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Prefeito Arthur Neto cita desafios da ZFM em mensagem na CMM

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O prefeito de Manaus Arthur Neto, realizou ontem (6), em sessão solene na CMM (Câmara Municipal de Manaus), leitura da mensagem governamental, que marcou início das atividades da casa. Na ocasião, ele fez um breve balanço de sua gestão, falou de novos projetos para o município e citou os desafios da ZFM ( Zona Franca de Manaus) frente a nova política da reforma tributária do novo governo federal.

Nas finanças municipais, prefeito ressaltou que em 2013, recebeu a administração da cidade com um rombo de R$ 347 milhões, das quais foram quitados R$ 14 milhões. E disse que pretende deixar a administração sem dívidas e com dinheiro excedente em caixa.

“Seria um ‘milagre’ inédito no Brasil, da Manaus dívida zero, conseguindo o que o Brasil ainda não logrou conquistar. Atingindo um ponto que não é comum aos demais entes da federação”, disse.

Na questão fiscal, o prefeito disse que foi repassado à STN (Secretaria do Tesouro Nacional), todos os dados com o balanço da atual situação do município, e ressaltou que Manaus hoje, é procurado por instituições financeiras, para financiamentos de obras de infraestrutura, escolas e creches.

“Temos os dados do STN, Manaus segue firme e consolidada na classificação Máxima. Somos A, e isso continuará abrindo portas para novos investimentos. É legado que ficará para próximos gestores”, explicou.

Zona Franca

Artur Neto ressaltou, que quando se trata de Zona Franca de Manaus, é necessário levar em consideração não apenas a questão econômica dos incentivos fiscais, mas também, a importância da variável ambiental para a preservação da floresta amazônica e, reforçou que a governança sobre a floresta exige sensibilidade e responsabilidade.

"Quando se faz a relação medíocre do custo do emprego com o valor dos incentivos, é de uma mediocridade tão lamentável, porque estamos esquecendo de coisas tão óbvias que é a floresta amazônica. O governo precisa entender que a Zona Franca é a grande fiadora da floresta em pé essencial. Se acaba o modelo, teremos sem dúvidas, como recursos dos desesperados, os avanços na floresta. E ela seria devorada muito rapidamente pela necessidade de sobrevivência das pessoas. Perderíamos os rios, as biodiversidade e as águas que seriam as grandes commodities da metade do século XXI”, disse.

Em seu discurso, defendeu ainda, a postura da política nacional frente a defesa do modelo, e citou, o reconhecimento da OMC (Organização Mundial do Comércio) como incentivo a defesa da principal estrutura econômica do Estado. E adotou o tradicional discurso, de que é preciso pensar e criar outras matrizes econômicas para o desenvolvimento do Estado.

“A Organização Mundial do Comércio sabe do peso ambiental que nós temos e, hoje é uma demonstração de estupidez e vesguice, cegueira intelectual, cegueira cívica, econômica, social e de estratégia, a ideia de que temos que focar em apenas números. Temos que agregar novas matrizes e soerguer a zona franca para termos tempo político e econômico para novas matrizes”, disse.

Além disso, defendeu melhores estruturas do modelo,nas áreas da internet; telefonia celular; portos; hidrovias e a BR-319; treinamento urgente de mão de obra; investimento em capital intelectual; aplicação correta e útil de recursos de P&D (Pesquisa e desenvolvimento); investimentos em inovação tecnológica, atração de novos polos, e a introdução da biotecnologia no processo de produção.

O prefeito destacou também, que é necessário o PIM observar as constantes transformações do novo modelo industrial globalizado de novas tecnologias e, disse que é preciso se renovar, para se modernizar e acompanhar o crescimento da indústria 4.0 e, e citou recentes derrotas do modelos, como a saída da PepsiCo, que segundo ele, 51 de empregos diretos e cerca de R$ 500 milhões a menos no faturamento do PIM.

“A história do fechamento da PepsiCo rememora outras histórias de fracassos que temos vividos em passado próximo ao modelo Zona Franca. O concentrado de refrigerante que era fabricado em Manaus, agora será produzido no Uruguai, gerando emprego, renda e tributos aos uruguaios. Esta é a lógica que está em curso, ameaçando de morte a indústria que mantém a principal floresta tropical do mundo em pé”, frisou.

Prefeito Arthur Neto também aproveitou para fazer um balanço de sua gestão

Educação

Na área da educação, o prefeito afirmou que foram convocados mais de 1.300 professores aprovados em concurso público, e foram entregues 22 obras financiadas pela gestão municipal e pelo Banco Mundial, ofertando cerca de 17.600 vagas na rede escolar. “Reduzimos consideravelmente a evasão nas escolas e nossos alunos e professores vencedores de várias premiações nacionais e internacionais”, disse.

Saúde

Na área da saúde, o prefeito citou a entrega de unidades de atendimentos fluviais, que percorrem as calhas do Rio Negro e Solimões, para levar atendimentos médicos aos ribeirinhos, por meio do programa “Mais Saúde” com médicos que realizam atendimentos básicos.

“Entregamos unidades de saúde, incluindo um moderno laboratório, e conseguimos superar a ameaça do sarampo que voltou para o Brasil após anos de erradicação”, completou.

Oposição aponta ausência de temas relevantes na pauta

Para o vereador Chico Preto (PMM), um dos principais opositores do prefeito na casa, Arthur Neto utilizou a tribuna em um discurso que abordou grandes temas nacionais,  e pouco focou nos problemas atuais do cotidiano da cidade. Ele ressaltou ainda, que o objetivo da leitura da mensagem, é uma prestação de conta do que a administração municipal fez, e qual plano de meta será construído para o desenvolvimento da cidade em 2019, e não uma oportunidade para demonstrar campanha.

“Eu vi um prefeito de menos e um candidato forte e aguerrido ao senado 2022. Porém, ele esqueceu, que ele é o prefeito de Manaus, e como prefeito, tem que falar de como pretende enfrentar o problema do transporte coletivo, a questão da mobilidade urbana e de como pretende enfrentar os problemas de infraestrutura. Os buracos continuam tomando conta das ruas, faltou abordar temas como esse. Na minha opinião ele não falou dos problemas próprios da cidade na condição de prefeito.  Eu folheei a mensagem e não vi na parte de infraestrutura os problemas do trânsito, transportes coletivos, e nada a respeito de um plano de mobilidade, que é um dos maiores problemas que a cidade de Manaus enfrenta. Não podemos negar que Manaus está a cada dia parando, e isso requer obra, requer planejamento e nada disso foi falado no plano dele”, disse.

O vereador reforçou, que vai entrar com um requerimento defendendo uma audiência pública, para descobrir como anda o papel da prefeitura, diante do plano de mobilidade urbana e com a finalidade de pautar os grande problemas que a cidade tem enfrentado.

“A prefeitura tem uma responsabilidade e um conjunto de ideias que somam R$ 2,7 bilhões, e a prefeitura tem que vir dizer não só para os vereadores, mas para Manaus, o que está fazendo para garantir uma melhor mobilidade, que significa uma melhor economia, uma melhora relação social e melhor saúde para o povo de Manaus. Com o prefeito fugindo do assunto, a situação da cidade só piora”, frisou.

Por dentro

Os novos integrantes da Câmara Municipal de Manaus são Eloi Abreu (PHS), Ceará do Santa Etelvina (DEM), Amauri Colares (PRB), Mirtes Sales (PR), Alonso Oliveira (PTC), Ronaldo Tabosa (sem partido) e Dante (PSDB).

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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