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Preço tem que cair pela metade

Para ser competitivo com outras matrizes energéticas o preço do gás natural no Brasil tem que cair pela metade, avaliou hoje o secretário de desenvolvimento e planejamento energético do Ministério de Mina e Energia, Altino Ventura Filho.
“Se o preço cair para US$ 5/US$ 6 o milhão de BTU (medida de energia) é possível colocar as usinas térmicas a gás natural para operar na base (da matriz energética)”, disse durante o seminário Brazil Energy and Power.
A expectativa é de que com o leilão de gás não convencional que será realizado em novembro deste ano, novas descobertas viabilizem o aumento da oferta. A tendência, segundo o executivo, é de que usinas térmicas sejam instaladas “na boca do poço”, usando o gás para gerar energia.
Operar na base, segundo jargão de mercado, é permitir que a energia gerada nessas usinas térmicas seja incorporada ao consumo normal de energia do país e não dependam de uma seca nos reservatórios das hidrelétricas para serem ligadas, como ocorreu este ano.
De acordo com Ventura Filho, entre 2025 e 2030 já não haverão hidrelétricas para serem construídas no país, pelo esgotamento dos espaços em rios, e a tendência é que cada vez mais as usinas térmicas façam parte da base da matriz energética brasileira.
“Vamos precisar de geração nuclear, carvão e gás para substituir as hidrelétricas, desde que o preço seja competitivo”, explicou.
Ele afirmou que a expansão da energia nuclear vai depender da aceitação desse tipo de energia pela sociedade, e o carvão também enfrenta problemas pela poluição. Por estes motivos, o uso de gás natural vem sendo avaliado pelo governo como a energia mais viável, se o preço for reduzido.
Fontes mais limpas como eólica e solar são consideradas apenas complementares, porque não possuem volume suficiente e geração constante como outras fontes.
Segundo o secretário, ainda existe incerteza sobre o aproveitamento do gás produzido no pré-sal, cujos campos da bacia de Santos ficam muito longe da costa, a cerca de 300 quilômetros.
“A prioridade lá (no pré-sal) é reinjetar gás para aumentar a produção de petróleo, mas se pensa em produzir GNL (Gás Natural Liquefeito) também no meio do mar para reduzir a importação”, disse o secretário, que também ressaltou que até hoje não se sabe direito o volume de gás nos reservatórios do pré-sal.
A Petrobras vem sendo obrigada a importar GNL para abastecer as usinas termelétricas brasileiras. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Gas Energy, Marco Tavares, presente no evento, a empresa tem importado GNL a US$ 15 e vendendo a US$ 10 para as térmicas.
A estatal também tem perdas importando gasolina e diesel mais caro no mercado internacional do que vende no mercado interno.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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