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Por que as notícias são como são?

De várias maneiras, de inúmeras origens possíveis e dos mais inima­gináveis lugares. É assim que nasce a notícia e é publicada nas páginas dos impressos, noticiadas nas telas de TV ou transmitidas pelas ondas do rádio. A notícia representa uma informação nova, quente e de interesse geral da sociedade. Consiste no gênero básico do jornalismo.
Na concepção do pesquisador Jorge Pedro Sousa, os acontecimentos são transformados em notícia pelo sistema jornalístico com características específicas. “Toda notícia é notícia de determinada maneira devido à ação informadora de uma série de forças, que poderão ser categorizadas numa ação pessoal, social, ideológica, cultural”. Sousa explica ainda que a notícia não se esgota na sua produção.
Diariamente nas redações dos jornais chegam notícias de todas os lugares, transmitidas principalmente por meio dos e-mails, seja de agências de notícias, seja de órgãos oficiais do governo ou de assessorias de imprensa. O fato é informar e ganhar um espaço nas páginas ou um tempo durante a programação. Aí vem a pergunta: o que é publicado realmente interessa ao leitor?
Claro está que nem todas as informações abrangem os diversos públicos de maneira uniforme, mas há recortes na preferência no ato de leitura de um jornal diário ou de uma revista. Gaspar Bianor Miotto, estudioso do tema, aponta que os leitores acreditam que grande parte das notícias é inventada pelos jornalistas, por conta da forma de agir ou de efeito de inventar, encontrar e descobrir. Para o autor, no jornalismo não pode ser simples conseqüência dos fatos, as notícias circulam nos mídia e, em boa parte não são previsíveis.
Para melhor responder por que as notícias são como são, o pesquisador João Pedro Sousa analisou as diversas teorias apontadas por estudiosos da área, tal como Nelson Traquina que defendeu embasamentos diferenciados, tais como: teorias do espelho (quando as notícias são vistas como o espelho da realidade, conforme a ideologia clássica dos jornalistas); teoria da ação social ou do gatekeeper (nasce da metáfora do gatekeeping aplicada à produção de informação jornalística, ou seja, as notícias resultam da seleção de acontecimentos, com base nas opções particulares de cada jornalista); teoria organizacional (enfatiza que as notícias são o resultado das condicionantes organizacionais em que são fabricadas, como as hierarquias, as formas de socialização e aculturação dos jornalistas, a rede de captura de acontecimentos que o órgão jornalístico lança sobre o espaço, os recursos humanos e financeiros desse órgão, a respectiva política editorial, etc).
Além dessas ainda há a teoria de ação política em que os defensores desta explicação sustentam que as notícias distorcem a realidade, embora pudessem ser o seu espelho. Há duas versões desta “teoria”. Uma delas afirma que as notícias são dissonantes da realidade porque os jornalistas, sem autonomia, estão sujeitos a um controle ideológico e mesmo cons­pirativo que leva os media noticiosos a agirem como um instrumento ao serviço da classe dominante e do poder. Por isso, para esses teóricos as notícias dão uma visão direitista, liberal e conservadora do mundo e contribuem para a sustentação do status quo. A outra explicação sustenta que os media noticiosos são instrumentos da ideologia dos jornalistas. Neste caso, segundo Sousa, as notícias seriam enviesadas da realidade porque refletem as convicções ideoló­gicas e políticas dos jornalistas e as suas ideologias profissio­nais.
Podemos citar ainda as teorias estruturalista (notícias reproduzem a ideologia dominante e legitima o status quo, já que jornalistas e órgãos de comunicação social têm reduzida margem de autonomia, com uma cultura rotinizada e burocratizada); a construcionista (as notícias são mais elaboradas que as outras, resultam de um processo de construção e não podem ser vistas como o espelho da rea­lidade) e por fim, a teoria interacionista, onde as noticias resultam de um processo de percepção, seleção e tr

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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