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PIM fatura R$ 109 bilhões entre janeiro e novembro de 2020

O faturamento do PIM desacelerou 5,47%, na passagem de outubro (US$ 2.56 bilhões) para novembro (US$ 2.42 bilhões). Na comparação com a marca de 12 meses atrás (US$ 2.36 bilhões), contudo, houve expansão de 2,54%. Como já era esperado pelas lideranças do setor, o desempenho não foi suficiente para reverter as perdas da pandemia. As vendas acumuladas dos 11 meses iniciais de 2020 não passaram de US$ 20.91 bilhões, 14,90% abaixo do patamar registrado em igual intervalo de 2019 (US$ 24.57 bilhões).

Contabilizados em reais, os valores foram novamente mais animadores, dada a variação cambial. O faturamento mensal totalizou R$ 12,91 bilhões, sendo 12,65% mais baixo do que o de outubro de 2020 (R$ 14,78 bilhões), mas 28,84% superior ao de novembro de 2019 (R$ 10,02 bilhões). De janeiro a novembro, as vendas da indústria incentivada acumularam R$ 109,74 bilhões e subiram 9,71% ante igual período do ano anterior (R$ 97,06 bilhões). Os dados estão nos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus e foram divulgados pela Suframa, nesta sexta (12).

Os segmentos eletroeletrônico (US$ 5.18 bilhões de faturamento e participação de 24,79% no bolo) e de bens de informática (US$ 5.52 bilhões e 26,42%) responderam por mais da metade das vendas do PIM, no acumulado, mas ambos amargaram recuo (-0,78% e 20,56%, na ordem). Vale notar que, no cálculo em dólares, apenas três das 26 atividades da indústria incentivada de Manaus listadas pela Suframa avançaram na mesma comparação – produtos alimentícios (+19,49% e US$ 122.02 milhões), mobiliário (+13,73% e US$ 35.08 milhões), e vestuário e calçados (+8,44% e US$ 4.27 milhões).

Os resultados em moeda nacional, por outro lado, apresentaram elevações respectivas de 32,86% e de 5,63%, para as indústrias de eletroeletrônicos e de informática. Contabilizados em reais, os melhores desempenhos vieram ainda dos subsetores químico (R$ 9,20 bilhões e +6,78%), termoplástico (R$ 7,82 bilhões e +23,77%), metalúrgico (R$ 8,82 bilhões e +16,16%) e mecânico (R$ 7,07 bilhões e +20,75%).

As linhas de produção com maior aquecimento foram as de bens de informática. Um dos itens mais representativos do PIM, os telefones celulares, atingiram fabricação de 13.855.171 unidades e crescimento de 1,56%, no acumulado do ano. Outros resultados positivos vieram de microcomputadores portáteis (+80,36% e 605.471 unidades), mas coube aos tablets (+127,38% e 896.474) o melhor índice de expansão proporcional. A  cadeia de condicionadores de ar também desempenho bem tanto para os modelos split system (+6,67% e 431.181), quanto para os do tipo janela (+8,38% e 4.689.571).

Novembro, conforme a Suframa, também marcou o melhor resultado de exportações do PIM no ano. No mês, foram registrados US$ 48 milhões em faturamento no exterior, o que indica alta de 55,08% na comparação com o resultado obtido em novembro de 2019 (US$ 30.99 milhões). No balanço parcial do ano, por outro lado, as exportações do PIM totalizaram US$ 342.91 milhões, o que representa queda de 15,07% em relação ao mesmo intervalo de 2019 (US$ 403.74 milhões).

Mais contratações

As boas notícias também incluíram as contratações, que seguiram em alta em função da demanda reprimida pelo isolamento social e do aquecimento do setor para atender o varejo nas festas de fim de ano. Em novembro, o PIM registrou média de 100.512 postos de trabalho nas fábricas, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. Houve relativa estabilidade (-0,05%) em relação a outubro (100.561) – que havia sido o melhor número apresentado pelas indústrias incentivadas de Manaus em todo o ano. Em contraste, a comparação com o mesmo mês de 2019 (92.240) apontou para um incremento de 8,97%. 

A despeito da pandemia e de seus impactos econômicos, a média mensal de postos de trabalho no Polo Industrial de Manaus apresentada no acumulado dos 11 meses iniciais deste ano (93.432) se manteve 4,10% acima do patamar apresentado no mesmo período de 2019 (89.753). Superou também as marcas de 2018 (87.454), de 2017 (86.883) e de 2016 (86.161), mas seguiu distante do número registrado em 2015 (105.015), ano inicial da crise econômica anterior. 

“Sinais de recuperação”

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa, o superintendente da autarquia federal, Algacir Polsin, considerou que os dados de novembro demonstram que o PIM vinha dando claros sinais de recuperação na reta final do ano, após os meses – até então – mais difíceis da crise da covid-19. O dirigente avaliou também que os números de faturamento e de empregos aponta para um saldo positivo, em sintonia com um “ritmo crescente” na produção fabril do Polo.

Polsin explicou que os Indicadores relativos a novembro só foram disponibilizados agora, em virtude da pandemia, e da necessidade de estender o prazo para que as empresas informassem à Suframa sobre sua rotina produtiva, mas demonstrou otimismo para os próximos meses. “Vamos trabalhar de forma a contribuir para que as empresas do PIM possam novamente se recuperar em 2021 e gerar emprego e renda à sociedade, a despeito das dificuldades que se apresentaram por conta da crise em Manaus logo no início deste ano”, afiançou.

“Mola propulsora”

O presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Jose Jorge do Nascimento, considera que 2020 foi ano de superação e que o subsetor eletrônico foi a mola propulsora da retomada do PIM. Um sinal disso teria vindo da falta de insumos para os fabricantes, em outubro e novembro, dado que as indústrias retomaram em uma velocidade bem maior do que os fornecedores conseguiram acompanhar. O dirigente atribuiu o desempenho à injeção de liquidez no mercado pelo auxílio emergencial, e pelo fato de as famílias estarem mais dentro de casa e dispostas a consumir bens eletrônicos, mas avalia que a retomada ainda deve demorar. 

“Esperávamos iniciar 2021 com esse mesmo dinamismo. Infelizmente, não é o que está se desenhando, no momento. O recrudescimento da pandemia e a implementação de medidas mais severas para combate-la nos fez reduzir a carga de trabalho, e não alcançamos nem 30% do que havíamos planejado de produção para janeiro. Mas, com a vacinação, e retornando tudo à normalidade, acreditamos que vamos conseguir recuperar o tempo perdido. Esperamos que o segmento seja novamente a mola propulsora da retomada da economia. Seus produtos são fundamentais para o bem estar da população, neste momento de quarentena”, encerrou.   

Foto destaque: ROBERVALDO ROCHA / CMM

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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