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‘Piratas de rio’ causam perdas ao setor de navegação

Os prejuízos computados ao setor de navegação nos últimos quatro meses somam  R$ 3 milhões e incluem roubos e furtos nos transportes de cargas e de combustíveis. De fácil comercialização, os combustíveis são um dos principais alvos dos criminosos. É o que mais concentra perdas nas empresas de navegação, com prejuízos anuais de R$100 milhões ao segmento, os dados são do Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação do Amazonas).

Só nos últimos quatro meses foram desviados mais de um milhão de litros do produto, segundo a presidente do Sindarma-AM, Jéssica Sabbá, ao informar que os furtos e roubos em embarcações de passageiros ocorrem nos trechos entre o Amazonas e o Estado do Pará. 

“Estes ‘piratas de rio’ já estão entrando no Amazonas. Eles estão abordando barcos em Urucurituba, Parintins e largando no trecho de Breves, no Pará. Quando eles conseguem atravessar de um Estado para o outro através de canais que têm nos rios na época da cheia. 

Para coibir a ação de ‘piratas’ nos rios, a presidente da instituição salienta que é preciso ação conjunta entre  os órgãos de segurança e polícias, dos dois estados Amazonas e Pará, com maior atuação na área fluvial. O que não acontece no Amazonas, porque  a Base Arpão, criada pelo governo estadual e que atua no rio Solimões, não é suficiente para atender à necessidade do setor de navegação. 

Empresários do setor dizem que é preciso ação conjunta entre  os órgãos de segurança
Foto: Divulgação

Os rios estão em período de cheia, com isso, aparecem ‘furos’  que podem facilitar a fuga. É complicado patrulhar essas áreas. Não temos guarda fluvial. A Marinha sofre porque não tem verba e nem contingente suficiente. É um momento critico”, diz a presidente do Sindarma. 

Conforme a presidente, o setor tem buscado melhorias. E pleiteiam um reforço de segurança no intuito de buscar parcerias para conter essas o avanço dos casos de roubo e combater o crime organizado na região. 

Sondagem realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra que um dos maiores desafios do transporte aquaviário continua sendo o roubo de cargas. O que reforça o pleito do Sindarma-AM pela instalação de uma polícia hidroviária federal. 

Os roubos são apontados como principal fonte de abastecimento para o tráfico de drogas e prostituição, além de entender que esse tipo de roubo está ligado, também, ao abastecimento do garimpo ilegal nos rios da região. 

Em sua grande maioria, os registros das ocorrências, são roubos de combustíveis dos tanques das embarcações. Muitas vezes, os piratas levam ainda todos os pertences da tripulação que às vezes sofrem violência física que resultam em morte.

Para o conselheiro do Sindarma e empresário da navegação, Dódo Carvalho, existe atuação de equipes da SPP e Marinha, mas, é necessário um maior reforço policial nas rotas fluviais. “As ações de polícia nos rios são pequenas em relação a extensão em toda a Amazônia. Precisa ter reforço com mais guarnições distribuídas”, avaliou. 

Por dentro

Vale lembrar que em 2019, uma embarcação foi atacada no Rio Tapajós, na região do Estreito de Breves, no estado do Pará, trecho  usado por embarcações que seguiam de Manaus para Belém com produtos da Zona Franca de Manaus. O local é considerado  um dos mais perigosos por se tratar de um rio solitário, o que encoraja os criminosos. 

No final de 2018, houve um furto de 642 mil litros de gasolina, estimado em R$3 milhões. O combustível estava na balsa de uma empresa transportadora de combustíveis atracada em um terminal privado na margem do Rio Negro, em Manaus. Na época, o registro era considerado o maior desvio de combustível no Amazonas.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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