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PIM alcança faturamento expressivo em agosto

O faturamento PIM desacelerou, entre julho e agosto, tanto em dólares, quanto em reais. As vendas da indústria incentivada de Manaus, no entanto, mantiveram trajetória ascendente em relação aos patamares do ano passado – quando as empresas já se recuperavam do baque econômico da primeira onda, embora já sofressem com o gargalo dos insumos. A média de empregos se manteve acima dos patamares de 2020, mas com nova desaceleração mensal. É o que revelam os dados mais recentes dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta quarta (27).

As vendas em moeda americana caíram 1,15% em relação a julho, passando de US$ 2.60 bilhões para US$ 2.57 bilhões, mas superaram a marca de 12 meses antes (US$ 2.12 bilhão) por uma margem de 21,23%. Convertido na divisa nacional (R$ 13,20 bilhões), o resultado apontou para decréscimo de 0,97%, ante o mês anterior (R$ 13,33 bilhões), e alta de 13,50% em relação ao mesmo período de 2020 (R$ 11,63 bilhões). O acumulado do ano segue positivo em ambos os casos. Houve uma escalada de 39,64% em dólares (US$ 18.99 bilhões) e uma decolagem de 46,14%, em reais (R$ 100,72 bilhões). 

Conforme a Suframa, 25 dos 26 subsetores de atividades monitorados mensalmente fecharam o acumulado do ano no positivo, pelo terceiro mês seguido, na análise em reais. As principais influências positivas vieram de bens de informática (R$ 27,2 bilhões e +50,78%), eletroeletrônicos (R$ 22,04 bilhões e +25,76%), duas rodas (R$ 12,98 bilhões e +49,26%), termoplásticos (R$ 8,95 bilhões e +83,49%), têxtil (R$ 155,86 milhões e +102%), metalúrgico (R$ 8,79 bilhões e +55,4%) e mecânico (R$ 6,76 bilhões e +75,81%).

O mesmo se deu na medida em dólares, com quase todos os subsetores listados pela Suframa fechando o aglutinado anual no terreno positivo. Responsáveis por praticamente a metade das vendas do PIM, os polos de bens de informática (US$ 5.12 bilhões e 27,01% do total) e eletroeletrônico (mais de US$ 4.15 bilhões e 21,88% de participação) cresceram 45,46% e 20,15%, respectivamente. Já o polo de duas rodas (US$ 2.45 bilhões) aumentou sua fatia no faturamento global do PIM, de 12,52% para 12,93%, entre julho e agosto, além de avançar 41,33% em relação aos oito meses iniciais de 2020.

Produtos e empregos

Assim como ocorrido nos meses anteriores, os principais resultados nas linhas de produção vieram de bens de informática e eletrônicos, até agosto. Os maiores aumentos proporcionais de produção vieram de home theaters (76.253 unidades e +252,50%), microcomputadores portáteis (636.656 e +85,82%), tablets (1,27 milhão e +159,59%), relógios de pulso e de bolso (4,83 milhões e +76,76%), condicionadores de ar split system (4,42 milhões e +65,06%), motocicletas, motonetas e ciclomotores (804.199 e +36,25%) e bicicletas convencionais e elétricas (501.748 e +33,66%).

O único senão veio novamente dos empregos, que sofreram mais uma desaceleração no ritmo das contratações. Em agosto, o PIM registrou média de 98.459 postos de trabalho, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. O desempenho superou em 4,64% a marca do mesmo mês de 2020 (94.093), mas sofreu o quinto recuo mensal seguido, ficando 2,85% abaixo de julho de 2021 (101.344) – em dado já revisado pela Suframa. Foi o resultado mais baixo deste ano, que teve seu ápice em março (103.616).

A média mensal de mão obra do parque fabril de Manaus, no acumulado do ano, foi de 101.781 postos de trabalho, sendo 7,75% superior à média registrada ao longo do “ano cheio” de 2020 (94.463). Foi também o melhor número desde 2016 (86.161), embora ainda tenha ficado distante do patamar de 2015 (105.015) – ano inicial da crise anterior, e já de PIB negativo para o país. O saldo no aglutinado até agosto de 2021, levando em conta apenas a mão de obra efetiva, foi de 5.742 vagas, dado o predomínio das contratações (22.630) sobre os desligamentos (16.888). Também foi o melhor desempenho da série histórica fornecida pela Suframa – iniciada em 2016 (-6.123 vagas).

“Segurança jurídica”

Em material divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa, o titular da autarquia, Algacir Polsin, avaliou que os Indicadores de agosto referentes a faturamento, emprego e produção demonstram que o modelo ZFM conta com segurança jurídica para atrair e ampliar novas linhas de fabris e, com isso, contribuir para o desenvolvimento do Estado. No entendimento do superintendente, a tendência ainda é de aquecimento para a indústria incentivada de Manaus, dada a sazonalidade positiva do setor.

“O avanço dos indicadores do PIM é muito importante para ampliarmos as ações de geração de emprego e renda que tanto são priorizadas nas atividades desempenhadas pela Suframa”, salientou. “A expectativa é de que os números possam avançar, à medida que temos ainda quatro meses de resultados a serem apurados deste segundo semestre. E este é um período do ano de ampliação da demanda interna, por conta de datas especiais, como Natal, Black Friday, entre outras, que tendem a impulsionar o consumo”, completou.

Inflação e escassez

Em entrevista à reportagem do Jornal do Commercio, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, salientou que, no momento em que o setor ensaia uma retomada, é recomendável ter cautela na análise dos dados de emprego, mas não deixou de considerar que é sempre importante que atividade industrial apresente estabilidade nos indicadores em questão.

“O Polo Industrial de Manaus tem apresentado resultados positivos, ao longo deste ano. A despeito do bom número, fruto de uma alta demanda represada, devemos considerar também outros fatores que podem impactar o segmento industrial. A inflação tem desgastado o poder de compra da população. Ademais, a alta do dólar e a escassez de insumos são situações que deverão pesar sobre a produção industrial nos próximos meses”, ponderou.

Ritmo acelerado

Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), o presidente da entidade, Marcos Fermanian, considerou que o segmento de duas rodas vem se recuperando e que o mercado deve seguir em alta, apesar dos indicadores macroeconômicos negativos da inflação, dos juros e do câmbio. Um dos principais motivos para tanto, conforme o dirigente, é a mudança de costumes trazida pela pandemia.

“As associadas estão acelerando o ritmo de produção para atender a demanda. Além disso, mantêm a programação de lançamentos para ampliar a oferta de produtos e atender às exigências do consumidor”, afirmou. “A alta nos preços do combustível tem levado muitas pessoas a adquirir uma motocicleta, uma opção mais barata e econômica. Além disso, é uma alternativa de deslocamento seguro para evitar a aglomeração do transporte público e fonte de renda para aqueles que atuam nos serviços de entrega”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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