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Polo se recupera em agosto e avança 19,97%

Os números do desempenho da indústria metalúrgica no Amazonas começam a mostrar sinais de recuperação dos impactos da crise financeira mundial iniciada no ano passado. O setor ainda se ressente da queda no volume de investimentos industriais e da retração na compra de insumos na comparação com o ano passado, mas viu crescer 19,97% o faturamento em agosto, em relação ao mês de julho.
Nessa mesma linha de desempenho de agosto, a produção metalúrgica avançou 2,7% em relação ao mês anterior, enquanto a compra de commodities no mês recebeu US$ 514.32 de investimentos, representando uma alta de 15,24% sobre o total investido em julho, US$ 446.27 milhões.
Os dados, divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), apontam ainda o segundo maior faturamento (US$ 1.16 bilhão) obtido pelo setor no acumulado dos oito primeiros meses na série histórica desde 2004. Quando a comparação é feita com o acumulado de igual período de 2008, o faturamento industrial do setor apresenta queda de 20,54%.
Mesmo assim, o otimismo ancorado no aumento do consumo interno e na retomada dos pedidos garantida pelos parceiros do polo de duas rodas levou o diretor executivo da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Flávio Dutra, a estimar o faturamento global da indústria até o fim do ano em torno de US$ 27 bilhões. O volume calculado pelo representante é 10,47% menor que os US$ 30.16 bilhões observados no faturamento total de 2008. “A incerteza sobre a manutenção da estabilidade econômica fez o grande varejo retardar até o último momento os pedidos para o Natal. Por conta desse atraso, acreditamos que a indústria só deve recuperar o ritmo de crescimento a partir de 2010”, avaliou Dutra.
No entendimento do presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Manaus), Athaydes Félix Mariano, o desempenho da indústria metalúrgica local está, de fato,  alguns degraus abaixo do apresentado no ano passado. A crise, segundo o executivo, provocou uma paralisação abrupta e, tanto o último semestre de 2008, quanto o primeiro de 2009, foi de queda contínua. “Agora, os resultados de agosto mostram que há uma recuperação, embora lenta, mas da qual já se espera maior estabilidade nos resultados e não mais pura oscilação sazonal”, amenizou.
Athaydes ressaltou ainda que a perspectiva da indústria para o último trimestre é de mais crescimento, apostando no mercado local e na retomada dos pedidos do setor de duas rodas, principal comprador. Sobre este último, o empresário afirmou que é justamente o novo fôlego das montadoras locais que fará ampliar a demanda por bens intermediários, destaque da produção direcionada. “O mercado local é a grande aposta do setor. Com o dólar em baixa e o aumento da demanda, a indústria, aos poucos, se reajusta para receber os novos lotes de insumos e pedidos”, revelou.
Para o sócio-diretor da Amazon Projetos Industriais, Hélio de Souza, o momento da indústria é de apostar na reengenharia de produtos para tornar o setor mais competitivo. O economista criticou, entretanto, a falta de estrutura para alavancar o setor na região ao lembrar a pouca melhoria nas estradas e as altas taxas nos portos, tornando proibitivo o alcance de clientes em outros Estados da Amazônia. “A metalurgia local é uma das melhores do país, mas sofre a ausência de melhorias na infraestrutura da cidade, como um todo. Ela é muito dependente do setor de duas rodas e isso é ponto crucial para essa expansão, além do câmbio, que é mais um fator a exigir competitividade”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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