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Pólo industrial hídrico é saída para Amazonas, aponta especialista

João Frederico Guimarães Cruz

Duas empresas com capital estrangeiro devem se instalar no Amazonas para explorar os recursos hídricos. Uma é a Águas e Essências da Amazônia, que projeta iniciar produção ainda neste ano; a outra é do grupo Aqua. A garantia é do presidente da Aprogam (Associação Profissional dos Geólogos do Estado do Amazonas) e assessor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), João Frederico Guimarães Cruz. O geólogo defendeu ainda a importância da implantação de uma “Zona Franca da Amazônia” e a criação de Pólo Industrial Hídrico como alternativa econômica em detrimento à atual “Zona Franca Asiática”. O novo modelo proposto por Cruz sugere o desenvolvimento da região por meio da utilização dos recursos minerais e ambientais da Amazônia. De acordo com o titular da Aprogam, o Amazonas possui o elevado potencial para exportação de riquezas naturais, mas ainda discute agricultura de subsistência, situação considerada “ridícula” pelo especialista.

JC – A Amazônia possui um grande potencial hídrico que vem despertando a cobiça internacional. Existem empresas com capital estrangeiro explorando reservas de água no Amazonas?
João Cruz – Foram concedidas duas autorizações de pesquisa para companhias que têm participação estrangeira. A Águas e Essências da Amazônia, associada a uma indústria espanhola, possui alvará para realizar pesquisas numa área no município de Balbina, no quilômetro 11. Parte da produção da empresa será destinada para atender o mercado externo, especificamente Europa e Estado Unidos. A projeção desta empresa é iniciar a construção da fábrica em março deste ano. Todos os equipamentos para engarrafar a água já foram comprados. A grande sensação industrial desse ano será a abertura da Águas e Essências da Amazônia. Outro consórcio é formado por empresas com capital nacional e norte-americano. O grupo chamado Aqua trabalha no projeto de exploração de água no complexo da Cachoeira de Iracema em Presidente Figueiredo, no quilometro 115 da BR 174. Essas duas empresas estão hoje em processo de pesquisa nessas áreas. Cada uma deve explorar uma área de aproximadamente 50 hectares.

JC – Quantas empresas têm autorização para explorar a água no Amazonas? E em quanto estão avaliadas as novas fontes?
João Cruz – O valor dessas fontes é imensurável. No total, são 18 fontes disponíveis. Deste número, há um requerimento de pesquisa e 12 alvarás de pesquisa, que incluem a Águas e Essências da Amazônia e Aqua. Outras cinco fontes possuem concessão de lavra, sendo quatro em atividade Manaus e uma em Presidente Figueiredo dada à empresa Santa Cláudia, que ainda não iniciou o processo de exploração. Ao todo, existem quatro empresas que possuem autorização. Todas elas – Santa Cláudia, J. Cruz, Gelocrim e Minalar – possuem reservas em Manaus. No entanto, há diversas empresas em busca de novas áreas de exploração. Fora essas fontes citadas, há ainda mais 150 poços feitos pela Prefeitura Municipal de Manaus na zona leste para atender essa parte da população. Porém, o aval para abertura desses poços não precisou ser dado pelo DNPM porque a água é destinada à cidade de Manaus e não a comercialização.

JC – Existem fontes de águas no Estado que não estão sendo exploradas?
João Cruz – Muitas. Não exploramos ainda as águas profundas, chamadas de medicamentosas. As águas sulfurosas, cloretadas, carbogasosas estão próximas aos sais, que não se encontram na superfície na bacia amazônica. No processo de exploração do petróleo, se passa direto pelo nível dessas águas. Nós temos grandes reservas de águas medicamentosas, mas não atentamos para isso. Hoje nós só estamos olhando para as águas superficiais, para as águas subterrâneas mais próximas da superfície.

JC – E as empresas que já possuem concessão de lavra vendem este recurso mineral para outros países? Quais?
João Cruz – Ao todo, quatro empresas possuem autorização para explorar a água. A Águas Minerais Santa Cl

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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