Pesquisar
Close this search box.

Preço de combustíveis no AM volta a subir em março

O diesel e o etanol voltaram a ficar mais caros no Amazonas, em março, com índices de reajustes de duas casas decimais (+11,78% e +14,76%, respectivamente). O Estado, no entanto, registrou o menor percentual de aumento da gasolina (+8,11%) no Norte do país, além de contar também com o preço mais baixo do derivado de cana de açúcar (R$ 4,252), em toda a região. A conclusão vem do mais novo estudo mensal do IPTL (Índice de Preços Ticket Log).

Os números mais novos da sondagem semanal do Procon-AM (Instituto Estadual de Defesa do Consumidor), contudo, já indicavam valores mais caros para a gasolina comum e aditivada, assim como para o etanol, na última quinta (8). Em contraste, também apontaram preços mais em conta para as duas modalidades de diesel, na mesma comparação. Economistas apontam que, independentemente do mercado e das dificuldades logísticas, o  regime de substituição tributária do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) também impactou nos resultados.    

A base de dados do IPTL – levantada em 18 mil postos credenciados à Ticket Log – informa que os Estados do Norte do Brasil registraram os preços mais elevados para o diesel e o diesel S-10, em todo o território nacional, no mês passado. Os preços médios cobrados nos postos de combustíveis da região foram de R$ 4,745 e R$ 4,793, com acréscimos respectivos de 9,58% e de 9,01%. No Amazonas, os reajustes foram de 11,78% (R$ 4,404) e de 9,35% (R$ 4,516), na ordem. 

“O etanol na região Norte apresentou a menor alta do país, de 15,89%, e foi comercializado pelo preço médio de R$ 4,704. Já a gasolina avançou 12,56% e foi encontrada a R$ 5,719 o litro”, pontuou o head de Mercado Urbano da Edenred Brasil Douglas Pina, em texto distribuído pela assessoria de comunicação da companhia.

O Acre apresentou três combustíveis com os preços mais altos. O valor médio do litro do diesel foi de R$ 5,336; do diesel S-10 foi de R$ 5,279; e a gasolina foi encontrada a R$ 6,166. Já o etanol mais caro da região esteve no Pará (R$ 5,109). Embora o Amazonas tenha apresentado o menor reajuste de gasolina seu preço (R$ 5,347) ainda ficou ‘salgado’, quando comparado ao do Amapá (R$ 5,285), que apresentou o menor valor na sondagem. Tanto o diesel comum, quanto o diesel S-10, estavam mais baratos em Tocantins (R$ 4,369 e R$ 4,380, respectivamente). 

“Roraima também foi destaque no cenário nacional em março. O Estado registrou os maiores aumentos de preços da gasolina, do diesel e do diesel S-10 do País. A gasolina foi encontrada nos postos pelo valor médio de R$ 5,662, após alta de 15,69%. Já o diesel avançou 12,91% e foi comercializado a R$ 4,819. O diesel S-10 aumentou 12,29%, com preço médio de R$ 4,859”, destacou Pina.

Novos reajustes

A pesquisa mais recente do Procon-AM junto aos postos de abastecimento de combustíveis da cidade, por outro lado, confirma novos reajustes nas bombas de Manaus. O estudo apontou para um preço médio de R$ 5,45, para a gasolina comum (+1,93% mais caro do que no IPTL de março), e de R$ 5,52 (+3,23%), para a aditivada. No primeiro caso, o menor valor (R$ 4,99) foi encontrado em quatro postos situados no Cachoeirinha, zona Sul, e o maior (R$ 5,49), em três estabelecimentos de bairros diversos. Os valores para a gasolina aditivada variaram de R$ 4,99 a R$ 5,69. 

O mesmo levantamento apontou variações significativas para o diesel comum (R$ 4,15) – entre R$ 4,13 (na Cidade Nova) e R$ 4,49 –, diesel S10 (R$ 4,28) – de R$ 4,17 (no Adrianópolis) a R$ 4,59. O mesmo se deu com o etanol (R$ 4,37), registrou o menor preço (R$ 3,99) em um posto do bairro Praça 14, e o maior (R$ 4,49), em um estabelecimento do Japiim – também na zona Sul da cidade. Em relação ao IPTL, houve um acréscimo de 2,77% para o litro do derivado da cana de açúcar e quedas respectivas de 5,77% e de 5,22%, para o diesel comum e aditivado.

“Influência limitada”

Matéria veiculada pela Agência Brasil informa que a Petrobras anunciou um corte de R$ 0,08 no preço do diesel, nas refinarias, valendo a partir deste sábado (10). Desse modo, o litro do derivado de petróleo vendido pela empresa às distribuidoras teria passado a custar R$ 2,66. Foi a segunda baixa consecutiva para o diesel, mas o combustível ainda acumula alta de 33% em 2021, já que o litro fechou 2020 custando pouco mais de R$ 2. 

A mexida da Petrobras não implicou em redução para o preço da gasolina, que continuou a ser de R$ 2,59 o litro, nas refinarias da Petrobras. O derivado de petróleo amargou uma escalada mais firme, ao longo do ano, uma vez que o litro era negociado pela companhia petroleira a R$ 1,84 no final de dezembro de 2020. Entre uma data e outra, houve um reajuste de nada menos que 40,76% para as distribuidoras, e um aumento significativamente mais pesado para o consumidor brasileiro.

A Petrobras diz reforça que faz reajustes sem periodicidade definida, acompanhando as variações do câmbio e do preço dos combustíveis no mercado internacional. A petroleira destaca também que seus preços têm “influência limitada” nas bombas de combustíveis, dado que, até chegar ao consumidor final, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biodiesel, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.

Substituição tributária

Segundo o conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Filho, há dois fatores que impactam diretamente nos preços dos combustíveis – as cotações internacionais das commodities e a variação cambial. O economista lembra ainda que diferenciais logísticos de distribuição, assim como as alíquotas de ICMS para cada Estado também influenciam.

“Ainda há o fato de que, diferente dos tributos federais, o regime do ICMS é de substituição tributária. Quando vai comprar o combustível na distribuidora, o posto tem de pagar o tributo em cima de uma média de vendas, que puxa os valores para cima. Dessa forma, fica difícil a empresa reduzir o preço, quando o combustível fica mais barato nas refinarias. É necessário que os estoques acabem e que a tributação também não aumente. Isso impede a atuação das forças de mercado, e não acontece apenas aqui, mas em todos os Estados”, concluiu.   

A reportagem do Jornal do Commercio também procurou ouvir o presidente do Sindicombustíveis/AM (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Alcoois, e Gás Natural do Estado do Amazonas), Eraldo Teles Filho, uma vez que o habitual interlocutor da entidade com a imprensa, o vice-presidente Geraldo Dantas de Araújo, faleceu neste mês. Mas, o sindicato patronal não respondeu, até o fechamento desta edição.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar