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Porto seguro para os turistas no Píer dos Breves

Desde o sábado (18), o Píer dos Breves, em Parintins, está preparado para receber quem for à ilha Tupinambarana para se divertir no Festival Folclórico, ou apenas fazer turismo. Mas o Píer completa sete anos em 2022. Apenas deixou de ser um espaço familiar para se tornar um empreendimento dos Breves.

“Somos a miscigenação do Pará e do Amazonas (Belém, Parintins, Maués e Manaus). Meu pai Antônio Breves deixou o interior para estudar em Belém, onde se formou em Economia pela Universidade Federal do Pará. Formado, retornou para Manaus, onde se consolidou como profissional, atuando na implantação e ampliação de várias empresas do Polo Industrial. Após isso, ele se tornou funcionário da Prefeitura de Manaus”, contou Keynes, filho de Antônio, e que está à frente do empreendimento.

“Antes de se aposentar, meu pai começou a preparar o seu retorno para Parintins. Assim como a geração dele, que foi estudar fora, e voltou, chegou a minha vez de retornar e colaborar um pouco com os nossos irmãos parintinenses”, completou.

O Píer dos Breves foi construído baseado na grande cheia do Amazonas de 2012, a segunda maior cheia até agora. Ele foi construído acima do nível daquela água. E essa engenharia cabocla deu certo até hoje, pois mesmo com a maior cheia, ano passado, o Píer não foi ‘pro fundo’.

“De altura ele tem mais de dez metros, comprimento em torno de oito metros e 16 de largura. As madeiras são as mesmas utilizadas na construção de barcos regionais, entre elas a jarana e a massaranduba. Não é um flutuante, tem bases fixadas no chão e foi construído na época da vazante, quando o local fica totalmente seco”, explicou Keynes.

Jornalista empreendedor

Keynes Breves é jornalista e bastante conhecido por organizar eventos do Caprichoso, em Manaus. Como todo bom parintinense, ele tem um pé em Manaus e outro em Parintins.

“No princípio, mesmo sendo gago, queria ser radialista. Sempre fui apaixonado pelo rádio. Um amigo de infância, Robson Stelio, virou radialista e também era gago, aí pensei, eu também posso ser. Vim morar com meu pai na capital, onde completei os estudos, mas ao chegar à idade de ir pra universidade, o curso de radialismo foi extinto e tive que optar pelo jornalismo, profissão pela qual hoje sou apaixonado”, falou.

Por mais de dez anos Keynes foi assessor de imprensa da Amazonastur e foi nesse contato direto com o turismo amazônico que percebeu o potencial turístico do Píer dos Breves.

“Até então ele só era usado para almoços da família, e com amigos. O desafio veio porque meu pai sempre me viu envolvido em eventos, realizando ou na produção, e disse: “será que tu não consegues fazer nada no píer? Já está na hora. Eu e a Neuly (minha mãe) construímos e agora é com vocês”. Foi uma intimação, né? Mas pra mim foi uma intimidação do tipo. “Égua, rapaz, o que falta tu abrir teus olhos pra essa maravilha que construímos?”, indagou.

Lago Macurany

O Píer dos Breves faz parte da Chácara Recanto Santa Klara, da família de Keynes. Foi construído entre 2014 e 2015, às margens do lago Macurany.

“O terreno tem várias espécies de árvores frutíferas, mas apenas para consumo familiar. O nosso foco é transformar o local em um ponto turístico, onde o turista possa viver a experiência de estar na Amazônia, onde possa se banhar nas águas do lago, comer um peixe assado e descansar em uma rede, ao som das toadas dos bumbás Caprichoso e Garantido. O Festival é para vários públicos, e o nosso é aquele que gosta de relaxar nesse ambiente, em contato direto com a natureza”, informou.

O Macurany é a grande atração, seja para banho, pesca ou canal para encurtar uma viagem para várias comunidades rurais. É um patrimônio natural de Parintins, que já começou a ser degradado. Mas é muito bonito nessa época do ano pois, com a enchente do rio Amazonas se torna uma opção para passeios ao redor da Ilha.

 Keynes Breves, “chegou a minha vez de retornar e colaborar um pouco com os nossos irmãos parintinenses”

“É um dos poucos lagos da cidade que ainda podemos dizer que está preservado em grande parte. Tem a parte dos ‘bacanas’, como o saudoso radialista Aderaldo Reis costumava falar, chamada por eles de ‘Região dos Lagos’. E tem a parte das pessoas mais humildes e é aí que estamos inseridos. Meu pai foi muito feliz em conceber um espaço que mantém a característica cabocla, ribeirinha e de beiradão. Foi visionário ao construir algo que o turista bate o olho e diz: “Isso é Parintins. Isso é Amazônia”, falou.

O Píer dos Breves já está recebendo os visitantes, das 9h30 às 17h. Os barcos não poderão ancorar no local, pois ele será totalmente destinado ao banho, mas podem ficar fundeados nas proximidades.

“A nossa cozinha vai trabalhar com tambaquis assados e fritos, além de pratos com carne e frango. Teremos sobremesas regionais, entre outras guloseimas”, finalizou.

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Como chegar ao local

Via terrestre, pela estrada do Macurany. Via fluvial, barqueiros vão sair do flutuante ‘Coração do Pai’, no final da rua Maués. Pelo rio com certeza é a melhor opção, pois os turistas já vão curtindo um passeio até chegar ao píer. A viagem dura em média dez minutos.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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