
Por meio da assessoria de comunicação, a Afeam (Agência de Fomento do Estado do Amazonas) confirmou o lançamento do programa que beneficiará agricultores com R$ 10 milhões até o final de 2012. Embora sem data pré-definida, a expectativa é que o projeto seja lançado pelo governador Omar Aziz nas próximas semanas.

Liberados R$ 350 mi aos atingidos

O Conselho Monetário Nacional já autorizou a liberação de R$ 350 milhões para atender todos os setores produtivos atingidos pelas cheias no Amazonas. A verba autorizada por meio do FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte) está à disposição do Basa (Banco da Amazônia).
A margem de financiamento começa em R$ 12 mil para agricultores familiares, com taxa de juros de 1% ao ano e prazo de dez anos. No caso dos agricultores não familiares, o limite é de R$ 100 mil, a alíquota salta para 3,5% ao ano e o prazo cai para oito anos. Em ambos os casos, a carência é de até três anos. Para as demais atividades (comércio, prestação de serviços e setores da indústria), o limite permanece em até R$ 100 mil com 3,5% de juros ao ano e prazo de cinco anos, tendo um ano de carência.
Neste momento, a prioridade é divulgar os detalhes desta nova linha de crédito emergencial para os produtores às margens dos rios. As novas solicitações de financiamento podem ser feitas até o dia 31 de dezembro deste ano.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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