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Porta aberta para crescer 

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Perto de completar seus 150 anos de existência, a ACA (Associação Comercial do Amazonas) aponta que 2019 foi fundamental para a retomada do desenvolvimento econômico que vem encorajando novos investimentos em todos os segmentos produtivos. O comércio se expandiu, a indústria ficou fortalecida, ampliou seus estoques e o mercado de consumo já opera com níveis que desenham um cenário mais promissor em 2020, ressalta a entidade. Em outras palavras, o dinheiro voltou a ‘jorrar’ no mercado e anima as empresas.

“Fazia tempo que não se via tanta confiança no empresariado, que hoje respira mais aliviado com a retomada do crescimento econômico”, avalia o presidente da Assembleia-Geral da ACA, Ismael Bichara, que aposta nas medidas do governo Jair Bolsonaro. Para ele, o presidente equilibra as contas públicas, prioriza a livre iniciativa e permite que as empresas operem com maior liberdade.  

Uma visão bem diferente, otimista, de lideranças que presidem outras entidades no Amazonas. “Estávamos numa situação de ladeira abaixo. Vemos agora uma luz no fim do túnel, que resgata as esperanças de uma economia mais forte e competitiva nos próximos anos”, acrescenta Ismael Bichara, numa clara referência ao presidente Jair Bolsonaro, cuja concepção de governo é considerada extremamente liberal. 

Bichara tem uma visão muito crítica dos governos de esquerda que comandaram o Brasil durante as últimas décadas. Para ele, os sucessivos casos de corrupção nas gestões de Lula e de Dilma Rousseff abalaram muito a confiança da população. Seus argumentos são diretos. As instituições perderam a credibilidade, a indústria e o comércio entraram em declínio, levando os investidores a destinar seus recursos para outros países, agravando o desemprego – que hoje já supera a casa dos 13 milhões de pessoas sem expectativas de trabalho, no Brasil. 

 “A nova equipe econômica é formada por pessoas sensatas que estão preocupadas realmente com a situação do País. O presidente está pondo a casa em ordem”, afirma Bichara. Segundo ele, grandes investidores que não operavam na região há mais de seis anos já estão retornando ao Amazonas motivados pelas novas medidas econômicas do governo federal.

Bichara argumenta que os projetos aprovados recentemente pelo Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas) com investimentos da ordem de R$ 2,76 bilhões sinalizam a retomada do crescimento econômico, superando as expectativas da classe empresarial em relação às medidas do novo governo. Com a aprovação desses recursos, estima-se a geração de 1.850 novos empregos no período de três anos no Estado 

“Os empresários estão acreditando muito no nosso crescimento. Então, por que tanta desconfiança com um governo que em apenas um ano fez tanto pelo Brasil o que os outros governos não fizeram durante décadas”, questiona. “São bilhões de reais que foram aprovados com todas as dificuldades que dizem sentir a ZFM”.

Queda nos juros

Ismael Bichara diz também estar motivado com a queda nos juros, que começou a partir do final de 2019 e deve alcançar pelo menos 4,5% nos próximos meses, segundo as projeções. Para ele, a redução das taxas é uma forma de fomentar novos investimentos, o que levará a indústria a produzir mais e aumentar a oferta de trabalho. Segundo o gestor, a euforia também é grande com a expansão de um PIB de 1,80%. “Eu tenho certeza, que em 2020 o PIB vai chegar a patamares maiores”, acrescenta.

O presidente da Assembleia-Geral da ACA também acredita que o governo Bolsonaro vai criar a infraestrutura logística que o Brasil precisa para crescer mais. As malhas rodoviárias e ferroviária são extremamente precárias e oneram o transporte de cargas, principalmente da ZFM que exporta seus produtos para o eixo Rio/São Paulo e a outros países do cone sul, avalia.

 “Em termos de transporte, aqui é tudo feito praticamente na marra. A ZFM carece de uma eficiente rede de logística que possa tornar seus produtos mais competitivos no mercado nacional e internacional”, argumenta.

Hoje, as indústrias da ZFM usam a navegação de cabotagem e as vias rodofluvial, rodoviária e aérea para disponibilizar seus produtos nas redes de revendedores em todo o Brasil e até no exterior. E a façanha de escoar a essa produção acaba em preços salgados demais, que muitas vezes desmotivam a instalação de novas unidades industriais no Amazonas.

Pela via rodofluvial, o preço de um contêiner (42 pés) de 26 toneladas não sai por menos de R$ 8 mil. A carga é levada de balsa até Belém, no Pará, e de lá segue para o resto do País por rodovias. Para chegar ao seu destino (geralmente as regiões Sul e Sudeste) demora pelo menos de dez a 14 dias, dependendo das condições das estradas, segundo empresas transportadoras.

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Resumo histórico ACA

A ACA (Associação Comercial do Amazonas) é a entidade representativa do comércio mais antiga do Estado. A partir dela, vieram as outras associações inspiradas em seus objetivos de apoiar seus associados, dar orientações técnicas e jurídicas a todos os empreendedores, segundo o seu atual presidente, Ismael Bichara.

Foi fundada em 1871 e, daqui a dois anos, completa 150 anos de existência defendendo os interesses da classe empresarial no Amazonas

De acordo com a entidade, a expansão do comércio internacional é uma das metas a serem trabalhadas com grandes perspectivas de sucesso. O aproveitamento dos recursos biogenéticos e o turismo em todos os segmentos são fontes a serem fartamente exploradas. E destaca ainda que  se mantém fiel aos objetivos de sua criação em 1871, enfrenta os desafios do século 21 com a expansão de seus horizontes, modernizando sua estrutura e redesenhando a paisagem empresarial do Estado do Amazonas.  E uma de suas principais linhas de ação é defender os incentivos fiscais da ZFM (Zona Franca de Manaus).

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Entrevista – Ismael Bicharra, presidente da Assembleia-Geral da ACA

Jornal do Commercio – O senhor argumenta que as medidas do governo Jair Bolsonaro permitem a retomada do crescimento. Muitos, porém, contestam essas ações implementadas por uma equipe econômica com viés extremamente liberal, que estaria preocupada mais com os grandes investidores, relegando outros segmentos a segundo plano. De que forma vem acontecendo essa expansão, se ela realmente existe?

Ismael Bichara – Claro que a economia começa a ter um cenário positivo, que começou no final de 2019 e deve ser mais favorável em 2020. Em dezembro, o Codam aprovou projetos de R$ 2,76 bilhões que vão gerar pelo menos 1.850 empregos em três anos no Amazonas. Tudo isso sinaliza que o crescimento volta a níveis ascendentes, resgatando a confiança do empresariado. Fazia tempo que isso não acontecia, principalmente nos últimos governos que comandaram o Brasil.

JC – Como um governo consegue retomar o crescimento do País se ainda existem 13 milhões de desempregados, sem a menor expectativa de trabalho a curto prazo, agravando as questões sociais?

IB – Muito simples. O governo não pode resolver tudo de uma hora pra outra. Mas veja só. O presidente Jair Bolsonaro fez em apenas um ano o que muitos governos, principalmente os da esquerda, não fizeram durante décadas. Com a queda dos juros e os investidores se voltando para o mercado brasileiro, com certeza novos dias virão, haverá melhores condições para investimentos, a indústria expandirá sua produção e o comércio venderá mais. Em 2020, vejo um cenário bem positivo.

JC – Existe hoje uma pressão muito grande para manter a floresta amazônica em pé, principalmente de países da Europa. O governo Jair Bolsonaro tem levado pitaco de grandes lideranças mundiais por incentivar as atividades do agronegócio que não têm escrúpulo em preservar a biodiversidade. Então, como conciliar desenvolvimento com preservação?

IB – Em primeiro lugar, não devemos deixar que essas lideranças se metam em nossas decisões. Temos autonomia. A floresta é nossa. Parece que ainda vivemos no colonialismo. Óbvio, devemos explorar essas riquezas de forma autossustentável, como propõe o presidente Jair Bolsonaro. Nada dessa gente meter o pitaco em nossos interesses. Sabemos que é bom para nós. É nosso direito usufruir desse potencial.

 JC – O senhor estima um crescimento do PIB em 2020, bem maior do que registrado em 2019, superando as expectativas dos empresários. São estimativas que refletem a atual realidade?

IB – Fácil de explicar. Se os juros caem, haverá mais investimentos. E se a indústria, o comércio, o governo, segmentos de toda ordem e a própria população têm mais dinheiro em caixa, tudo o que será produzido terá grande impacto positivo no PIB. É natural que o percentual vai crescer, já que teremos mais fôlego para crescer. Esse cenário começa a ficar transparente.

JC – De que forma o senhor avalia o Jornal do Commercio que em 1º de janeiro de 2020 completa 116 anos de atuação no Amazonas?

Ismael Bichara – Vejo o Jornal do Commercio como muito responsável pelo que faz. Por ele, passaram grandes nomes, como o jornalista e empresário Guilherme Aluízio, que fez um trabalho fantástico e gigantesco dirigindo hoje o veículo mais antigo do Amazonas. Foram anos de conquistas. Aprende-se muito lendo suas páginas.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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