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Polo relojoeiro busca se reinventar para superar a crise

Enfrentando retração desde 2017 o polo relojoeiro vem se reinventando. A crise ficou ainda pior no último ano. Apesar da queda de 25% no faturamento de 2020 em relação à 2019, o incremento nas vendas online trouxe fôlego para o setor. 

O presidente do Sindicato das indústrias de Relojoaria e Ourivesaria de Manaus, Amilton Cestari, explica que por se tratar de um produto do mercado de moda, um acessório, o consumidor deu preferência, durante o pico de crise sanitária e econômica, a itens considerados essenciais, deixando de comprar relógios. “Com as lojas físicas fechadas, houve incremento nas vendas online, que definitivamente contribuíram para que o mercado de relógios não estagnasse”, conta. 

De acordo com o presidente,  o avanço tecnológico obriga que as indústrias atualizem os produtos. E cita como exemplo o smartwatch(relógio inteligente), nova tecnologia que vem se destacando no mundo. “Estamos em processo de desenvolvimento pelos fabricantes do polo relojoeiro e também pelo polo eletrônico, pois é considerado um bem de informática”. De acordo com o presidente, as empresas do setor relojoeiro, até o momento, estão efetuando importação e comercialização dos smartwatches com suas próprias marcas, e a fabricação dos mesmos foi prorrogada por causa principalmente da pandemia, que postergou as possibilidades de investimento diante da retração do mercado.

No primeiro trimestre de 2021 os números do polo encolheram 17% no faturamento em dólar, US$ 33.727 milhões. Conforme Amilton, estão próximos aos de igual período de 2020. “Não se vislumbra nenhuma melhora para os demais períodos deste ano”, diz o representante Cestari.

O Polo Relojoeiro concentra 100% dos produtos fabricados no Brasil. Ele destaca que não há nenhuma fábrica de relógios nos demais estados. “Existem muitas marcas comercializadas no Brasil, que são importadas, destacadamente por Vitória-ES. A comercialização dos produtos, antes da pandemia, se concentrava 20 a 25% em Magazines(Bemol, Renner, Riachuelo, C&A, etc) e o volume era maior em lojas especializadas em todo o território nacional”. 

Segundo o presidente,  o processo de desenvolvimento do novo produto, no Amazonas, iniciou em 2020 pelas empresas do polo relojoeiro. No entanto, em consequência da pandemia os trabalhos foram interrompidos; Ele lembra que os trabalhos demandam intercâmbio entre países considerando que  o produto é complexo, sendo necessário desenvolver parceiros de tecnologia quanto a Software, Hardware e Frameware. Não é possível desenvolver o produto sozinho. “Nós visamos desenvolver e produzir esse produto, que é classificado como bem de informática, mas lembrando que esse produto será  apenas um Plus para o polo relojoeiro, que tem como carro chefe, dezenas de milhares de modelos de relógio de pulso, acompanhando a tendência  e moda mundial”.

Por enquanto, o representante do segmento destaca que o mercado vive uma  incógnita sobre como vai se comportar. E diz ser difícil prever o que algum cenário  “É um momento ruim pro polo. O volume antes de 2015 é muito maior que os últimos anos. Tanto o nosso faturamento quanto a nossa produção estão menores”. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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