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Português de além-mar – Parte 2

Português de além-mar – Parte 2

Nas minhas idas a Portugal passei por algumas situações cômicas, desconsertantes etc. É o mesmo idioma, com certeza, mas cada lugar tem suas peculiaridades. Entre os estados brasileiros já acontece tal falto imaginem entre países.

AS CÔMICAS

Ambas as situações envolvem senhoras. Uma delas ocorreu depois que eu esbarrei em uma pessoa, não tão idosa, e que se sentiu profundamente ofendida depois do meu pedido de desculpa. “- Nossa, me desculpa!”. A senhora se saiu com essa: “- Mas que petulância, esbarra em mim, equivoca-se com o pronome e ainda me chama de tu!”. Calma, eu explico. Em Portugal emprega-se, inclusive coloquialmente, o uso correto dos pronomes, isto é, para aquela senhora o meu “me desculpa” soou muito errado, não só pela colocação pronominal, mas também pelo “desculpa (tu)” em vez do “desculpe (você, senhora)”. Outra situação cômica ocorreu em plena fila do banheiro. Um dos banheiros estava interditado e eu, com muito boa vontade, tentei dizer a uma senhora, acompanhada da neta, que ele estava “quebrado”. No entanto, a idosa teimava comigo e dizia que “quebrado” não estava. Eu me dirigi à neta e, em inglês, disse: “It´s broking”. Chegando no hotel, rindo da situação, procurei o que significava o verbo “quebrar” em português de Portugal. Por lá para algo estar quebrado deve ter rachaduras, fissuras ou algo assim. Caso não esteja funcionando, mas não tenha tais características quanto à aparência, aí ele estará “avariado” e não “quebrado”.

AS DESCONSERTANTES

Estava em um restaurante, mas faltava uma cadeira para minha mãe, então perguntei a uma pessoa que estava sentada se a cadeira ao lado estava vazia. Foi mais ou menos assim: “- Senhor, com licença, essa cadeira está vazia?”. E a resposta foi imediata: “Mas é claro, a não ser que estejas a ver um fantasma aí!”. Mas ele não falou rindo ou estava com um semblante afável, pelo contrário, parecia sem paciência. Atenção, para a lógica dos portugueses o que seria aceitável perguntar, era: “- Senhor, com licença, posso pegar essa cadeira?”. Eles são mais objetivos do que nós, nós gostamos de florear mais. Um não é melhor do que o outro, apenas são diferentes em alguns aspectos. Outra situação desconsertante aconteceu em Lisboa, em uma loja de conveniência, eu queria um rolo de durex, e só, somente isso. A questão é que durex em Portugal é sinônimo de camisa de vênus, camisinha, mas eu não sabia disso, até mesmo porque essa marca de camisinha chegou há pouco tempo nas terras de cá. O vendedor perguntou quantas eu queria, então disse que seria um rolo de durex. Então eu ouvi um sonoro: “- Um rolo, minha senhora, tudo isso?!”. Eu não estava entendendo nada e, para o meu espanto, o senhor jogou um monte de embalagem de camisinha da marca DUREX no balcão. Daí para frente fiquei muito desconsertada, envergonhada e doida pra sair dali correndo. No final consegui explicar o que ocorrera ao senhor, mas acabei ficando sem a tal fita adesiva.

Fica a dica!

Joyce Tino

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