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Preço de commodities reduz ritmo de alta do IGP-DI

A inflação medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) perdeu força em abril, registrando a menor taxa do ano. O índice registrou alta de preços de 0,50% no mês passado, após avançar 0,61% em março, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Embora não seja mais usada para reajustar as tarifas de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda é utilizada como indexador das dívidas dos Estados com a União. Com o resultado divulgado hoje, o indicador acumula alta de 3,07% no ano e de 10,84% em 12 meses, a mais baixa desde novembro do ano passado (10,75%).
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o preço das commodities agrícolas contribuiu para a inflação menos intensa observada em abril. Os preços das matérias-primas agropecuárias no atacado caíram 1,37% em abril, a primeira queda neste segmento desde janeiro de 2010 (-0,15%) e a mais intensa desde julho de 2009 (-2,31%).
Para o especialista, o indicador pode estar refletindo uma mudança de cenário na trajetória de preços das commodities agrícolas. Ele lembrou que, no ano passado, estes produtos impulsionaram o avanço da inflação, elevando preços de itens agrícolas no atacado e de alimentos no varejo. Mas, agora, o cenário é diferente. “É possível que os preços das commodities agrícolas estejam chegando em um nível de estabilização. Apesar da demanda forte, a oferta tem reagido positivamente à trajetória crescente desta demanda”, explicou o coordenador.
Ele observou ainda que, de uma maneira geral, os preços das commodities agrícolas continuam em alta, o que estimula os produtores a atenderem de forma ágil a procura por este tipo de produto. “Isso é uma especulação de minha parte. Porém acho que o cenário, hoje, não sugere uma trajetória muito agressiva nos preços das commodities agrícolas nos próximos meses, como aquela que tivemos no ano passado”, afirmou.
Para Quadros, a continuidade deste movimento de preços menos elevados nas commodities agrícolas pode ajudar a reduzir a magnitude das taxas de elevação de preços dos indicadores inflacionários nos próximos meses. “Não estou dizendo que não teremos uma alta de preços forte nas commodities, como tivemos no ano passado; o que estou dizendo é que não é provável, pelo menos com os sinais que temos, até o momento”, afirmou.

Álcool acumula alta de 123,97% no atacado

A inflação do álcool etílico anidro no atacado já acumula alta de 123,97% em 12 meses, segundo informou Quadros. “Não me lembro de o álcool ter tido uma variação tão grande no acumulado em 12 meses no atacado”, disse. De acordo com ele, a inflação mensal do produto saltou de 23,18% para 31,07% de março para abril. O álcool anidro é usado para compor a gasolina no varejo. Com o período de entressafra da cana de açúcar, a menor oferta do produto também diminuiu a disponibilidade de seus derivados, como o álcool, no atacado – o que elevou preços.
No varejo, o álcool combustível também mostrou aceleração de preços, passando de 9,32% para 10,47% de março para abril.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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