Pesquisar
Close this search box.

Planos de saúde têm menos beneficiários no Amazonas

Planos de saúde têm menos beneficiários no Amazonas

O número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares no Amazonas, caiu  0,35% no mês de julho deste ano em comparação ao período anterior. Entre julho de 2019 e desse ano houve um leve aumento de quase 2 mil vidas. No entanto, o crescimento que  atingiu o maior índice em março, com mais de 520 mil beneficiários, registrou perda de 507.079 em julho.

Os números foram divulgados na NAB (Nota de Acompanhamento de Beneficiários), produzida pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). Para a entidade, a retração da queda na renda das famílias devido a pandemia da covid-19, é o principal fator que influenciou a baixa no setor. 

“No início da pandemia pelo novo Coronavírus, em fevereiro e março, houve mais adesões do que cancelamentos aos planos médico-hospitalares. A partir de abril, o setor passou a registrar sucessivas baixas, particularmente intensa em maio e menos intensa em junho, resultado do elevado número de demissões, interrupção de atividades, fechamentos de empresas ou ainda da perda de poder aquisitivo”, aponta ele enfatizando que alguns números podem ser alterados pela Agência em função das revisões por parte das operadoras, mas o leve saldo positivo no mês de julho pode indicar que o mercado brasileiro começa a se estabilizar após o forte impacto da crise sanitária.

A corrida por segurança em saúde no mês de março, fez disparar,  pela primeira vez no ano, os planos de saúde médico-hospitalares, superando a marca de 47 milhões de beneficiários em todo o país. O saldo de mais de 233 mil vínculos no período entre março de 2019 e o mesmo mês deste ano fez com o que setor voltasse a ultrapassar  o número, algo não registrado desde dezembro. O que representa um ligeiro aumento de 0,5% no acumulado do ano.

Nos últimos 60 dias, a corretora de planos de saúde da Brasil Safe Seguros, Cleomara Pontes, percebeu uma leve demanda por cancelamentos nos serviços. Bem diferente do mês de maio que chegou a mais de 200 contratos no mês. “A maioria das pessoas que estão cancelando alega  que foram demitidas e não tem como manter os serviços”.

A industriária Erli Menezes, faz parte da fatia de beneficiários que precisou deixar o plano de saúde. Ela lamenta a situação porque diz que a empresa descontava um valor simbólico para três vida, no caso, ela, o marido e da filha. “O valor é muito salgado se optarmos por planos individuais. Quanto mais velho, mais caro pagamos. É bem vantajoso quando a empresa oferece para o trabalhador esse benefício. Infelizmente fui desligada e fiquei de fora”, lamenta.

Vale lembrar que dados divulgados pela entidade no mês de maio apontou que a região Norte ganhou 10,2 mil novos contratos, ou 0,6%, o Amazonas teve um aumento de 3,1%, que equivale a 15 mil contratações de planos. Foi um dos Estados que mais cresceu em todo o país. 

Nacional 

Em três meses, o mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares registrou perda de mais de 250 mil beneficiários, o que equivale a uma queda de 0,5%. No total, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o segmento conta, agora, com 46,8 milhões de beneficiários.

O setor ainda deve ficar alerta nos próximos meses, já que não é possível saber como todo o mercado brasileiro irá se comportar. “O que depende diretamente dos rumos que a covid-19 irá tomar no Brasil, do comportamento das pessoas e das ações dos poderes público e privado”, completa o especialista. Apenas no Estado de São Paulo, 50 mil beneficiários deixaram de contar com o plano de saúde médico-hospitalar em 12 meses, o que equivale a quase metade de todos os vínculos rompidos no período.

Cechin explica que o comportamento do mercado de planos de saúde médico-hospitalares está intimamente ligado ao saldo de empregos formais no país. O executivo destaca que isso se deve ao fato de a maior parte ser de planos coletivos empresariais, ou seja, aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores. Além do vínculo rompido, a redução da massa de rendimento das famílias também acaba por influenciar sua capacidade de manter planos individuais e familiares ou mesmo coletivos por adesão.

O pequeno saldo de crescimento em julho aponta para a atenuação do aprofundamento da crise econômica. “Vale lembrar, no entanto, que a economia brasileira fechou 1,19 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre de 2020, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Julho já mostrou certo alívio, com o crescimento do emprego, mas a retomada intensa da atividade econômica só virá após sanada a crise sanitária. Esperamos ter entrado em um momento de estabilidade para que o setor volte a crescer no futuro”, conclui José Cechin.

A NAB consolida os mais recentes números de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares e exclusivamente odontológicos, divididos por Estados, regiões, faixas etárias, tipo de contratação e modalidade de operadoras.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar