O PIM (Polo Industrial de Manaus), foi escolhido para a construção da primeira usina de diesel verde do país, também conhecido como HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado – Hydrotreated Vegetable Oil). As empresas Vibra e a BBF (Brasil BioFuels) anunciaram, na terça-feira, a celebração do contrato.
Com investimento industrial na ordem de R$1,8 bilhão, a primeira fase do projeto está prevista para entrar em operação em janeiro de 2025. A BBF informa que analisa a melhor tecnologia para as futuras instalações na Zona Franca de Manaus.
O investimento surge como um grande incentivo à Bioeconomia do Estado, considerando que, apesar das riquezas da região amazônica, as iniciativas e projetos voltados para este fim ainda são um grande desafio para o Estado. “A BBF acredita que é um grande incentivo no Estado e atua na região Norte do País desde 2008 por reconhecer o potencial agrícola e energético dessas localidades, considerando a substituição do combustível fóssil pelo combustível renovável. Há desafios, como em todo o território nacional, mas um enorme potencial de mercado para biocombustíveis renováveis”, ressalta o presidente da BBF, Milton Steagall.
A Companhia estuda a contratação de 50 postos para operação da Indústria e cerca de 12 mil colaboradores para área agrícola na região Norte do Brasil. “Até 2026, mais de 120 mil hectares de palma serão plantados nas regiões delimitadas no Zoneamento Agroecológico da palma no Norte do país, garantindo matéria-prima para o projeto e desenvolvimento local”.
As operações da BBF estão situadas nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará, compreendendo 36 termelétricas (18 em operação e 18 em implantação), 68.000 hectares de plantio de óleo de palma, 60.000 hectares de Áreas de Proteção Ambiental, três indústrias de esmagamento de óleo de palma e uma indústria de biodiesel. Seus ativos totalizam cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos, gerando mais de 6 mil empregos na região do Norte do Brasil. Atualmente, a BBF é a maior produtora de óleo de palma da América Latina. “A Cultura da Palma é perene e sua longevidade é de até 35 anos de produção com permanência do homem no campo”.
“Manaus tem posição estratégica, além de ser um grande consumidor de combustível. Em desenvolver polos de produção de Palma em Rondônia, Roraima, Amazonas e Pará, não teremos incidência de impostos, industrialização e circulação de mercadoria, A capital tem posição estratégica, além de ser um grande consumidor de combustível. Dentre os objetivos da BBF está a geração de desenvolvimento social e econômico no Norte do Brasil e o Amazonas, além de ser uma região carente, oferece incentivos que viabilizam esse tipo de investimento”, acrescenta.
“A BBF atua na região Norte do País desde 2008 por reconhecer o potencial energético dos seus estados. Neles existe abundância e variedade de matérias-primas. Há desafios, como em todo o território nacional, sobretudo em relação à logística e à operação, mas, em contrapartida, há um enorme potencial de mercado para biocombustíveis”, considera Milton Steagall.
“Estamos muito felizes com essa parceria e com o simbolismo do projeto ser na Região Amazônica. Além de estar totalmente alinhada à agenda ESG da Vibra, ela reforça nosso posicionamento como a melhor alternativa para apoiar a transição energética dos nossos clientes. Vamos juntos desenvolver o mercado de diesel renovável no Brasil e contribuir ainda mais para a descarbonização da nossa matriz energética”, afirma Wilson Ferreira Jr., CEO da Vibra.
Capacidade de produção
O principal objetivo dessa união é potencializar a descarbonização da economia e ampliar o desenvolvimento da Região Amazônica, de acordo com os objetivos da Vibra de focar em negócios voltados à transição rumo a fontes energéticas mais limpas e renováveis.
A futura refinaria terá capacidade de produzir 500 milhões de litros de diesel verde por ano e encontra-se em um ponto estratégico para a distribuição em toda a Região Norte do país, podendo ainda direcionar o produto para outras regiões do país e até para exportação. A Vibra atuará como offtaker exclusivo da produção e se valerá da sua robusta infraestrutura, capilaridade de distribuição e força comercial para oferecer o produto aos seus clientes que estão em busca de soluções sustentáveis.
A implantação da refinaria verde pela BBF segue o plano de verticalização agrícola da empresa, operando desde o plantio da palma em áreas degradadas, passando pela produção do óleo vegetal e chegando até a manufatura do biocombustível.
Sobre o HVO ou Diesel Verde
O HVO, mais conhecido como diesel verde ou diesel renovável, é produzido por meio do processamento de matéria prima renovável, como palma, soja etc. Ao contrário do biodiesel, o diesel verde permite a mistura com outras matérias-primas no processo de produção. Óleo vegetal ou gorduras animais são as mais utilizadas. Portanto, o diesel verde se apresenta como uma das alternativas mais promissoras para a transição energética.
Já utilizado em países da Europa e nos Estados Unidos, o diesel verde faz parte da segunda geração de biocombustíveis. O produto é resultado de aprimoramentos tecnológicos para acompanhar as inovações veiculares, que requerem um combustível de melhor qualidade, com alta estabilidade e teores mínimos de contaminantes. O diesel verde já é o terceiro biocombustível mais usado no mundo e aquele também cuja produção cresce mais.
A principal vantagem do diesel verde é sua eficiência para solucionar o desafio da redução de emissões de gases poluentes, uma vez que reduz até 90% das emissões de gases de efeito estufa em relação ao diesel fóssil. Adicionalmente, não se faz necessária qualquer adaptação nos motores diesel para seu consumo, podendo ser utilizado puro ou misturado ao diesel fóssil. Trata-se de um produto praticamente isento de contaminantes, com elevada estabilidade, o que garante menos problemas no armazenamento e uso em motores diesel, aumentando a vida útil dos veículos e a qualidade da combustão no motor.
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