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POLO NAVAL – Estaleiros podem aportar R$ 48 bi

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Sete novos estaleiros prospectam negócios para ‘aportar’ no Amazonas até 2015.
A estimativa, de acordo com o presidente do Sindnaval (Sindicato da Indústria Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas), Matheus Araújo, é de injeção de mais de R$ 48 bilhões na economia do estado após três anos de produção.
O incremento corresponde a cerca de 70% do faturamento do PIM em 12 meses, considerando os números do ano passado (R$ 69 bilhões).
“A expectativa do início da construção do Polo Naval este ano despertou o interesse de investidores estrangeiros que aceleram as negociações para se instalar aqui. Quando chegarem ao ápice da produção, previsto para 2017, os sete juntos podem movimentar 70% do que o PIM registra hoje em termos e faturamento”, informou.
Se os contratos forem fechados, serão quatro grandes estaleiros internacionais, principalmente de origem européia e três brasileiros, entre eles, um para construir embarcações militares.
O dirigente também calcula que, para se fixar no novo distrito, os empresários invistam entre R$ 8 e R$ 10 bilhões.
Além disso, a indústria de navipeças também deverá movimentar o setor. “O estaleiro nada mais é do que uma montadora. Mas é essa indústria, a que fabrica os equipamentos utilizados no navio, que proporciona grandes incrementos no setor. É um mercado bilionário”, comemora.
Segundo Matheus Araújo, a intenção é transformar o Amazonas em um Hub Center. “O hub center é a concentração de serviços e negócios em um só lugar, que é referência para todos os outros. O que nós planejamos e estamos nos preparando é para ser um hub center de conserto de navios no Brasil. Temos águas calmas, profundas e isenção alfandegária, todos os elementos pra nos tornarmos o centro de referencia da indústria naval brasileira”, avaliou.

Mão de obra
Há ainda a geração de mão de obra, com a vinda das empresas. “Um estaleiro grande tem, no mínimo, 5 mil pessoas trabalhando ao longo de 24 horas, o que significa uma criação mínima de 35 mil novas oportunidades no setor”, conta o representante.
Mas para preencher as vagas, o estado ainda precisa formar os profissionais. “No inicio vai vir muita gente de fora. Não temos profissional especializado”, lamenta.
Matheus Araújo explica que o segmento tem trabalhado junto às universidades e escolas profissionalizantes para que cursos como Engenharia Naval sejam oferecidos. “A UEA já oferece o curso de engenharia naval e a Ufam, em 2014, vai realizar vestibular para a área. Também estamos em conversa avançada com o Ifam e a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro para formar técnicos em construção naval”, adiantou.

Setor Ancorado
Entretanto, para que todos esses investimentos se tornem realidade, a pedra fundamental, que marca o início da construção do chamado Distrito 3 –área que vai receber todas essas empresas –precisa ser lançada.
O início das obras foi prometido para o ano passado, mas o prazo não foi cumprido.
“Já estamos em contato com estaleiros espanhóis, coreanos e noruegueses, mas todos eles estão, literalmente, ancorados esperando a construção do polo”, desabafa.
Ele explica que algumas burocracias emperraram o processo. “Nós tínhamos feito um estudo para projetar a via de acesso de 18 km ao local onde o distrito seria erguido. Porém, em dezembro de 2012, recebemos a notícia de que parte da via de acesso traçada estava dentro do terreno do exército, mais especificamente dentro da área do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva) e eles pediram uma alteração no caminho”, detalhou.
Anteriormente o custo para abrir a via estava calculado em R$ 118 milhões. Com o desvio solicitado pelo Exército, os gastos triplicaram.
“Estamos dialogando com o Exército para resolver a questão e não atrasar ainda mais o início das obras”, disse.
A previsão é que o assunto seja definido até fevereiro para que o projeto volte a sair do papel, mas uma nova data para o lançamento da pedra fundamental, ainda não foi definida.

EXPECTATIVAS PARA 2013

* Um crescimento de no mínimo 10% ao ano no faturamento;

* Geração de 13 mil postos de trabalho diretos entre 2013 e 2014.

NÚMEROS – INFRAESTRUTURA

* São necessários R$ 14 milhões para construir 1 km de estrada;

* A primeira via de acesso, projetada pelo setor teria 18 km com custos de cerca de R$ 252 milhões.

* As novas propostas podem modificar os gastos com a via de acesso que pode chegar a custar R$ 756 milhões.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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