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PIM lidera produção de TVs, condicionadores de ar e concentrados

Três produtos responderam por 35,1% de toda produção industrial da região Norte, em 2019: TVs, celulares e minérios de ferro. O Amazonas responde pelos dois primeiros, enquanto o terceiro é oriundo do Pará. O PIM é líder nacional na produção de televisores, com 14,6 milhões de aparelhos fabricados em 2019. O mesmo pode ser dito das linhas de produção de condicionadores de ar (6,6 milhões) e de concentrados para refrigerantes (47,2 milhões de litros). 

Os dez principais produtos da região Norte foram responsáveis por 58,3% de toda sua produção, há dois anos. Entre os 100 maiores produtos industriais fabricados no país, o Amazonas produz dezesseis deles. É o que se conclui a partir dos dados da Pia (Pesquisa Industrial Anual) -Produto, divulgada pelo IBGE, nesta quarta (21).

O estudo levou em conta 3.400 produtos fabricados por 32 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e suas 38,5 mil unidades locais produtivas industriais, em todo o país. O valor total de produção foi de R$ 3,3 trilhões em 2019 e a receita líquida de vendas foi de R$ 2,8 trilhões. Os dez principais produtos e/ou serviços industriais foram responsáveis por 21,5% da receita líquida de vendas na indústria, enquanto as cinco principais atividades industriais responderam por 54,1% da receita líquida de vendas do setor.

Em termos regionais, o Sudeste concentrou 55,3% da receita líquida de vendas, em 2019. Foi seguido pelo Sul (20,5%), Nordeste (10,2%), Norte (7,4%) e Centro Oeste (6,6%). “No entanto, entre 2010 e 2019, quatro regiões aumentaram sua representatividade quanto à receita de vendas da indústria, enquanto apenas a região Sudeste teve perda”, destacou o texto de divulgação da pesquisa do IBGE-AM.

Em termos de receita líquida de vendas, os principais ganhos de posição no ranking dos 100 maiores produtos e/ou serviços industriais, entre 2018 e 2019, vieram do etanol (de 86ª para 43ª), carnes de suínos frescas ou refrigeradas (da 123ª para 94ª), inseticidas para uso na agricultura (da 73ª para 44ª), medicamentos à base de compostos heterocíclicos (da 116ª para 88ª), e aparelhos de ar-condicionado (da 124ª para 97ª).

O oposto ocorreu com os serviços de manutenção e reparação de aeronaves, turbinas e motores de aviação (da 41ª para 66ª), biscoitos e bolachas (da 37ª para 58ª), papel para usos na escrita, impressão e outros fins gráficos (da 33ª para 52ª), café torrado e moído (da 52ª para 69ª) e bombons e chocolates em barras (da 69ª para 85ª).

Dinâmicas de produto

As cinco principais atividades industriais corresponderam a 54,1% da receita líquida de vendas do setor industrial, em todo o Brasil, em 2019, sendo que produtos alimentícios permaneceram em primeiro lugar. Produtos químicos subiram uma posição em relação a 2018, juntamente com veículos automotores. Já derivados de petróleo e de biocombustíveis, perderam duas posições.

Do ponto de vista da receita líquida de vendas da atividade industrial, quatro regiões brasileiras tiveram aumento de representatividade entre 2010 e 2019. O Centro-Oeste foi o que mais cresceu, de 4,8% para 6,6%. O Sul (de 19,4% para 20,5%), o Norte (de 6,5% para 7,4%) e o Nordeste (de 9,3% para 10,2%) vieram em seguida. Em contraste, o Sudeste caiu de 60% para 55,3% -sendo que essa queda foi absorvida principalmente pelo Centro-Oeste e pelo Sul.

O Norte tem no minério de ferro paraense 23,2% de seu faturamento, enquanto os produtos do Amazonas (TVs e celulares) contribuem com 6,1% e 5,8% da receita, respectivamente. A região, por outro lado, possui a maior concentração do país em valor dos três principais produtos (35,1%), ao passo que o Centro-Oeste vem em segundo lugar, com 30%.

Entre os dez principais produtos ou serviços industriais da região Norte, o Estado produz seis: TVs (6,1%), celulares (5,8%), motocicletas (3,9%), “xaropes para fins industriais” (3,4%), óleo diesel (2,3%) e aparelhos de ar-condicionado (2,1%). O Pará colabora com quatro, incluindo minério de ferro, carnes de bovinos (junto com Rondônia e Acre), minério de cobre e óxido de alumínio. Os dez principais produtos da região Norte foram responsáveis por 58,3% de toda sua produção em 2019. 

Já entre os 100 maiores produtos industriais fabricados no país, o Amazonas produz 16. O Estado também foi destaque em refrigerantes, peças e acessórios para veículos automotores, ração animal, peças de motor, motocicletas, chapas e bobinas de aço, caixa de papelão, serviço de extração de petróleo, fios e cabos, massa de concreto, papel higiênico. artigos de plástico e garrafa e garrafões.

“Dos 100 maiores produtos industriais fabricados no país, o Amazonas produz 16, ocupando a primeira posição na produção de TVs, concentrados e aparelhos de ar-condicionado, além da segunda colocação em todo o país, na fabricação de telefones celulares. Alguns desses produtos são fruto de uma indústria já tradicional, como as linhas de produção de televisores.  Outros são consequência direta dos incentivos fiscais do modelo Zona Franca de Manaus, a exemplo dos ‘xaropes para bebidas industriais”, assinalou o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques.

“Vocações regionais”

Indagado sobre a primazia dos segmentos do PIM citados na pesquisa, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, disse que, historicamente, as grandes indústrias que se instalaram inicialmente na ZFM foram de duas rodas, eletroeletrônicos e concentrados, “hoje, altamente consolidados”. Lembra ainda que, atualmente, o único lugar onde se fabrica condicionador de ar do tipo split fora da China, é justamente na Zona Franca de Manaus, que também concentra a produção nacional de motocicletas e televisores.

“Essa implantação primeva das indústrias desses segmentos ajudou a estruturar os clusters que alimentam as linhas de produção e fazem com que a manufatura local seja extremamente eficiente e verticalizada. No curto e médio prazos, a diversificação passa por um processo intricado. Precisamos estruturar as bases futuras para uma vertente econômica alicerçada nas nossas vocações regionais, bem como no preparo da mão de obra para atender aos anseios da indústria 4.0. Até esta estruturação futura, é imperioso que mantenhamos o polo consolidado e como força motriz da nossa economia”, arrematou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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