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Possível festejo de Carnaval preocupa

Acompanhando várias capitais brasileiras favoráveis ao Carnaval 2022, a realização do evento em Manaus não é descartada pela Prefeitura. O município sinalizou apoio financeiro  às escolas de samba para a realização da festa, afirmando que os festejos só serão possíveis se o comportamento da pandemia no Estado manter-se estabilizado. Devido ao risco de uma nova onda da pandemia, há uma divisão de opinião entre a liberação ou não da festa. Em meio a polêmica, especialistas avaliam se o momento é de retorno desse tipo de evento.

O  epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, afirma que enquanto a pandemia estiver em curso é um erro liberar eventos dessa natureza. “Com o péssimo histórico que temos é contraindicado o retorno desse tipo de festa”.

Embora o levantamento feito pela SES-AM (Secretaria de Estado de Saúde) Amazonas tenha registrado na primeira quinzena de novembro redução de 84% no número de casos, a preocupação do especialista é fundamentada nos momentos dramáticos que o Amazonas enfrentou sendo um dos epicentros da epidemia no país. 

Orellana informa que o Estado voltou a registrar aumento de casos. “O aumento de casos começa a ficar nítido em muitos municípios do interior.O problema é que antes do carnaval tem o fim de ano e janeiro, período em que o vírus pode ser usado para se espalhar sorrateiramente ou de forma trágica. Ainda não se sabe, mas coisa boa não deve ser”.

Para o epidemiologista, o problema não é voltar a rotina e sim como fazemos, “as pessoas estão abandonando máscaras, deixando de higienizar as mãos e aglomerando. É possível manter a roda da economia girando, mas com esse tipo de comportamento fica complicado.

As pessoas pensam que a pandemia acabou e as autoridades relaxaram com a vigilância

que já era ruim”.

Sobre a retomada das atividades que envolvem a realização de eventos, ele considera que a depender do tipo e com taxas de contágio baixas, vê poucos riscos. “Mas, shows ou eventos esportivos com milhares de pessoas oferecem riscos óbvios”. 

De acordo com o prefeito David Almeida, o município vai acompanhar semanalmente o avanço da doença. “Não podemos deixar que Manaus passe novamente por aquilo que enfrentou no início do ano”, disse.

Governo federal se pronuncia

Conforme divulgou o portal Poder 360, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (25) que, por ele, o Brasil não terá festas de Carnaval em 2022. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Sociedade, da Bahia. “Por mim, não teria carnaval, só que tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o STF [Supremo Tribunal Federal], quem decide são os governadores e prefeitos. Não quero me aprofundar nessa que poderia ser nova polêmica”, disse, ao lado do ministro João Roma (Cidadania), que deve disputar a eleição em 2022.

Perguntado sobre uma possível quarta onda de covid-19 no Brasil, como acontece em alguns países da Europa, Bolsonaro disse: “Outra onda, sim, está vindo. Não sei se é outra cepa e vírus ou se acabou validade da vacina, e os problemas estão aí. É uma realidade que temos que enfrentar, não adianta se esconder nem culpar ninguém por essa tragédia”.

Capacitação

A Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult (Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos), realizou, de 23 a 25 de novembro, uma capacitação voltada aos produtores culturais das agremiações carnavalescas sobre o Edital de Chamamento Público n° 004/2021.  

O apoio financeiro para a execução do desfile das Escolas de Samba, anunciado pelo prefeito David Almeida, no último dia 11, destina um aporte de R$ 2.229.541,60 ao Desfile das Escolas de Samba de Manaus do Grupo Especial, “A” e “B”, no Carnaval 2022. As agremiações têm até o dia 11 de dezembro para concorrerem ao Edital de Chamamento Público.

Segundo o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, durante os três dias de capacitação, projeto que integra o Promfac (Programa Municipal de Formação Artístico-Cultural), serão abordados todos os itens do Termo de Apoio Financeiro, que vai da apresentação de um plano de trabalho detalhando os itens e profissionais necessários, até o relatório final de prestação de contas.

 “Esse fomento, além de tornar possível o desfile das Escolas de Samba, vai aquecer a economia local e beneficiar, diretamente, costureiras, aderecistas, pintores, escultores, marceneiros, serralheiros, escultores, artesãos, desenhistas e um contingente de pessoas, muitas vezes sem formação específica ou especialização, mas que compõem a equipe e fazem o carnaval acontecer”, aponta Alonso.

Ele enfatiza, ainda, que uma das metas da Manauscult, prevista no Plano de Governo para a Cultura, é fortalecer a indústria criativa cultural da cidade, além de fomentar o empreendedorismo do setor de eventos, vetor de ocupação econômica e renda. “A Manauscult dará todo o apoio e suporte necessários, para que as escolas de samba possam concluir as etapas do edital, para terem o recurso”, finalizou.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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