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Plantas da Amazônia para mundo

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Evaldo Ferreira – [email protected]
 
            Muitas pessoas acham que precisam devastar a Amazônia para que ela lhes proporcione algum ganho. Poucas são capazes de perceber que a região disponibiliza suas riquezas e basta explorá-las racionalmente para, infinitamente, usufruir delas. É o caso da agrônoma, doutora em biotecnologia vegetal, Arlena Maria Guimarães Gato. Há quase 12 anos ela produz flores e folhagens de corte para decoração, e agora se prepara para exportar parte de sua produção.
            “Mas a história é bem mais antiga. Começou ainda em 1996, com a criação da AFPAM (Associação dos Floricultores e Produtores de Plantas do Amazonas). Somente quatro anos depois tivemos nosso projeto Flora Amazônia, aprovado na Suframa”, contou. “Pelo projeto, numa área determinada e pertencente à Suframa, essa onde estamos hoje, na BR 174, produziríamos flores e folhagens amazônicas tropicais de corte. Chegamos a ter doze associados. Hoje são nove, mas apenas cinco estão produzindo. É um segmento que tem mercado certo e dá dinheiro, mas como em qualquer outro empreendimento, a pessoa tem que se dedicar. Muitos dos associados que passaram por aqui acharam que era só plantar e deixar lá, depois colher e vender. Não é bem assim”, falou.
            Em 2006, depois de dez anos de criada a AFPAM e Arlena verificar que ‘a coisa não andava’, ela resolveu investir dinheiro próprio, alugando um terreno próximo ao atual e começando a cultivar alpínias, helicônias, bromélias. “Fiquei lá uns nove anos e há quase três mudei para esse, com área de 26 hectares. Aqui repasso os meus conhecimentos para os atuais associados da AFPAM. Dos associados fundadores, eu sou a única que continua no projeto e para mim ele sempre deu certo e foi lucrativo”, garantiu.
 
            Produção utilizada como decoração
            Nesses quase doze anos se dedicando ao cultivo de suas plantas, Arlena acumulou muito conhecimento indo buscá-los, inclusive, fora do Amazonas e do Brasil. “Viajei para Alagoas, Ceará, Pernambuco e até Brasília, estados que estão na vanguarda da produção de flores temperadas e tropicais no país. Também fui ao Peru, Colômbia, Panamá e Costa Rica para aprender técnicas de produção e adaptação das plantas”, explicou.
            Atualmente o lote ocupado por Arlena, no terreno da BR 174, possui mais de 50 espécies de plantas, algumas trazidas desses países que visitou, outras são típicas da Amazônia “e outras tantas, segundo estudos, tem origem asiática, mas se adaptaram muito bem ao clima amazônico”, ensinou.
            “Praticamente toda a nossa produção é vendida para ser usada como decoração. São compradas por decoradores, floriculturas e mesmo igrejas. As partes usadas são as flores, lógico, as folhas e os talos com folhas e flores. Não vendemos mudas no vaso, a não ser que o cliente queira assim. Também se a pessoa quiser um buquê, nós produzimos e até mandamos entregar. Tenho funcionários que fizeram cursos de arranjos florais e sabem montar belíssimos arranjos e buquês”, revelou.
            Andando pelo terreno de Arlena, flores e plantas com folhas nos mais variados formatos por todos os lados que, muitas vezes vemos na beira das estradas e nem imaginamos que podem valer um bom dinheiro. “Calculo que, hoje, eu e os associados que estão produzindo, tenhamos mais de 56 mil touceiras de plantas, e cada touceira dessas dá vários filhotes, e nenhum se perde. Essas plantas são manipuladas de tal forma que, ao terem partes suas retiradas para venda, com pouco tempo se recompõem”, garantiu.
 
            Rumo às exportações
            Entre as plantas que mais vendem destacam-se as helicônias e o bastão imperador, cada uma delas com variedades principalmente nas cores das flores, vermelhas, brancas, róseas, amarelas.
            “Aqui somos uma indústria, onde as melhores flores, folhas e talos são cuidadosamente retirados, lavados, embalados e enviados para o comprador. E as plantas não estão simplesmente plantadas no terreno. Elas recebem todo um tratamento de adubação, controle contra pragas e mesmo sendo da região, são aguadas. Não por acaso uma empresa de importação e exportação de Campinas, São Paulo, está interessada em exportar nossas plantas para, de imediato, três países: Estados Unidos, Holanda e Itália, e até Dubai. Já estamos cumprindo todas as formalidades legais, depois enviaremos amostras que, se aprovadas, serão transformadas em vendas para esses locais. Desde o começo sempre apostei nesse empreendimento que nunca demonstrou ser inviável”, revelou.
            Quem estiver interessado em se associar à AFPAM é só ligar para Arlena (9 9166-8281) e, se conseguir se enquadrar dentro do que o projeto propõe, poder vir a ser mais um empreendedor de sucesso no segmento de flores e folhagens de corte para decoração.             
 
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Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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