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PIM impulsiona região Norte, mas perde em valor de vendas

PIM impulsiona região Norte, mas perde em valor de vendas

A indústria da região Norte aumentou sua fatia de 6,6% para 6,9%, entre 2009 e 2018. A participação do Amazonas foi fundamental para impulsionar os resultados, dado que o PIM fabricou dois de seus três produtos: televisores e celulares. Os dados estão na Pesquisa da Produção Industrial – Produto, divulgada nesta quinta (18), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 

A mesma sondagem aponta ainda que, a despeito do Polo Industrial de Manaus ter superado a indústria do Pará na participação do ranking dos dez principais produtos manufaturados na Região Norte – em uma razão de seis contra quatro –, a manufatura do Amazonas ficou atrás do Estado vizinho em termos de valor de vendas, pelo valor comparativamente maior dos minérios extraídos e beneficiados em solo paraense. 

Considerando os três principais produtos de cada região, o minério de ferro do Pará representou 19,3% das vendas do Norte, seguidos pelos televisores (6,9%) e celulares (6,6%) manufaturados no Amazonas. O Sudeste, que lidera o ranking, teve como principais vendas óleo bruto de petróleo (6,1%), óleo diesel (2,7%) e automóveis de 1.500 a 3.000 cilindradas (3,3%).

Dentre os dez principais produtos industriais da região Norte, o Amazonas entra com seis (televisores, celulares, xaropes para bebidas, motocicletas, óleo diesel e ar condicionado); e o Pará com quatro (minério de ferro, carnes, minério de cobre e óxido de alumínio). Os produtos do Amazonas alcançaram 25,7% do valor das vendas da Região Norte, ao passo que os do Pará representaram 31,3%.

A produção de televisores liderou no Estado, com um valor de R$ 12,5 bilhões. Em segundo lugar veio a produção de celulares (R$ 12,1 bilhões) e de gás natural (não informado, pois a amostragem contou com apenas três empresas). A quarta posição foi de xarope para bebidas (R$ 7,5 bilhões), seguido por motocicletas (R$ 7,1 bilhões), condicionadores de ar (R$ 3,8 bilhões), peças para motocicletas (R$ 2,2 bilhões), latas de alumínio (R$ 2,1 bilhões), placas de circuito impresso (R$ 1,4 bilhão) e óleo bruto de petróleo.

Ranking nacional

A participação no valor de vendas das grandes regiões é liderada pelo Sudeste (55,4%), em seguido pelo Sul (20,2%), Nordeste (11%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (6,4%). De 2009 para 2018 apenas o Sudeste perdeu representatividade, caindo de 62% para 56,4%. O Centro-Oeste teve o maior crescimento, com 2,5 pontos percentuais a mais.

Norte (32,8%) e Centro Oeste (29,4%) apresentam maior grau de especialização na produção dos bens e serviços do país. O ranking regional prossegue com o Nordeste (14%), Sudeste (11,3%) e Sul (8,9%) revelando maior diversidade e, portanto, menor concentração produtiva nas regiões.

“A representatividade de vendas dos produtos da Região Sudeste é bem inferior aos do Norte, o que mostra uma menor concentração de produtos industriais na região mais rica do país”, assinalou o IBGE-AM, no texto da pesquisa distribuído à imprensa. 

Crises diferentes

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, ressalta que os resultados mostram o domínio das indústrias paraense e amazonense na região Norte e lembra que o Amazonas ainda se destaca por manufaturados eletrônicos, como televisores e celulares, sendo mais diversificada do que a do Estado vizinho. O pesquisador observa, contudo, que o peso da cotação das commodities paraenses acaba suplantando os valores dos bens duráveis do PIM

“As crises econômicas nacionais afetam diretamente os produtos da indústria amazonense. Por outro lado, as commodites são afetadas apenas em crises internacionais e apenas em alguns casos. Talvez aí esteja a grande diferença de desempenho entre as industrias regionais”, encerrou.

A Pesquisa Industrial – Produto investigou as unidades locais produtivas industriais das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e/ou que aferiram receita bruta proveniente da venda de produtos e/ou serviços industriais superior a R$15,1 milhões no ano anterior ao de referência do levantamento. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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