O aumento constante das operações de comércio exterior pode ser refreado devido a problemas na infra-estrutura brasileira. Segundo o diretor da Hamburg Süd, Julian Thomas, as capacidades dos terminais portuários do país não estão acompanhando este crescimento. Para solucionar a questão, e a capacidade se adequar à demanda, o executivo calcula que seja necessário realizar um investimento de cerca de US$ 3.5 bilhões nos próximos cinco anos.
O dirigente defende que esses recursos sejam aplicados em importantes portos do Brasil como o de Santos, os de Santa Catarina e da região Norte. Ele prevê que esses investimentos serão feitos pelas iniciativas privada e pública. Atualmente, Thomas estima que existe um déficit de pelo menos dois grandes terminais no setor portuário.
Sobre o porto do Rio Grande, o executivo considera que as operações do complexo são satisfatórias. Entretanto, com as perspectivas de aumento de demanda, ele também precisará de novos investimentos no futuro. No ano passado, o porto do Rio Grande registrou 1.063 horas de espera na operação de navios e 15 embarcações cancelaram suas atividades. Em 2008, já foram verificadas 717 horas de atraso e 21 desistências. Na soma dos portos do Brasil, neste ano, são 15,3 mil horas de espera e 187 cancelamentos.
O diretor da Hamburg Süd foi o palestrante da reunião-almoço organizada na quinta-feira pela Câmara Brasil-Alemanha de Porto Alegre, no Hotel Plaza São Rafael. Entre outros assuntos, ele comentou os reflexos da situação da economia nas empresas de logística. O executivo acredita que é muito cedo para analisar os impactos da crise mundial. No entanto, Thomas relata que já foram percebidas dificuldades por exportadores, que não conseguiram cartas de crédito. “O natural é que os clientes, tanto na exportação como na importação, esperem para ver se o câmbio se estabiliza”, disse Thomas.
O cenário atual não impede a Hamburg Süd de continuar seus projetos. A empresa está investindo US$ 300 milhões em um terminal de contêineres que terá uma área de 600 mil metros quadrados, com três berços. O empreendimento ficará situado em Itapuã, na entrada da baía de São Francisco do Sul (SC). Em plena operação, a capacidade de movimentação do complexo será de 600 mil contêineres por ano. A estrutura começou a ser construída no ano passado e deve ficar pronta até o começo de 2010.
Portos necessitam de US$ 3.5 bilhões
Redação
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