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PIM deve sustentar trajetória de alta em 2010

Seguindo a tendência dos analistas do mercado financeiro do país, os economistas locais apontam para uma perspectiva de crescimento para o PIM (Polo Industrial de Manaus) em 2010, e que a alta seja sustentada nos dois anos seguintes a caso não haja uma nova crise que afete os mercados americano e europeu. A expectativa é de que o polo vai estar na linha de frente do crescimento do país no próximo ano.
O economista José Laredo, explicou que as vantagens comparativas conferidas pelos incentivos fiscais são alavancadoras de novos negócios na região. Segundo o especialista, quando se fala em desenvolvimento industrial, o investidor procura a localização fabril que mais ofereça benefícios fiscais para determinados segmentos de produtos. “Não tenho a menor dúvida de que o PIM oferece mais vantagem do que outros locais do país para segmentos como eletrônicos, duas rodas, relógios e alguns sensores de informática”, frisou.
José Laredo destacou que a retomada do crescimento econômico no pós-crise já se faz sentir desde o fim do terceiro trimestre e o início do quarto trimestre de 2009. Essa retomada é medida, segundo ele, com crescimento da economia pelo PIB (Produto Interno Bruto), que se traduz pelo aumento dos pedidos industriais feitos pelos varejistas e atacadistas, pelo aumento dos níveis de empregos e também pelo aumento da atividade econômica como um todo – produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
De acordo com o economista, todo esse movimento dos agentes econômicos já está fazendo refletir uma posição de crescimento do PIB acumulado nos próximos 12 meses, de 4,5% a 5% . “Esse é o crescimento previsto daqui para frente”, adiantou, ressaltando que tudo indica que 2010 será um ano de estabilidade econômica. “Em que pese ser um ano de eleição, temos uma previsão de manutenção da política econômica no Banco Central, que é o cambio flutuante, a meta de inflação e o controle das contas públicas, mantendo o superávit primário não em 4,5% mas em 2,5% do PIB”, completou.
Recentemente, os economistas do mercado financeiro aumentaram sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2010 para 5%. A projeção anterior do mercado era de que a economia brasileira avançaria 4,83% no ano que vem.
A avaliação se deu a partir da divulgação do relatório de mercado, também conhecido como Focus pelo Banco Central. Vale destacar que o documento é fruto de pesquisa com instituições financeiras. Com isso, a projeção dos economistas com relação ao PIB subiu de 0,20% para 0,21%.

Números de desemprego

Na opinião do economista Joacy Botelho, da diretoria do Corecon/AM (Conselho Regional de Economia), a economia brasileira voltou a crescer em todos os níveis e a inflação está sob controle. A única preocupação do especialista ainda é com relação ao nível de emprego. “A gente não sabe os números reais de desemprego no país, mas acredito que o governo deve estar trabalhando no sentido de reduzir essa estatística”, comentou.
Segundo Botelho, o mercado interno está aquecido, logo a perspectiva é que o Brasil e consequentemente o PIM dê um salto de produtividade no próximo ano e com isso recupere o que foi perdido neste ano por conta da crise global.
O especialista lembrou que o Amazonas tem a seu favor o fato de 12 itens da cesta básica – entre os quais o arroz, feijão, frango e o leite– só pagarem 1% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). “Isso é um incentivo importante”, garantiu.

Ano terá mais investimentos e formação de novos clusters

Quanto aos investimentos do PIM, José Laredo admite que neste ano houve uma redução em torno de 20% no volume de aportes ante 2008, decorrente do desarranjo ocasionado pela crise global. “Ao meu ver foi uma redução bastante razoável, tendo em vista o rigor da crise financeira internacional”, amenizou.
Para José Laredo, que é especializado em estudos de mercado para várias empresas do PIM, o polo de duas rodas está efervecendo num volume de investimento capaz de criar três, quatro a cinco empresas do porte da Honda, por exemplo. Ele contou que outras empresas estão criando complexos industriais, ainda em gestação, e, dentro de pouco tempo, vai estar havendo um parque industrial com cada uma dessas empresas formando um cluster, ou seja, uma cadeia de fornecedores voltados só para atendê-las, ao estilo do que a Honda fez. “Se várias empresas fizerem isso dinamiza de tal forma o segmento que ele passa a ter uma perspectiva muito maior do que hoje está”, enfatizou.

Ciclo de vida

Quanto às empresas que não estão modernizando seus produtos, o economista avalia que tendem a perder mercado, terminando o ciclo de vida. “O capitalismo é implacável se não tiver modernização, aumento de produtividade e marketing, qualidade e preço dos produtos a empresa fatalmente sai do mercado e, para cada uma que sai, entram duas ou três com novas tecnologias, novos arranjos administrativos. Isso vai dando dinamismo ao modelo”, explicou.
Para o economista e consultor econômico da Profinco (Projetos Financeiros e Econômicos), Hélio Pereira da Silva, que também aposta no crescimento econômico, as perspectivas são boas para 2010, principalmente para o segmento eletroeletrônico, que terá alavancagem significativa na parte de TVs, em função da Copa do Mundo da África do Sul.
O otimismo do especialista depende das importações de parte e peças para fabricação dos produtos finais. “Hoje, não temos mais uma indústria de componentes em Manaus no ramo de eletroeletrônico, o que significa que o setor vai ter que importar matéria-prima de fora”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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