Pesquisar
Close this search box.

Plano Dubai é apenas balão de ensaio inconsequente do governo

https://www.jcam.com.br/Upload/images/Noticias/2019/2Sem/07Jul/02/audiencia%20dubai.jpg

Em audiência pública, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (3), o secretário da Sepec (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade) do Ministério da Economia, Carlos da Costa, afirmou que o “Plano Dubai” não existe e que a informação foi divulgada após conversa em off com jornalistas. A audiência que teve como pauta a proposta das novas matrizes econômicas para região foi amplamente debatida por parlamentares estaduais,  junto ao representante do governo. 

Carlos Costa explicou que ao citar o modelo de desenvolvimento econômico adotado em Dubai, seria um exemplo para a região tornar-se autônoma a partir 2073, sem benefícios tributários. 

“A ideia é que tínhamos uma oportunidade para que complementarmente pudéssemos atrelar investimentos ao modelo existente. Desenvolver a região com base nas suas potencialidades nos próximos 50 anos. E é isso que estamos buscando”.

Para o representante da Fieam (Federação das Indústria do Estado do Amazonas), Saleh Hamde, a proposta do jeito que foi divulgada traz insegurança jurídica muita pesada para os investimentos e empregos e que todos foram pegos de surpresa com o anúncio e querem entender o plano. “O que atentou foi a forma que foi colocado dentro de um conceito muito preocupante de substituição”. Enfatizando que nota-se com clareza, ao invés de investimento, um caminho de desinvestimento na Amazônia.  

“Este tipo de situação promove paralisação de investimentos e os empregos vão na carona disso tudo. A ideia é que seja melhor discutido com a sociedade. E esclarecer que a Zona Franca não é só de Manaus, é da Amazônia Ocidental. Ela é uma política integrada”. 

O secretário de planejamento do Amazonas, Jório de Albuquerque Veiga Filho, enfatizou que o modelo mantém a floresta para que a produção agrícola mantenha-se pujante. E que 82% da economia do estado depende da Zona Franca de Manaus, não pela redução dos incentivos, mas pelo acréscimo de outras atividades econômicas na região. Ele defendeu ainda que o parque industrial precisa de modernização para agregar vetores econômicos, não ser substituidos. “As riquezas que temos não são suficientes para manter a floresta em pé.

O presidente da Cdeics, Bosco Saraiva, ressaltou que o esclarecimento sobre o suposto plano não significa que o governo saiba o que oferecer à Amazônia. “É preciso conhecer a zona franca e seus impactos na amazônia ocidental, e queremos ajudar o governo a formular um verdadeiro projeto de desenvolvimento para região. Mas queremos ser ouvidos e participar do desenvolvimento dos projetos para a região”, avaliou.

O secretário da Sepec, fez questão de suavizar que o governo está alinhado com os interesses locais em desenvolver a região de forma sustentável e próspera. 

“Amazônia Verde é o centro de desenvolvimento sustentável  do mundo sonhamos com isso, tem tudo para ser. De forma alguma pensamos em acabar o modelo. O contrário. O ministério está estudando, para que tenhamos uma opinião firme e sólida sobre os vetores, que têm maior impacto, maior custo e o que precisa ser alavancado”, pontuou Carlos Costa, mencionado que os cinco polos detentores desta matriz econômica foram identificados pelo Codese, mas não são definitivos podem ter outros.  

Deputados confrontam

“Se é uma ideia, cria muita confusão”, declara o deputado, José Ricardo (PT). Sempre existiu o diálogo sobre as diversificações para o modelo. Qual o parâmetro de onde foi definido os cinco setores? Existem mais. O governo Federal através do ministério da economia, está tomando medidas que afetam a ZFM, hoje. “Tivermos vários sobressaltos. Questões relacionadas aos concentrados, afetando interesses da economia, O Ministro da economia não é favor dos  incentivos fiscais e deixa isso claro. Sempre falou que ia rever essa política. Eu confesso que fico preocupado com essa ideia de plano Dubai. Com essas medidas do governo em meio ano afetando a ZF pode pensar Dubai cinquenta anos. Mas em cinco anos, no final desse governo, eu não sei o que vai sobrar da ZFM. Porque uma empresa afetada já vai preocupar outras empresas”. Ele emenda dizendo que um setor sendo afetado que gera desemprego vai afugentar outros. Por isso ao discutir essa proposta precisa ficar claro que se o  governo federal apoia a ZFM. 

O deputado Alberto Neto (PRB), indagou que algumas declarações têm prejudicado o crescimento da  ZFM, e estas não vêm acompanhadas de impactos de estudos ou de projetos consolidados. “Essas declarações causam transtornos na nossa indústria nacional,  Ficamos sem entender qual é o projeto econômico para o nosso país. Dubai teve um investimento muito alto. E hoje queremos saber da onde virão esses recursos. O modelo da ZFM, tem um viés de desenvolvimento regional e viés como proteção da nossa floresta ela é atestada e precisa ser fortalecida”. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar