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PIM cresce com mais força em setembro

PIM cresce com mais força em setembro

A indústria do Amazonas reforçou o aquecimento, em setembro, com reflexos no faturamento e nível de uso da capacidade instalada, além, de aumento significativo das contratações e horas trabalhadas. A comparação dos dados preliminares fornecidos pela Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), com os nacionais, captados no âmbito da Sondagem Industrial da pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), confirmam que a manufatura local segue com velocidade acima da já acelerada média nacional. 

O faturamento da indústria amazonense cresceu 20,2%, na passagem de agosto para setembro, e escalou 51,4%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos nove meses iniciais de 2020, as empresas conseguiram reverter as perdas da pandemia e avançar 6,2%. A CNI não informa faturamento, mas aponta que o índice de evolução da produção da manufatura nacional (59,1 pontos) subiu 0,68% entre agosto e setembro e 21,11%, em relação a 12 meses atrás, tendo reduzido o passo em 2,83%, no aglutinado do ano.

O índice de UCI (Utilização da Capacidade Instalada) avançou 6,5%, na passagem de agosto (72,7%) para setembro (77,4%), embora mal tenha se movido no confronto com setembro do ano passado (+0,8%), mas já representa recuperação no acumulado (+1,6%). A UCI da indústria nacional foi de 72%, em setembro, com aumento de 1,41% sobre agosto (71%) e 4,35% ante o dado de 12 meses atrás (69%). “A atividade industrial está operando acima do nível usual para o mês. Desde novembro de 2010 (50,5 pontos), o índice não mostrava aquecimento excepcional da atividade industrial”, assinalou o texto divulgado pela assessoria de imprensa da CNI.

Empregos em alta

A alta da produção no Estado foi acompanhada também pela horas trabalhadas no setor, com incrementos mensal (+2,4%) e anual (+14,8%), embora tenha ficado negativo no aglutinado (-2,8%). O emprego nas fábricas do Amazonas registrou acréscimo de 1,4% em relação a agosto, avançou para dois dígitos na comparação com setembro de 2019 (+13,6%) e já acumula 9%, de janeiro a setembro de 2020. Só ficou abaixo da média nacional na variação mensal (+ 2,79%), mas foi superior nas demais (+12,86% e -1,32%, na ordem).

Em todo o país, o índice que mede o número de empregados alcançou 55,3 pontos e é o maior valor da série histórica mensal, iniciada em janeiro de 2011. A CNI destaca que, a despeito da importância do dado para a recuperação do setor, as altas registradas desde junho ocorrem depois de “fortes quedas” observadas entre março a maio – auge da pandemia, até agora –, que levaram o emprego a um patamar “muito baixo”.

Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, todos os indicadores apontam para o processo de recuperação econômica da indústria. “A atividade industrial de setembro se mostrou um ponto fora da curva para o período. Nesse mês, podemos observar com clareza o processo de recuperação da economia, a alta de demanda e a necessidade de repor os estoques, que seguem baixos. A indústria operou além do usual, com utilização da capacidade instalada acima do registrado nos últimos anos”, frisou, no texto distribuído pela assessoria de imprensa da CNI.

Falta de estoque

Na análise da CNI, a ociosidade do parque industrial está em processo de redução e a intenção de investir do empresário subiu pelo sexto mês consecutivo. O maior problema do setor ainda é o índice de estoque efetivo (43,4 pontos), que segue em retração em relação ao planejado, de setembro. “Como nos meses anteriores, os estoques continuam em ritmo de queda e abaixo do nível planejado, apesar do crescimento da produção”, assinalou o texto da CNI.

Em depoimento anterior à reportagem do Jornal do Commercio, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, já havia salientado o problema de escassez de insumos para a indústria – em especial para alguns segmentos, como o de bicicletas – e avaliou que a situação deve ser normalizada a partir de 2021.

O presidente da Fieam destaca que, desde junho, o faturamento da indústria amazonense segue em trajetória ascendente, já que os bens de consumo que compõem a cesta de produtos do PIM estão conseguindo encontrar lugar na cesta de produtos, a despeito da primazia dos bens essenciais no ranking de vendas do varejo. “Com a melhora da economia e com o aumento do nível de ocupação, o consumidor teve mais folga no orçamento e pode comprar um computador novo, uma moto, etc”, completou.

O executivo considera que, a despeito das imposições de distanciamento social em virtude da pandemia, as festas de fim de ano devem promover aceleração no aumento da demanda, gerando “boas probabilidades” de elevar a produção e o faturamento do PIM, principalmente de eletroeletrônicos e bens de informática. 

Situação financeira

A pesquisa da CNI aponta ainda que a recuperação mais rápida e intensa do que prevista fez com que melhorasse a situação financeira das empresas. O empresário mostra satisfação com a situação financeira e insatisfação apenas moderada com relação às suas margens de lucro.

O acesso ao crédito apresentou melhora no trimestre, com aumento de 8,4 pontos, para 41,5 pontos. Em relação ao quarto trimestre de 2019, contudo, há uma queda de 1,7 ponto, o que indica que a facilidade de acesso ao crédito está melhor que no pior período da pandemia, mas ainda não alcançou nível similar àquele observado antes da pandemia.

“Não vejo problemas em relação à questão financeira das empresas do meu setor. Esperamos que nos próximos meses continuemos em tendência de alta nas variáveis econômicas”, encerrou Antonio Silva.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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