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PIM registra aumento em demissões no 1º semestre

O PIM (Polo Industrial de Manaus) registrou alta de 23% no índice de demissões no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado, contabilizando 2.120 demissões. Em 2021, o quantitativo chega a aproximadamente 2.613 trabalhadores demitidos, aponta o levantamento do Sindmetal-AM (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.

Segundo o presidente do Sindmetal-AM, Valdemir Santana, a falta  de insumos e a rotatividade na mão-de-obra foram responsáveis pelo aumento no volume de demissões.  

O pólo eletrônico é o que mais sente o impacto da crise e quem puxou o saldo negativo no semestre. “A categoria eletrônica foi a que mais demitiu. O motivo desse reflexo está na matéria prima retida no porto, e pelo aumento dos casos de Covid 19”. 

A avaliação do Sindicato em relação ao período de pandemia ainda é baixo, mas que continuam otimistas quanto ao retorno das admissões em volume maior. “Para isto precisamos que os empregadores efetivem as “mãos de obra” temporárias para assim ter a validação da CLT em seus contratos, pois não temos empregos garantidos para todos os nossos compatriotas de forma segura”, explicou.

Ele reforça que o Sindicato defende os direitos dos trabalhadores e são contrários ao governo que assola de forma negativa a vida dos brasileiros neste momento.Na opinião dele, desde o governo golpista do ex-presidente Michel Temer, o ataque aos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras tem sido prioridade para eles.

“Com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) isso tem se intensificado causando mais terror na vida laboral dos trabalhadores e mesmo na pandemia do novo coronavírus, a classe trabalhadora não tem tido trégua. Além da desvalorização dos contratos efetivos e do papel do movimento sindical, que continuamente é atacado, uma vez que todas as medidas sob terceirização foram postas como alternativa para sanar o “desemprego” e têm sido resolvidas sem qualquer diálogo com os representantes dos trabalhadores”, criticou ele complementando que a luta do Sindmetal é pelos trabalhadores e trabalhadoras do Amazonas, para que seus direitos sejam respeitados e cumpridos. “Resistir e avançar, retroceder jamais, queremos os trabalhadores unidos, para juntos mantermos conquistas históricas e seus direitos garantidos” afirma Valdemir Santana, presidente do Sindmetal-AM.

Para tentar conter  que o aumento nas demissões avance ainda mais, Valdemir Santana diz que muitas  empresas aderiram ao programa do governo federal de suspensão de contrato, onde, o trabalhador continua empregado, trabalhando com carga horária reduzida ou mas trabalhando de forma intercalada na empresa. “O Sindmetal firmou acordos com as empresas para resguardar os direitos dos trabalhadores nesse período, pensando em primeiro lugar na saúde do trabalhador”, frisou Valdemir.  

Rodízio de trabalhadores fez aumentar as demissões  

A escalada de demissões no PIM vem mantendo esse status ao longo da pandemia. No primeiro quadrimestre, por exemplo, um dos fatores mais significativos no aumento desses índices foi a rotatividade dos colaboradores nos postos de trabalho em decorrência de contratação no formato temporário.

Conforme Santana, a legislação permite que a empresa contrate mão-de-obra temporária por nove meses. No entanto, algumas empresas mantêm os funcionários até dez meses e o dispensam. “Contabilizamos um prejuízo estimado em R$22 mil por trabalhador ao final de cada contrato temporário. São valores que seriam direitos trabalhistas e que não são pagos aos trabalhadores”, afirmou.

Ele acrescenta que esses são os dados contabilizados, porém,  algumas empresas se aproveitaram da pandemia para efetuar os desligamentos sem o aval do Sindicato, descumprindo a Convenção Coletiva de Trabalho.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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