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Polo de duas rodas mais próximo da floresta

Segmento criou condições para fortalecimento da produção de borracha natural

Apesar de ser um polo produtor de veículos, em sua maioria consumidores de combustíveis fósseis, o setor de duas rodas, nos últimos anos, tem contribuído de forma expressiva com a preservação da biodiversidade. Um exemplo de colaboração, está na instalação de uma fábrica de pneus no PIM (Polo Industrial de Manaus), a Neotec, integrante do grupo Levorin. A empresa consome toda a produção de borracha natural do Amazonas e fortalece a economia de duas mil famílias. A produção industrial impulsiona a extração do látex, atividade de baixo impacto ambiental, e também diminui a ocorrência dos desmatamentos. O setor ainda amplia suas bases no segmento de bicicletas do PIM que a cada dia ganha mais espaço no país.
Atualmente o Amazonas é responsável pela produção anual de aproximadamente mil toneladas de borracha, quantitativo que é absorvido pela Neotec, em Manaus. No processo produtivo anual, a fabricante utiliza 1,2 mil toneladas de borracha natural. A empresa também recebe matéria-prima dos Estados de São Paulo e Mato Grosso.
Em vista a ampliar a produção de borracha para atender a indústria de pneus destinados ao polo de duas rodas, o coordenador das atividades florestais da Sepror (Secretaria de Estado de Produção Rural), Malvino Salvador, anuncia que até o final deste ano a secretaria implementará o Projeto de Reutilização dos seringais em pelo menos dez municípios do Amazonas, onde acontece a extração do látex e a produção da borracha. Entre os municípios estão: Tapauá, Manicoré, Novo Aripuanã, Itacoatiara, Eirunepé e Jutaí. O projeto vai contar com investimentos de R$1 milhão.
Salvador explica que a partir do projeto os seringais trabalhados anteriormente e que hoje estão sem utilização devem voltar a serem extraídos. Mas, para que isso aconteça será necessário reabrir as estradas que dão acesso às seringueiras. A previsão é de reabrir 1,6 mil estradas.
A segunda etapa do processo será a distribuição de “quites sangria”, ocasião em que os seringueiros receberão equipamentos utilizados no processo de extração do látex, como canecas, facas e baldes. Em paralelo, os trabalhadores receberão treinamentos de capacitação sobre o processo de sangramento das seringueiras. “Boa parte dos seringueiros já faleceram e hoje só conseguimos encontrar os seus descendentes. Da mesma forma, as áreas de seringais foram inutilizadas e agora, precisam ser reativadas. A partir da extração de novas árvores conseguiremos ter em um ano um aumento de 50% da produção de borracha”, informou Salvador.
De acordo com o coordenador, a atuação do seringueiro é de manutenção à floresta. Ele explica que ao utilizar a área verde de forma sustentável, o trabalhador contribui com a preservação das espécies naturais. “Se o seringueiro reside em determinada área, a mata que está ao redor fica livre do uso predatório. A extração correta é o principal contribuinte para a preservação das espécies”, garante.

Priscila Caldas
[email protected]

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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